Durante uma entrevista ao líder do JesusCopy, Douglas Gonçalves, em Boston (EUA), o pastor e escritor Francis Chan fez comentários sobre a Igreja no Brasil e falou sobre a liberdade de adoração.
“Quando chego ao Brasil lembro que posso ser livre”, disse ao comentar que a Igreja americana é mais reservada. “Os brasileiros expressam o que sentem, são muito apaixonados. E eu tenho tendência a ser uma pessoa apaixonada, por isso sinto que me encaixo melhor no Brasil, de muitas formas”, continuou.
Ao contar sobre como se converteu a Cristo, Chan lembra que sua mãe morreu na ocasião de seu nascimento e que seu pai o rejeitou, pensando em dá-lo para adoção. “Minha avó me tirou dele e me levou para Hong Kong, onde vivi por 5 anos”, lembrou.
A avó o mandou de volta para o pai por estar muito idosa. Ele já estava casado e tinha outros filhos. A madrasta morreu num acidente de carro quando ele tinha 7 anos e o pai morreu de câncer quando ele completou 12.
No Ensino Médio, ele foi convidado por amigos a participar de um culto. “Ali ouvi o pastor falar da Bíblia como nunca tinha ouvido antes. Eu já conhecia Deus e acreditava, mas ainda não tinha um relacionamento com Ele”, lembrou.
‘A vida pode acabar em qualquer segundo’
De acordo com Chan, as mortes que presenciou em sua infância o fizeram pensar muito sobre o fim da vida e a eternidade: “A vida aqui pode acabar em qualquer segundo. Então, se esse podcast for a última coisa que eu fizer, eu quero estar pensando na glória de Deus e inspirar pessoas a se apaixonarem por Ele”.
Ao enfatizar que “a vida passa tão rápido”, ele disse que aos 18 anos já pensava em ministério. “Assim que me converti, já comecei a falar de Jesus para os meus amigos. Às vezes, eu perdia a aula porque estava falando do Evangelho para alguém”, contou.
“Quando entendi a diferença entre céu e terra, vida e morte, levei isso muito a sério”, enfatizou e depois falou do motivo pelo qual escreveu o livro “Louco Amor”. Chan disse que Deus o inspirou a escrever as lições aprendidas e passá-las adiante.
‘O dinheiro não me afeta’
Chan compartilhou sobre a época em que lia a Bíblia e depois ia para a igreja pensando: “Deus, como tudo isso é diferente do que eu leio. E eu não tinha ideia de que tantas pessoas tinham o mesmo sentimento”.
Sobre a popularidade e o dinheiro proveniente de seus livros, o pastor explicou que doa tudo para instituições pois já se sente tão feliz com Jesus e não quer perder o coração com as coisas que o dinheiro pode comprar.
“Não consigo imaginar ser mais feliz. O dinheiro poderia me distrair. Quero mostrar ao mundo que o dinheiro não me afeta, pois sou apaixonado por Jesus”, resumiu.
‘A fama é tão traiçoeira’
Depois de declarar que o dinheiro nunca afetou seu coração, Chan disse: “A fama é tão traiçoeira. A primeira vez que vi meu nome impresso, foi muito pecaminoso, meu coração ficou nojento. Houve tanta animação. Houve momentos em que fui forte e me arrependi e outras vezes em que o inimigo me enganou”.
“Eu pensei que estava sendo humilde, mas quando estava a sós com Deus, Ele revelava meu coração e só me mostrava o quanto eu era mau, o quanto estava me tornando egocêntrico, o quanto eu gostava da glória”, disse.
Ao lembrar de um evento que havia vários cartazes com sua foto e seu rosto em várias capas de revista, Chan lembrou: “Eu conseguia ouvir as pessoas falando de mim. Lembro que tocava o louvor ‘Tu és fiel’ e Deus revelou tudo para mim e eu comecei a chorar de soluçar”.
Chan disse que havia se tornado no que não queria, deixando a vaidade invadir sua vida. “Tenho tanta vergonha disso agora. Me arrependo muito”, admitiu.
‘Qual a real intenção do coração?’
Ainda sobre a fama, Chan disse que a reação aos elogios ou críticas é algo muito revelador. “Quanto me incomodam muito, Deus pergunta: Por que se preocupa tanto? É pela sua reputação? Ou se preocupa com a reputação de Deus?’ E essa pergunta é constrangedora”, disse ao mencionar que as pessoas também falam mentiras a seu respeito.
Chan fala também sobre a real intenção do coração e cita o desejo que as pessoas têm de receber dons e de fazer milagres. “Existe realmente amor pelas pessoas em nosso desejo? Por que queremos fazer milagres?”, questionou ao mencionar que na igreja em Corinto as pessoas estavam exibindo seus dons.
‘A Igreja deve ser a luz do mundo’
Ao ser questionado sobre o motivo pelo qual decidiu sair da própria igreja que fundou (House Church), Chan disse que não gostava de ver pessoas de todo o mundo indo lá somente para conhecê-lo.
“Nunca senti paz por ver as coisas centradas em mim. Eu não gostava de ver como a igreja falava mais de mim do que sobre o Espírito Santo”, citou. E sobre a individualidade entre as pessoas, atualmente, Chan faz um alerta sobre a falta de amor.
Ele mencionou que as pessoas conversam e ficam ao celular ao mesmo tempo, digitando: “Os vínculos não são os mesmos que antes, mas Deus nos chama para criar a nossa própria cultura. Como nós, como igreja, vamos ser luz para o mundo?”.
Ao finalizar, ele lembrou que tudo indica a volta de Cristo em breve, então é melhor não se distrair. “É melhor exercitar o autocontrole pelo bem de nossas orações. As pessoas não conseguem nem mais orar ou focar em Deus porque estão com suas mentes distraídas em outras coisas”, concluiu.
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