O Dia do Mártir Cristão foi criado para lembrar aqueles que sofreram por seguir e servir a Jesus. A data escolhida foi 29 de junho, quando, segundo a tradição da Igreja, é o aniversário da decapitação do apóstolo Paulo em Roma.
Conforme matéria do Guiame, que lembra a data especial para o cristianismo, assim como os demais apóstolos, Paulo, que é o autor de treze cartas do Novo Testamento, também foi morto por meio violento e trágico.
"O Dia do Mártir Cristão é uma oportunidade para lembrar os sacrifícios daqueles que morreram por sua fé", disse Todd Nettleton, porta-voz da Voz dos Mártires (VOM).
“Nunca devemos esquecer nossos irmãos e irmãs que foram perseguidos e mortos por sua fé, como Abdiwelli”.
Abdiwelli Ahmed, um homem de etnia somali, é um dos mártires da atualidade, que se soma a um enorme número de homens e mulheres que foram mortos por ser cristão.
Por causa de sua fé em Cristo, Abdiwelli foi assassinato no norte do Quênia em 2013, aos 41 anos. Ele deixou sua esposa Helen, e três filhos.
Abdiwelli e Helen serviram aos somalis por meio de um ministério de desenvolvimento agrícola e pregando o Evangelho a eles. Atualmente, ela e seus filhos estão na linha de frente do ministério, esperando alcançar as pessoas que mataram seu marido com a mensagem do amor de Cristo.
Conhecendo a Palavra de Deus
Crescendo em Garissa, Quênia, Abdiwelli Ahmed (conhecido como Abdi) estava profundamente comprometido com o Islã. Descendente de uma longa linhagem de muçulmanos devotos da Somália, ele disse que "ser somali significa ser muçulmano".
Desde jovem, ele foi ensinado que o Islã fazia parte de sua identidade, mas em 1993, quando ainda era estudante, ele iniciou um processo de questionamento em relação à sua fé islâmica, começando a comparar o Alcorão com a Bíblia.
À medida que Abdiwelli mergulhava mais na leitura da Bíblia, seu amor por ela crescia. Após diversas conversas com um amigo cristão, ele finalmente colocou sua confiança em Jesus Cristo. No entanto, quando seus colegas e professores descobriram que ele havia abandonado o Islã e começado a frequentar uma faculdade bíblica, eles passaram a considerá-lo uma ameaça para a fé deles.
Levando seu povo a Jesus
A decisão de Abdiwelli de seguir Jesus teve consequências significativas. Ele foi condenado ao ostracismo por sua família, enfrentou ameaças de violência e até mesmo de morte. No entanto, ele não cedeu à pressão e perseverou em sua fé.
Com o tempo, Abdiwelli começou a compartilhar sua fé cristã com os muçulmanos somalis em sua comunidade. Seu trabalho no Quênia teve um impacto significativo, mesmo diante das dificuldades e dos riscos envolvidos, ele ajudou muitos a descobrirem e aceitarem a fé em Cristo.
Abdiwelli, sua esposa Helen e seus três filhos. (Captura de tela/YouTube/VOM-USA)
"Fui perseguido. Fui perseguido e depois espancado", disse Abdiwelli em áudio capturado antes de seu martírio.
Martirizado por sua fé cristã
Abdiwelli chegou a escapar de uma multidão de 40 pessoas que foram até a casa de sua mãe para matá-lo. Mas ao meio-dia de 7 de fevereiro de 2013, três assassinos o mataram a tiros enquanto ele conversava com outro pastor no centro de Garissa, no Quênia.
Assim como John Chau, morto ao tentar evangelizar uma tribo que vive isolada na ilha Sentinela do Norte, no arquipélago de Andaman e Nicobar, no Oceano Índico, Abdiwelli é um dos mártires modernos.
"A morte de Ahmed foi uma tragédia, mas também serviu para inspirar outras pessoas", disse Nettleton.
Após escolher este somali como um dos mártires do cristianismo, a Voz dos Mártires divulgou recursos estratégicos de oração e um pequeno vídeo destacando a vida e o legado de Abdiwelli Ahmed.