A força da Fé

A força da Fé

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:32

Este é o primeiro artigo que escrevo para o Portal Guia-me. Pensei, e pensei muito. A responsabilidade da "pena" pesa. Há oito anos quando iniciei meu ministério, passei por um momento desafiador. Seria mais um a vender a mesma idéia e corroborar com o pensamento que estava em voga, ou seria uma voz dissonante, clamando por um retorno aos alicerces da fé.

Escolhi o caminho mais difícil, porém, estar em paz com minha consciência e minha fé, pesou mais. Então vamos caminhar um pouco juntos e ver no que poderemos acordar. Pensemos juntos sobre um pouco de nós mesmos. Quem somos, o que temos feito e onde queremos chegar como Igreja Cristã Protestante Brasileira.

Que tipo de cristianismo vivemos hoje? Qual a verdadeira origem da força da nossa fé? O que prova sermos fortes? O que mais tenho ouvido de pregadores, mesmo na minha igreja, televisão, etc., tem sido as comparações do cristianismo protestante brasileiro em contraponto com o protestantismo americano ou europeu.

Temos nos gabado de igrejas cheias, movimentos poderosos, que em uma década poderemos ser metade da nação. Assumimos rádios e televisões, posições políticas, artistas e famosos agora freqüentam e professam nossa fé, não somos mais uma "seita" de iletrados ou desprovidos de posses. Estamos chegando onde sempre sonhamos, no topo da nação. Ruim? De modo algum! Mas e se a situação fosse revertida, nosso crescimento fosse barrado, nossa liberdade começasse a ser tolhida, uma perseguição velada nascesse? Em que nos tornaríamos?

Preocupa-me deveras o que o púlpito evangélico prega hoje. Que tipo de fé tem sido ensinado e que posicionamentos direcionados? O Cristo declarou que deveríamos "buscar primeiro o Reino de Deus e Sua Justiça e as demais coisas nos seriam acrescentadas".

O Reino de Deus, e Sua Justiça são a chave para vivermos nesta terra. Sem o Reino não adiantam os bens, sem a Justiça não adiantam os louros. Mas ao contrário, muitas vezes, nossas igrejas lotam por pessoas ávidas pelas demais coisas. Não os culpo, é nossa responsabilidade. A fé que eles seguem vem pelo ouvir, e o ouvir dos nossos púlpitos.

Creio piamente em um Deus abençoador, galardoador, que promove a prosperidade. Mas as bênçãos materiais não são a essência do Evangelho. É conseqüência de duas coisas, vontade diretiva do Pai e obediência à Palavra. Que me adianta ganhar o mundo e perder a minha alma?

Céu e Inferno são realidades pregadas desde os primórdios da fé cristã, pelos pais da Igreja.  Evangelho é tomar cruz, é levar o próprio fardo, perder a vida para ganha-la, é abrir mão dos meus sonhos e planos, é seguir o exemplo do Cristo, que mesmo sendo Deus, não usurpou ser igual a Ele, mas humilhou-se, para ser exaltado no devido tempo.

Voltando a pergunta, se perdêssemos a condição de status que temos hoje como "crentes", como ficariam nossos fiéis e irmãos? Creio que se fosse tirada a mensagem da venda barata da cruz, o enfoque exclusivo nos bens materiais, e nas conquistas financeiras, pouco sobraria. Estaríamos sem rumo, igrejas perderiam seu principal mote. Ovelhas estariam desgarradas e a ponto de cair no abismo. Por isso é hora, e urgente, voltarmos aos primórdios da nossa fé, onde ser cristão ainda era sinônimo de comida de leão.

Pense nisso. Que Deus te abençoe.

Ricardo Espindola é pastor, vice-presidente da Igreja Batista Central de Brasília (www.ibcb.org). Co-autor do livro "Os Frutos do Fruto do Espírito". Investe também nas ministrações para a televisão apresentando o programa "Um Novo Dia" que é exibido nacionalmente via TV a cabo e em TVs abertas do Distrito Federal. Graduado em Administração de Empresas pelo UniCeub, exerceu cargos públicos nas esferas federal e distrital, recebendo o título de Oficial da Ordem do Mérito Brasília pelo Governo do Distrito Federal.

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