Análise: "Ressucita" - Ministério Ipiranga

Ressuscita é o sexto álbum gravado pelo Ministério Ipiranga, ministério de louvor pertencente à Comunidade Cristã Ministério Ipiranga, com sede em São Paulo, comandada pelo Ap. Marco Thomazi. Gravado em 22 de agosto de 2009, na comunidade, foi lançado no ano de 2010 pela Canzion – maior gravadora da América Latina. É composto de onze excepcionais canções, que trazem toda aquela qualidade musical e de produção insuperável - que é característica do ministério. 

O CD começou a ser desenvolvido após uma viagem de Davi Passamani aos Estados Unidos. Lá, ele começou a ter as primeiras revelações a respeito de uma música que ele viria a compor – Ressuscita. Pouco tempo depois, em viagem ao Japão, Deus usa a música com uma letra impactante para um mover naquela terra, com vidas restauradas e transformadas.

Ao retornar para o Brasil, começa-se um trabalho com oração no grupo, o que os fez receber a confirmação de que deveriam gravar um novo trabalho, intitulado Ressuscita. 

Vamos começar a análise? 

A capa é bem diferente, em tons de carmim, com várias cruzes e uma pessoa caminhando, dando a ideia de que ela renasceu. Achei interessante. 

Aba Pai abre o CD, com uma mistura de uma bateria pesada e marcante, e uma mescla de instrumentos, como os metais. É uma excepcional, magistral introdução para a canção que se segue. O jogo de vozes do backing no início joga direto pra excelente voz de Davi cantando a canção. Noto nesse CD um crescimento na força e potência dele – algo que desde já começo a salientar. A canção é bem animada em todo o trecho. O pós-coro é espetacular, digno de sair do chão e pular bastante. Canção perfeita pra iniciar o CD! 

Continuamos com Aleluia, que é mais leve, traz um solo masculino, apoiado muito bem por um backing providencial. O coro é simples, mas bem interessante. A letra, idem. Uma música que, para quem estava acostumado a ouvir Ipiranga, faz notar-se como diferente do comum. Não sou muito fã do solo após o coro, mas ele traz uma bela performance da guitarra – assim como na introdução. O baixo dá um bom toque ao andar da canção. 

Uma das minhas favoritas das lentas é Te ofereço meu lar, que começa só na voz de Davi com a condução da guitarra um pouco mais leve e da bateria. Ao longo da canção – principalmente na segunda parte – ela ganha um peso maior. O coro é muito, muito lindo, trazendo uma métrica diferente do comum, mas que se encaixou como uma luva no tempo. O pós-coro ganha um peso muito grande, não só na voz avassaladora de Davi, como também no solo. O aumento de tom é primoroso – não sou fã de aumentar o tom, mas aqui tenho que dar o braço a torcer: não ficaria melhor se não tivéssemos Davi cantando. Acho que falta um pouco do backing em algumas partes. 

O início de Te amo, te quero, oh Pai é conduzido apenas pelo backing, cantando o coro. Muito legal. A introdução é pesada, com a guitarra e a bateria, novamente. Gosto do desenvolvimento da estrofe, não só pela letra como também dos arranjos. São apenas duas estrofes, o que não torna a canção pequena, mesmo assim. Depois da segunda vez, a canção vai ficando mais forte. Um belo solo de uma guitarra antecede uma ministração. 

Chegamos ao ápice do CD, com Ressuscita, de Davi e Winston Venga, que tem o violão na introdução, até jogar para a guitarra e a bateria, muuuuito pesadas – aliás, a essência da canção é a guitarra e bateria bem fortes. A canção tem uma letra forte, muito profunda. O coro é muito bonito: “Ressuscita, oh terra que estava morta, oh vale de ossos secos; volte a respirar”. Gosto muito da ministração cantando “Vida”. No geral, não há motivos para não entender porque foi uma das mais tocadas naquele ano. Apenas uma coisa: não sou grande fã dos gritos de Davi no início. 

Bem mais leve, temos Eu te adoro, te exalto. Um novo solo masculino traz uma canção bonita, cantada ao som do teclado – perfeito, diga-se de passagem. Um coro bem forte, com uma letra que é profunda – só em ver todos cantando a canção. A segunda vez, um pouco mais pesada com a guitarra, não tira a essência da mesma. A canção desemboca em Sei que nasci, com poucas frases, mas uma ministração muito abençoada. Ao final de tudo, temos novamente o coro da canção anterior. Bela dupla. 

Uma das minhas favoritas tem um belo solo de teclado no início, junto do violão. Tudo outra vez, composta por Peter Quintino, é um estilo diferente do que já se viu do ministério. Um backing muito bom acompanha toda a música. O coro, pra mim, é o melhor da canção. Pra variar, temos a guitarra e a bateria ditando o ritmo da canção. Sou obrigado a falar que não fui muito fã da mudança de tom, mas percebeu-se a amplitude da voz do solo masculino. 

A chuva traz um estilo diferente, com a base da guitarra. Tenho a impressão que a canção poderia ser de encerramento do CD, pois não é tão lenta, nem tão rápida. Gosto do coro com Davi na primeira e uma segunda voz por trás. Não é das minhas favoritas, mas eu esperava ver um estilo assim nesse CD. 

Prosseguimos com Acredito no meu Deus, uma ótima canção de júbilo, com uma introdução excelente no teclado e guitarra. A música me lembra em vários momentos a canção Não tenho medo, de André Valadão. O coro é muito bom, não só pela letra fácil, mas também pelo arranjo que se encaixa perfeitamente no restante. Gosto do solo após o coro, antes da subida de tom. A voz de Davi é impressionante, principalmente quando ele faz uma oitava acima. 

Pra encerrar, Novo tempo, de autoria de Davi, é parecida com A chuva. A introdução na guitarra leva até o violão na estrofe, que por sinal é muito bonita. O coro é legal, mas sinto a ausência de um backing vocal mais atuante e presente. O pós-coro é simples, mas vem muito bem. 

Amigos, sem dúvida esse CD marcou todo o ano de 2010. E até hoje vem marcando e restaurando pessoas.