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Jogador de futebol israelense é preso na Turquia após homenagear reféns

Ministro da Justiça turco abre investigação contra Sagiv Jehezkel, do Antalyaspor, por apoio aos sequestrados de 7 de outubro.

Fonte: Guiame, com informações do Times of IsraelAtualizado: segunda-feira, 15 de janeiro de 2024 às 14:22
O jogador de futebol israelense do Antalyaspor, Sagiv Jehezkel, mostrou a mensagem escrita em seu pulso após seu gol. (Captura de tela/Halid Abdurrahman/X)
O jogador de futebol israelense do Antalyaspor, Sagiv Jehezkel, mostrou a mensagem escrita em seu pulso após seu gol. (Captura de tela/Halid Abdurrahman/X)

Os promotores turcos abriram uma investigação contra o jogador de futebol israelense Sagiv Jehezkel por supostamente "incitar as pessoas ao ódio e à hostilidade".

O ministro da Justiça turco, Yilmaz Tunc, disse que a investigação foi iniciada devido a um gesto que Jehezkel fez em relação aos reféns israelenses sequestrados pelo Hamas. O gesto foi mostrado na televisão após Jehezkel marcar um gol.

Segundo informou vários meios de comunicação da Turquia na noite de domingo, Jehezkel foi preso em Antalya.

"Uma investigação judicial foi iniciada pelo Gabinete do Procurador-Chefe de Antalya contra o jogador de futebol israelense Sagiv Jehezkel por 'incitar as pessoas ao ódio e à hostilidade' devido ao seu gesto feio em apoio ao massacre de Israel em Gaza, após marcar um gol na partida Antalyaspor-Trabzonspor pela Super Lig", escreveu Tunc na plataforma de mídia social X.

O jogador de 28 anos comemorou o gol de empate no jogo de domingo contra o Trabzonspor, que terminou em 1 a 1, na principal liga turca. Ele fez um gesto de coração com as mãos para a câmera e exibiu as palavras "100 dias. 7 de outubro" junto com o símbolo da Estrela de Davi em sua pulseira. O número 100 representa os dias que os reféns estão sob cativeiro do grupo terrorista palestino.

Jogador suspenso

Jehezkel foi suspenso imediatamente pelo Antalyaspor "até novo aviso" após a aparição, enfrentando duras críticas tanto dos torcedores locais quanto da mídia turca. O presidente do clube também afirmou a intenção de rescindir o contrato do jogador.

O Canal 12 relatou no domingo à noite que protestos surgiram em frente aos escritórios do clube Antalyaspor, com manifestantes exigindo a saída de Jehezkel da equipe, conforme mencionado pela mídia local.

O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett criticou a suposta prisão, escrevendo em seu perfil no X: “Esta é a Turquia 2024. Que vergonha, governo turco”.

Ynet informou que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu está ciente dos acontecimentos, e o Gabinete do Primeiro-Ministro, em colaboração com o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Cultura e Esportes, está empenhado em pressionar a Turquia pela libertação de Jehezkel.

Em uma publicação no X noite de domingo, Sinan Boztepe, presidente do clube turco Antalyaspor, afirmou que Jehezkel "agiu contra as sensibilidades de Antalya, Antalyaspor e de nosso país".

Não ficou imediatamente claro se Jehezkel foi suspenso ou demitido do clube de futebol, apesar da promessa de Boztepe de rescindir seu contrato.

A Federação Turca de Futebol (TFF) acrescentou: "Condenamos o comportamento totalmente inaceitável do jogador de futebol Sagiv Jehezkel durante o jogo entre Antalyaspor e Trabzonspor disputado hoje (…) e consideramos apropriada a decisão do Antalyaspor de excluir o jogador de sua equipe".

Massacres do Hamas

Jehezkel está entre milhares de israelenses e apoiadores ao redor do mundo que, no domingo, pediram a libertação de reféns capturados durante os massacres do Hamas em 7 de outubro, nas comunidades do sul de Israel. No ataque terrorista 1.200 pessoas foram assassinadas, principalmente civis, além de 240 reféns, incluindo pessoas de todas as idades.

Imediatamente após o jogo, o Antalyaspor postou uma foto de Jehezkel nas redes sociais para celebrar o gol, mas a removeu minutos depois, conforme relatado pela mídia turca e israelense, devido à reação furiosa dos torcedores e da mídia.

Conforme reportado pelo Canal 12 no domingo, caso o Antalyaspor decida rescindir o contrato com o jogador israelense, que assinou um contrato de três temporadas até junho de 2026 com o clube em setembro de 2023, seria necessário pagar a ele mais de US$ 1 milhão.

Esta não é a primeira vez que a guerra em Gaza se torna um problema para os jogadores israelenses na liga turca de futebol.

Após o início da guerra, Jehezkel e seu companheiro de equipe árabe-israelense Ramzi Safouri decidiram ficar de fora de um jogo, depois que a liga optou por manter um momento de silêncio em solidariedade aos palestinos em Gaza, sem fazer menção ao ataque brutal do Hamas contra Israel que desencadeou o conflito.

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