Será que eu estava sonhando? ... Ou não?

Será que eu estava sonhando? ... Ou não?

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:07

 

pastor ocupadoSonhei que estava conversando com um desses pastores da “moda”. E no sonho ele me disse: “Que bom poder usufruir do conforto na igreja. Poder ter um espaço para adorar a Deus que dê condições de prestar atenção apenas na mensagem. Boas cadeiras, ar condicionado, lanchonete, água, berçário com monitores, recursos áudio-visuais, boa música, bons músicos, enfim, uma lista de equipamentos que fazem da igreja, um bom lugar para se estar. Mas isso custa muito dinheiro, as pessoas não fazem idéia, muito mesmo! É preciso ter muita fé para arrecadar milhões para sustentar uma estrutura dessa, sabia?”
 
Fiquei pasmo com a sua afirmação, e ele ainda continuou - “Hoje também é necessário ser um pastor famoso, estampar capas de revistas, dar entrevista em programas, o culto precisa ser televisionado, afinal todo mundo gosta de aparecer na tevê, recentemente contratei uma banda que está fazendo sucesso nas rádios, e na membresia da minha igreja precisam circular sub-celebridades e jogadores famosos, e é claro, tem que ter avião e helicóptero pra dar conta da agenda, enfim, é muito desgastante o ministério hoje. São reuniões e mais reuniões administrativas, existem muitos negócios para fazer a roda girar, você está me entendendo?”
 
Achei engraçado, que ele falava tudo aquilo com muita naturalidade. Ele completou dizendo: “Além disso, o povo gosta de ver que pastor é ungido, que fala com ousadia com Deus, que vive financeiramente como qualquer empresário bem sucedido, com carro importado, com mansão. E a multidão na minha igreja gosta do milagre, da revelação  com emoção, da profecia, a isso só faz o ministério crescer, o dinheiro entrar. É cansativo, mas compensa muito. Nós não temos ainda uma bancada política, mas devagar a gente domina tudo. Afinal somos cabeça e não cauda, né?”.
 
De repente, no sonho, um homem meio mal vestido se aproxima, era calvo, com marcas de cansaço e de tortura. Mas o seu rosto passava uma serenidade contagiante. Se apresentou como missionário, seu biotipo era oriental, meio judeu, barba longa, vestes surradas. Dizia ter percorrido cerca de 25.000km em três grandes viagens, sem nenhum conforto, sem dinheiro, sem glamour.
 
Sua igreja não tinha sede própria, ele ainda nos disse: “Nos reuníamos, nas casas, no grande templo, enfim, onde podíamos celebrar a comunhão, o partir do pão, fazer nossas orações e dividir nossas ofertas entre os necessitados.”
 
Comentou que quando a igreja não podia lhe dar salário, ele arrumava um emprego temporário, fazia talit’s ou tendas de oração, pois essa era a sua profissão quando ainda era rabino, aquilo me soou familiar, perguntei-lhe o nome, e ele respondeu: “Saulo de Tarso, também conhecido como Paulo pelos gregos.” - Fiquei atônito!
 
Revelou que quando pregava, deixava a unção, o poder, o dom, o chamado, os milagres sobre a responsabilidade do Espírito Santo, mostrava para todos que ele e seus amigos de ministério eram homens comuns, sujeitos a todo tipo de provação e luta. E que faziam o que faziam por causa do amor de Cristo, e nada mais os motivava.
 
Olhei aquele pastor da “moda”, e ele olhava Paulo com perplexidade, pois não imaginava que servia ao mesmo Deus de Paulo. Paulo ainda disse que a maioria dos seus companheiros de ministério foram torturados, presos, decapitados pelo fio da espada, mas nenhum negou Jesus, pois estavam firmes em seu chamado, criam em seu Salvador. 
 
Nisso, nossa conversa foi interrompida pelo celular do pastor celebridade, era seu assessor, dizendo que ele tinha que tomar um avião para uma conferência importante a noite em outra cidade com grandes empresários. Ele pediu licença, nos cumprimentou e saiu falando ao celular.
 
Sem acreditar naquilo tudo, virei-me para o apóstolo Paulo e perguntei: “Senti que algo está errado com aquele pastor, as histórias de vocês parecem tão diferentes?” 
 
Então o apóstolo Paulo, com tristeza no olhar me disse: “O Espírito me disse claramente que nos últimos tempos alguns abandonariam a fé e seguiriam espíritos enganadores e doutrinas de demônios. Tais ensinamentos viriam de homens hipócritas e mentirosos, que tinham a consciência cauterizada. De fato, provou-se em vosso tempo que a piedade com contentamento é grande fonte de lucro, pois nada trouxemos para este mundo e dele nada podemos levar; por isso, tendo o que comer e com que vestir-nos, estejam com isso satisfeito. Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, pois o amor ao dinheiro é raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram a si mesmas com muitos sofrimentos.” * 
 
Aí, meu despertador tocou, eu acordei zonzo, e por frações de segundo, eu não sabia se aquilo era um sonho ou realidade? 
 
 
- Pr. Bruno dos Santos
 

Este conteúdo foi útil para você?

Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia

Siga-nos

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições