O arqueólogo e teólogo Rodrigo Silva lembrou nesta quarta-feira (20) que “dizer que algo é biblicamente errado não é sinônimo de discriminação”, mas “o silêncio quanto a verdades bíblicas inconvenientes” pode ser perigoso.
Em um post no Instagram, ele publicou a imagem de um protesto feito pelo Templo Satânico em 2018, no estado do Arkansas (EUA), onde pediram “direitos iguais” a todas as religiões.
Na ocasião, a manifestação do Templo Satânico aconteceu em resposta à instalação do Monumento aos Dez Mandamentos, na área externa do Capitólio de Arkansas.
“A inclusão é importante e deve ser praticada, mas com critérios”, alertou Rodrigo Silva.
O professor de Teologia e Arqueologia do UNASP usou então o caso do Templo Satânico para esclarecer seu ponto.
“Por causa do preconceito é difícil dizer quantos satanistas há no mundo. Poucos arriscam se identificar como servos do ‘tinhoso’. Mas, de acordo com o livro The Invention of Satanism, publicado por Oxford, o culto ao diabo está crescendo entre os jovens. E se forem poucos, isso também não faria dos satanistas uma minoria a ser ‘incluída’? Claro que sim. A pergunta é, como?”, questionou Silva.
Uma situação hipotética apresentada por ele é que, se os satanistas se articularem politicamente, os cristãos podem passar a ser proibidos de expulsar demônios ou dizer que o diabo é mau.
“Adoradores de Satanás poderão reivindicar o direito de não serem discriminados por crentes que dizem que seu culto é errado. Será ‘satanofobia’”, comentou.
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Ele esclareceu que não está “jogando uma indireta” para uma pauta específica e nem nega que a “igreja foi intolerante no passado” em sua caça às bruxas. O que ele defende é o “direito de afirmar o que a Bíblia diz sem os melindres do ‘politicamente correto’”.
“O futuro dirá se falei bobagem. Aliás, futuro para nós, pois em Scottsdale (EUA), você pode ser processado se disser que o diabo é mau”, observou. “Dizer que algo é biblicamente errado não é sinônimo de discriminação. Mas o silêncio quanto a verdades bíblicas inconvenientes pode sim ser uma conveniência perigosa.”
Por fim, ele citou uma frase de Martin Luther King: “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”. E concluiu: “Silêncio, inclusive, acerca de verdades que a Bíblia diz, mas que geram dislikes no mundo pós-moderno.”
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