O que fazer quando seu filho ou filha diz ter problemas com a identidade? Quando um adolescente ou jovem não sabe mais se é homem ou mulher, a situação pode se complicar dentro de casa.
Eva* conta como isso ocorreu com sua filha de 12 anos, Grace*, quando a garota questionou a sexualidade. Eva disse que estava num almoço da igreja quando recebeu um e-mail da filha, que dizia: “Mamãe e papai, preciso dizer que não sou realmente uma garota”.
“Eu mal conseguia respirar”, conta a mãe ao revelar que sentiu como se tivesse levado um soco no estômago. Ela nunca imaginou que isso poderia acontecer, já que alguns meses antes, Grace havia compartilhado nas mídias sociais sua crença de que Deus criou as pessoas homem e mulher.
Eva e o marido Seth* enfrentaram uma jornada de três longos anos até que tudo voltasse ao normal. Eles oraram por Grace, se aproximaram ainda mais dela e traçaram limites sobre como ela poderia se expressar.
[*nomes foram alterados].
Jornada de recuperação
Além da forma como trataram a filha com amor, Eva e Seth a levaram para um aconselhamento na Igreja. Sempre fazendo muitas perguntas, eles percorreram o “caminho mais longo”
Aos 15 anos de idade, Grace desistiu da mudança de sexo e reconheceu que seu corpo era feminino e resgatou sua verdadeira identidade.
Mas o que exatamente aconteceu com Grace para ela pensar que era um menino? O The Gospel Coalition conta que a menina estudava numa escola pública progressista, de onde surgiram novas crenças e ideologias.
“Eu teria sofrido bullying”, disse Grace que agora tem 16 anos, explicando que a escola decidiu reeducá-la. “Eu fui convidada para grupos onde tudo o que eles queriam era falar sobre coisas transgênero. Ao longo de alguns meses, acabei decidindo que eu era um menino”, contou.
Sobre a disforia de gênero
Segundo dados médicos atuais, Grace estava experimentando o que costuma ser chamado de “disforia de gênero” — quando alguns adolescentes se deparam com as atuais ideologias discutidas atualmente.
Pesquisas revelam que 1 em cada 5 americanos da Geração Z (nascidos entre 1997-2010) agora se identifica como LGBT. Entre os millennials ou Geração Y (nascidos entre 1981-1996), 1 em cada 10 e na Geração X (nascidos entre 1965- 1980), 1 em cada 20.
E dentro da Geração Z e Y, 40% se identificam como religiosos. Há cada vez mais líderes cristãos apontando para a necessidade de responder a perguntas de adolescentes e jovens que questionam sobre a sexualidade.
Por conta dessa demanda, atualmente, Eva e Seth decidiram conversar com as famílias cujos filhos estão em transição. “A igreja é o único lugar onde se tem liberdade para resolver essas questões, porque o ativismo em torno disso tem sido poderoso e bem financiado”, apontou Eva.
“Quando vejo onde estávamos há três anos e onde estamos agora, percebo que Deus não desperdiça nada”, ela resumiu.
Por que esta geração sofre com “disforia de gênero”?
Grace revela muitos caminhos perigosos da atualidade, entre eles a internet sem controle ou supervisão de adultos. Apesar de ter uma família cristã, dois irmãos e ensinamentos profundos, a jovem diz que foi fisgada por ideias progressistas.
Grace conta que entrou num site chamado DeviantArt (Arte Desviante, tradução livre). “No começo, estava postando obras de arte com meus amigos, mas a mensagem “Gay é bom” começou a aparecer”, disse.
“Eu nunca tinha ouvido falar de transgênero antes”, disse ao mostrar como ficou curiosa e acabou lendo que “existem homens que são mulheres e mulheres que são homens”.
A garota perguntou sobre o assunto aos pais e foi bem instruída, porém, ao dizer aos amigos o que pensava, eles a convidaram para o clube Gender & Sexualities Alliance (GSA) em sua escola.
Eva acredita que sua filha foi um alvo, e alertou que isso não é uma ideia maluca. “Os professores na Califórnia compartilharam táticas de recrutamento, incluindo rastrear as conversas dos alunos no Google, buscando qualquer indicação de que eles poderiam ingressar nos clubes liderados por alunos, mas orientados por professores.
Uma espécie de “lavagem cerebral”
Lavagem cerebral é um tipo de “reeducação” que visa fazer uma pessoa mudar de ideia sobre determinados pensamentos ou crenças.
No caso de Grace, ela começou a ir às reuniões semanais sem supervisão, na hora do almoço, ouvindo outras crianças e adolescentes do ensino fundamental e médio falarem sobre sexo, gênero e como se sentiam desconfortáveis em seus corpos.
Com isso, ela disse que se sentiu desconfortável também. E tudo o que passava em sua mente era sobre o drama relacionado à questão de “se assumir”. Ela pediu para cortar o cabelo e parou de usar saias.
E Eva, como mãe, também passou a ser influenciada. Ela levou Grace ao orientador da escola, ao pediatra e ao diretor. “Todos eles diziam que eu deveria concordar, para que ela não cometesse suicídio”, alertou.
Como Eva é educadora e psicóloga, disse que sabia muito bem que essa informação não fazia o menor sentido.
‘A Igreja precisa se preparar’
Eva e o marido Seth passaram a juntar todas as informações coerentes e as verdades bíblicas que já conheciam. Refletiram sobre os eunucos e fizeram perguntas. Porém, perceberam que os pastores não tinham muitos recursos para ajudá-los.
Conforme seus relatos, a Igreja parece não estar preparada para esse tipo de confronto. “Poucas igrejas estão bem equipadas com políticas, aconselhamento ou uma profunda teologia da identidade”, ela disse.
“O movimento transgênero é jovem, tendo início por volta de 2015”, disse ao alertar sobre o seu desenvolvimento rápido e que é diferente do movimento que fala somente sobre homossexualidade.
“A conversa sobre identidade de gênero é realmente sobre a ordem criada. Eles querem transformá-la de cabeça para baixo”, apontou ao compartilhar sobre 3 verdades refletidas pelo líder cristão Sam Ferguson.
“Primeiro, Deus é o Criador, e nós somos as criaturas. Isso significa que não fazemos nossa própria identidade — nós a recebemos. Segundo, Deus não dividiu nossas almas e nossos corpos, mas nos uniu como pessoas inteiras. Ele não mistura mentes masculinas e corpos femininos, ou vice-versa”, citou.
“E terceiro, Deus define nosso sexo em todo o nosso corpo — masculinidade e feminilidade estão escritas na biologia, dos cromossomos aos hormônios, à anatomia, incluindo nossos órgãos sexuais e cérebros. Por esta razão, nossos corpos físicos são nosso guia para o gênero. Nossa expressão de gênero — ser irmão ou irmã, esposa ou marido, pai ou mãe — coincide e surge de nossos corpos físicos.
Porém, como podemos concluir, não é mais a lógica, a racionalidade e o óbvio que prevalecem, mas os sentimentos desenfreados e as ideias malucas que são geradas a partir das mentes humanas.
“Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, sentindo coceira nos ouvidos, segundo os seus próprios desejos juntarão mestres para si mesmos. Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade…”. (2 Timóteo 4.3,4)