Conselho ao presidente durante a crise

Se o presidente ignorar os conselhos dos anciãos, corre o risco de perder o cargo e ser rejeitado pela maioria da população.

Fonte: Guiame, Joel EngelAtualizado: segunda-feira, 28 de maio de 2018 às 19:52
O presidente da República, Michel Temer, anunciou medidas para pôr fim a greve. (Foto: Adriano Machado/Reuters)
O presidente da República, Michel Temer, anunciou medidas para pôr fim a greve. (Foto: Adriano Machado/Reuters)

Nos últimos dias temos acompanhado a crise que se instaurou no país por conta da greve dos caminhoneiros, que buscam através desta paralisação uma redução do alto preço do combustível no país, sendo que uma das reivindicações é a redução da carga de tributos e impostos exorbitantes que o brasileiro é obrigado a pagar para o Estado.

Diante disto, houve diversas reações, opiniões divergentes e tentativas frustradas de pôr fim a greve que já dura 8 dias desde que espalhou-se pelo país. O presidente da República, Michel Temer, chegou a anunciar mais de uma vez algumas medidas para tentar atender as reivindicações, mas elas não foram aceitas pelos manifestantes.

Portanto, resta-nos apresentar ao presidente um conselho quanto à atitude digna que deveria ter sido tomada, lembrando que no passado era costume dos reis e governantes ouvir conselhos antes de tomar qualquer decisão. Este é o objetivo deste artigo, apresentar conselhos para que o presidente consiga reverter essa situação.

E acredito que neste momento, quando a crise parece ter chegado a uma situação insustentável, cabe ao presidente ouvir os conselhos que os anciãos têm para lhe oferecer. Afinal, nosso objetivo é ajudar a resolver esse problema, restabelecendo a ordem no Brasil.

Por isso, mediante a crise atual no país, devo lembrar o caso de um personagem bíblico chamado Roboão, filho de Salomão. Ele deveria ter assumido o reinado de Israel quando o pai morreu, mas acabou se vendo em uma crise de poder, perdendo o controle de 10 das 12 tribos de Israel.

Isso aconteceu por causa da alta carga de impostos que era mantida por Salomão até sua morte. Quando Roboão herda o trono, o norte pede que essa carga de impostos seja aliviada, mas Roboão se recusou a ouvir o conselho dos anciãos, aumentando ainda mais o valor dos impostos que eram cobrados.

Após ter sido proclamado rei pela tribo de Judá, Roboão vai a Siquém para ser recebido como novo monarca, mas para sua surpresa uma reunião das tribos do norte estabeleceu que ele só assumisse se as pesadas cargas de impostos fossem aliviadas.

Esses impostos um dia serviram para estabelecer a construção do Templo, mas agora que a obra estava concluída, eles esperavam que o novo rei decidisse por aliviar os impostos. Mas o que aconteceu foi justamente o oposto daquilo que desejavam as tribos do norte.

“Disseram assim a Roboão: Teu pai tornou pesado o nosso jugo; agora, alivia a dura servidão de teu pai e o jugo pesado que ele nos impôs e nós te serviremos”, diz o texto bíblico em 1 Reis 12.4).

Sabiamente, ao ouvir a queixa das tribos de Israel, Roboão consultou os anciãos, que disseram que ele deveria ouvir a vontade do povo e reduzir os pesados impostos que eram cobrados.

A Bíblia diz que eles disseram a ele em 1 Reis 12.7: "Se hoje fores um servo desse povo e servi-lo, dando-lhe uma resposta favorável, eles sempre serão teus servos".

Mas ao invés de ouvir o conselho daqueles homens sábios, Roboão preferiu seguir o conselho dos seus amigos, que haviam crescido com ele, que o aconselharam a colocar um fardo ainda mais pesado sobre aquele povo, cobrando cargas de impostos ainda maiores (1 Reis 12.11).

O mau conselho dos jovens resultou na divisão do reino, pois 10 tribos se rebelaram e elegeram outro rei. Formou-se assim os reinos de Judá, ao sul, com a capital em Jerusalém, e Israel, ao norte, com capital em Samaria.

Apenas duas tribos, Judá e Benjamin, aceitaram ter Roboão como rei, sendo que as demais tribos, Rúben, Simeão, Zebulom, Issacar, Dã, Gade, Aser, Naftali, Manassés e Efraim, todas formaram o novo reino, elegendo Jeroboão 1, um nobre da tribo de Efraim e inimigo de Salomão, que se encontrava exilado.

Essa história nos ensina o quanto é importante dar ouvidos aos conselhos, ouvindo o que os anciãos estão nos dizendo, tratando bem a população, neste momento representada pelos brasileiros, pois o povo não aguenta mais a pesada carga de tributos e impostos.

Se hoje o presidente da República dar ouvidos aos conselhos dos anciãos, baixando os impostos e tirando as pesadas cargas tributárias, certamente irá ganhar credibilidade como líder. Mas caso contrário, corre o risco de perder o cargo e ser rejeitado pela maioria da população.

Por Joel Engel, pastor, líder do Ministério Engel, em Santa Maria (RS) e fundador do Projeto Daniel, que ajuda crianças órfãs em países da África.

* O conteúdo do texto acima é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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