Adotado ou Rejeitado?

Adotado ou Rejeitado?

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:28

Adoção é o Ato jurídico que cria, entre duas pessoas, uma relação análoga, que resulta na paternidade e filiação legítima, mas mais do que um ato jurídico, é um ato de amor.

Existem dois tipos de adoção na legislação brasileira:

Uma, quando o adotado é maior de 18 anos, prevista no Código Civil Brasileiro, art. 368 e seguintes, dentro do Direito de Família, deferida no interesse dos casais, que é a adoção contratual. Aperfeiçoa-se com a lavratura de escritura, averbada no registro civil de nascimento do adotado.

Outra, é a prevista no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), Lei 8.069/90 de 13 de julho de 1990, que cuida dos interesses dos menores, desassistidos ou não, sem qualquer distinção. Cabem aqui, os casos em que, apesar dos adotados já terem completado 18 anos, já estavam sob a guarda dos adotantes, esperando apenas o desfecho da ação.

No Brasil, é comum um tipo de adoção, que é chamado de "adoção à brasileira" que consiste em registrar uma criança em nome dos adotantes, sem o devido processo legal, isso é considerado crime.

O maior requisito para adotar uma criança, é a disponibilidade de amar. Ser pai ou mãe não é só gerar, é antes de tudo amar (Vera Helena Vianna do Nascimento).  

Quando pensamos em adoção não podemos falar só sobre a questão jurídica, mas pensar também nas questões emocionais que a criança e os pais passam.

Atendi um homem de 28 anos que não conseguia se dar bem na vida, formado em engenharia, não conseguia emprego e estava prestes a entrar em uma depressão, tudo que começava não conseguia terminar, nem seus relacionamentos. Em tratamento conversamos sobre a questão de que ele havia sido adotado e tinha uma grande frustração de não conhecer os pais biológicos, e os pais atuais estavam separados, além disso, não conseguia aceitar a pessoa do pai. Esse homem tinha uma grande pergunta: ?Porque meu pai me rejeitou?

Depois de alguns meses de tratamento conseguimos um resultado excelente, ele pode conhecer seus pais biológicos e saber o porque da rejeição, também aceitou e perdoou os dois pais, dois meses depois conseguiu emprego e hoje está vivendo muito bem.

Os especialistas dizem que se uma criança cresce sem a presença dos pais ele desenvolverá algum transtorno psicológico, pois não terá referências, nem o modelo feminino e masculino e nem a vivência do amor materno e paterno.  

Uma pesquisa feita nos USA relata que as crianças adotadas podem apresentar distúrbios de comportamento, o maior causador disso é o mau trato nos cuidados peri-natais ou os genes dos pais de nascença, mas avisam que não são motivos para pararem a adoção.

Toda criança tem direito de ter uma família, por isso quero aqui incentivar a adoção e o investimento de pais cristãos na vida dessas crianças. Aliás, nós não podemos nos esquecer que também fomos adotados por Deus. Romanos 8:15, Gálatas 4:5, Efésioa1:5. E se nos sentimos rejeitados, podemos nos confortar com esses textos e afastar a possibilidade da rejeição.

Do outro lado da adoção estão os pais, que na grande maioria convivem com a perda de não poder ter filho, todo ser humano não sabe trabalhar bem com perdas. Essa realidade pode atrapalhar na adoção, principalmente quando os pais acabam superprotegendo a criança ou até vivendo frustrações e medos de que seu filho um dia vá embora.

Para que haja uma boa adoção precisa haver uma vida pessoal saudável emocionalmente e no relacionamento dos pais adotivos, isso ajudará a criança adotada a ter saúde integral.

Luiz Henrique de Paula é pastor, doutor em aconselhamento e cuidado de família . Presidente do "Conselho Metropolitano de Pastores e Ministros da Baixada Santista", psicanalista clínico, terapeuta de família e comunitário. Luiz Henrique é também conferencista na área da família e colunista da revista "Lar Cristão". Autor dos livros: "Quem manda na família Hoje". "Manual de Discipulado" e "Manual para a Família". Apresentador do programa de TV Família um Projeto de Deus  Casado com Jocilaine Amaral Machado de Paula, com quem três filhos: Letícia, Larissa e Luiz Daniel.

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