O psicólogo recém formado, Christian Cortez Pérez, da Universidade Autônoma da Baixa Califórnia (UABC), no México, foi duramente criticado pelos professores após seu discurso de formatura.
Mesmo sendo indicado como o melhor aluno de sua turma — motivo pelo qual foi convidado a discursar na cerimônia — Pérez foi alvo de uma sanção por parte da universidade, que o proíbe de atuar na Psicologia.
A formatura aconteceu no dia 27 de junho, ocasião em que o jovem formando expressou suas profundas convicções morais em relação ao estado do mundo de hoje, conforme notícias do ADF International — organização que defende a liberdade religiosa.
Liberdade de expressão
“Exerci meu direito fundamental à liberdade de expressão para falar aos meus colegas sobre o que acredito serem as questões mais urgentes do nosso tempo”, explicou Pérez.
“Agora, posso perder toda a minha carreira profissional porque expressei pontos de vista com os quais alguns alunos e professores discordam. As universidades públicas devem respeitar os direitos de liberdade de expressão de todos os alunos”, continuou.
“Estou comprometido em obter justiça não apenas para mim, mas para todos os mexicanos interessados em preservar o direito de se expressar livremente”, afirmou.
Violação dos direitos fundamentais
Mesmo sendo vaiado por alguns enquanto compartilhava seus pontos de vista, Pérez conseguiu concluir seu discurso na íntegra, que foi classificado como “discurso de ódio”.
Os professores do Conselho Universitário, responsáveis pelo início do processo, em 4 de agosto, contra o recém-formado, pediram a retenção de seu diploma e licença profissional, a retirada de seu prêmio de mérito e a comunicação sobre suas ações às associações de Psicologia em todo o país. O julgamento está previsto para o mês de setembro.
Kristina Hjelkrem, que está trabalhando no caso para apoiar Pérez, disse: “Por exercer seus direitos humanos básicos e expressar opiniões compartilhadas por muitos, Pérez enfrenta danos irreparáveis à reputação e a proibição de sua prática profissional”.
A consultora jurídica da ADF para a América Latina, afirmou que isso ameaça tudo pelo que ele trabalhou para ter uma carreira. “Se a campanha para punir Pérez for bem-sucedida, isso mostra que quem ousa falar em público no México está em perigo”, continuou.
“Esta é uma clara violação dos direitos humanos, uma ditadura, não uma democracia”, disse ainda.
Sobre o discurso
Em seu discurso, Pérez pediu a rejeição da redefinição da família e da ideologia radical de gênero, afirmando o seguinte: “Hoje estamos mergulhados em uma verdadeira luta antropológica para redefinir o ser humano, a pessoa humana, o homem, através da implementação de ideologias e modas de pensamento que sempre acabam por minar a dignidade e a liberdade”.
“As pessoas não sabem o que estão fazendo, porque não sabem o que estão desfazendo”, disse ao observar que “atacar a vida e a família é se autodestruir, é um ataque à própria civilização”.
Pérez também destacou em seu discurso que é preciso viver em solidariedade uns com os outros: “É preciso amar, pois ninguém busca o bem do outro se não o ama”. Mesmo assim, seu discurso que cita o amor foi apontado como sendo um "discurso de ódio”.
“Os alunos não devem temer por sua carreira quando expressam seus pontos de vista em um ambiente acadêmico. É inapropriado e perigoso que os professores exerçam poder sancionador sobre seus alunos”, disse Carlos Ramirez, o advogado responsável no caso de Pérez.
“Nossa esperança é que a Universidade Autônoma da Baixa Califórnia corrija esse grande erro e tome uma posição clara em favor da liberdade de expressão”, concluiu.
Vale destacar que os casos de censura acadêmica estão aumentando, conforme alerta a ADF. Há vários casos semelhantes em andamento, incluindo alunos que foram censurados e impedidos de pregarem o Evangelho no campus.