Por que a epidemia de dengue é tão grande no Rio de Janeiro?

Por que a epidemia de dengue é tão grande no Rio de Janeiro?

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:32

Não é de hoje que se sabe que o clima quente e úmido explica por que o Rio de Janeiro tem sido o foco principal das epidemias brasileiras. Mas está longe de ser o único motivo. Precisamos entender por que outras cidades de mesmo clima têm índices menos alarmantes de dengue. É que o mosquito Aedes aegypti faz mais vítimas nas regiões mais densamente povoadas. E nesse quesito, o Rio de Janeiro é campeão: nada menos que 328 habitantes vivem em cada quilômetro quadrado.

Por isso, não basta torcer para que as altas temperaturas deixem nossa cidade, com a chegada do outono. Em grandes concentrações urbanas, os problemas que favorecem a dengue são os de sempre, não só os do verão. São as deficiências na rede de água encanada e na coleta de lixo. Quanto mais comuns são os cortes no abastecimento de água, mais a população é obrigada a ter reservas em latas e baldes. É justamente aí que o mosquito se reproduz. Se o entulho não é recolhido, o mosquito põe ovos na água que se acumula em objetos de plástico ou vidro deixados ao léu.

O momento de combatê-lo é na fase larvar. Depois que ele se torna inseto alado, no período de vida de 20 dias, percorre dois quarteirões, e pica cerca de 300 pessoas. Se uma delas tiver o vírus causador da dengue, o mosquito irá transmiti-lo a outros.

Está redondamente enganado quem pensa que a dengue é problema apenas das favelas. Ao contrário das doenças que proliferam nas periferias onde o esgoto corre a céu aberto, o mosquito da dengue odeia água suja. Ele prefere pôr seus ovos na água parada dos pratos de plantas do quintal, em objetos jogados no terreno baldio ao lado da sua casa ou que foram largados nas ruas e calçadas. Uma boa maneira de combater a dengue é respeitar o meio ambiente, dar a destinação correta ao lixo e não deixar o jardim só aos cuidados da chuva. Seguindo o exemplo deixado por Oswaldo Cruz, precisamos  fazer uma prevenção sistêmica, enfrentando um combate sem tréguas contra o mosquito transmissor da dengue. É o que cabe a todos nós nesse momento! Vamos à luta!

Marcelo Bezerra Crivella , engenheiro civil, mestre pela Universidade de Pretória (África do Sul), é senador da República pelo PRB-RJ, líder de seu partido no Senado Federal e vice-líder do bloco de apoio ao governo.

Contato:  www.marcelocrivella.com.br

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