No último sábado (17), por um acidente de percurso turístico em São Paulo, tive a triste experiência de passar no meio de um pedaço do Carnaval de Rua acontecendo próximo a Praça da República. Triste experiência por presenciar bem a minha frente cenas de sexo, drogadição, alcoolismo e bizarrices das mais diversas sem absolutamente nenhum senso crítico. Meu sentimento não foi de julgamento ou surpresa diante daquelas cenas, mas de tristeza! Aliás, sentimento de tristeza e impotência por representar uma instituição que prega a mudança do mundo e acredita na melhora das pessoas.
- Não há o que celebrar diante de tanta violência no Brasil, e principalmente no Rio de Janeiro, cidade comandada por um pastor de uma grande instituição religiosa evangélica.
- Não há o que celebrar diante de igrejas cada vez mais cheias e púlpitos cada vez mais vazios de conteúdo consistente, atual e principalmente autêntico.
- Não há o que celebrar enquanto as pessoas morrem por falta de saúde, justiça e educação neste país, e as igrejas gastando fortunas na manutenção ou construção de seus templos suntuosos.
- Não há o que celebrar diante da imbecilidade de atos proféticos mágicos, enquanto nos faltam atos de amor e compaixão, tirando um pouco a atenção de nós crentes, e dividindo do que temos com aqueles que não possuem.
- Não há o que celebrar diante de uma igreja que engole camelo e coa mosquitos. Preocupada com o que o crente come, bebe, ou faz, enquanto lá fora não há comida, bebida, nem mudança social de fato.
- Não há o que celebrar enquanto a igreja viver buscando a esquizofrenia do leão em cultos de êxtase e se esquecendo da pureza do Cordeiro, da singeleza de coração e do relacionamento sem interesse.
- Não há o que celebrar enquanto o medo, a culpa ou a ganância forem os ganchos para pedir dinheiro na igreja e não o ensino da generosidade, do partir do pão e das orações sinceras.
- Não há o que celebrar enquanto a igreja não entender que ela só existe por causa do Cristo Vivo, e se ela não representa a Sua Mentalidade, ela deixou de ser igreja há muito tempo, e virou um corpo sem cabeça, um defunto, que celebra apenas a si mesma e suas tradições. Sem conexão com o Sagrado e Santo. Custando a vida, os sonhos e as promessas de milhares de crentes sinceros ao redor do mundo e na história da igreja no Brasil.
É por isso que meu sentimento não é de celebração, mas de lamento, tristeza e impotência. Não há o que celebrar, apenas chorar e tentar na pequenez dos meus atos fazer alguma coisa a respeito do que vi, ouvi e chorei!
*O conteúdo do texto acima é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia
O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições