Noé fez parte da família de seus pais e, depois, já casado, ele começou a sua própria família. Assim, ele passou a viver a responsabilidade sobre sua esposa e sobre seus filhos. E na história de Noé, aparece um personagem que mudaria todo o destino dele e de sua família: Deus!
Noé aceitou um desafio feito a ele, por Deus. Ele deveria construir um abrigo (arca) conforme o projeto dado por Deus (não poderia sair da sua cabeça) e era algo completamente inédito. De sua obediência, fé e disposição, dependeria o futuro dele e de sua família.
É necessário que nós estejamos sempre, em todo o tempo, pensando que as nossas decisões nunca envolvem somente a nós; as nossas decisões sempre vão envolver tudo o que diz respeito a nós, incluindo-se nesse contexto, a nossa família. Todas as vezes que você toma uma decisão, para permanecer naquele lugar ou para sair daquele lugar, você está envolvendo não somente a você, mas a todos que estão ao seu redor.
Ao nosso redor nós temos pessoas, que são nossa família – mas também podem ser amigos ou companheiros, como de trabalho ou igreja. Essas pessoas, que estão temporariamente ou circunstancialmente junto conosco, tudo o que diz respeito a nós terá um efeito, um respingo, sobre aqueles com quem nos relacionamos. Seja por laços de sangue ou por afinidades.
Noé um dia ele resolveu viver com sua esposa e tiveram seus filhos, e toda e qualquer decisão dele teria um reflexo direto sobre sua esposa e filhos. Os filhos acabam ficando debaixo da cobertura dos pais de forma natural. Não há uma opção a eles, pois são resultado do casamento de seus pais, que decidiram ter filhos. Eles também decidem onde vão morar, em quem vão crer. E os filhos acabam sendo influenciados conforme o direcionamento de seus pais. Isso é bíblico (Provérbios 22:6).
Os filhos, durante um bom período de suas vidas, ficam, permanecem com seus pais dentro dessa perspectiva de estarem onde seus pais resolverem estar e viverem como seus pais resolveram viver. Certamente haverá um momento em que os filhos começarão a tomar as suas decisões e começarão a ter atitudes próprias, e aí começa a trazer um outro movimento para a família, porque os filhos exercem uma pressão natural no seio da família. Nós podemos pensar na família como um grande coração. Um coração onde foram colocados, inicialmente, o amor, os sentimentos, as decisões, as escolhas desse homem junto com essa mulher e dessa mulher junto com esse homem.
E quando dentro desse coração, que hoje nós estamos aqui olhando como família, os filhos começam a crescer, esse coração começa a ser dilatado pelo movimento que os filhos trazem. E os filhos, tendo uma forma de pensar, uma forma de compreender, vão movimentar esse coração. Eu penso que esse movimento emocional, afetivo, que é trazido dentro da família, é um movimento como o das águas, o líquido da placenta, ou como as águas do mar onde estava arca.
Existe um movimento. A água sempre se movimenta. Por ela ser líquida, ela se movimenta dentro do frasco, dentro do local onde ela está. Se você tiver que andar rápido com um balde cheio de água na mão, certamente você verá que um pouco dessa água cai do balde e pode te molhar – molhar sua roupa, molhar o chão, molhar o local onde ele estiver.
É interessante, por onde esse balde cheio passar, ele deixará a marca do que tem dentro dele. Se for água, será água; se for uma tinta, vai deixar a marca; se for água limpa vai secar e tudo bem. Mas se for uma tinta, vai precisar fazer raspagem. Onde estivermos, pense nisso, onde você está, você está deixando uma marca. Que tipo de marca você tem deixado? Que tipo de influência, que tipo de saudade, que tipo de esperança você tem deixado onde você está?
Você está passando pela vida de seus filhos – e amigos – com seu balde. Ele está cheio do quê? Porque esse conteúdo transbordará. Será limpo? Ou será algo que precisará de uma força para ser tirado?
Nós, muitas vezes, não percebemos se somos importantes ou se estamos marcando o lugar onde estamos. Precisamos fazer uma visita para dar uma volta dentro de nós mesmos, sabe? Às vezes, a gente visita lojas, supermercados, algum estande de vendas de casa, de apartamentos, mas nem sempre paramos, conscientemente, para fazer uma visita ao nosso mundo interno, para ver como que nós estamos vivendo a cada dia. O que está dentro de nós e que respingará nos outros.
Noé e sua família estavam se relacionando uns com os outros e ficaram assim, em uma quarentena divina, por meses. Eles derramavam seus “baldes” uns sobre os outros. E precisava ter bons conteúdos, ninguém ali tinha para onde fugir! Estavam todos, literalmente, no mesmo barco.
E é essa lição de relacionamento que precisamos ter com nossa família. Precisamos nos examinar a nós mesmos, perceber do que estamos cheios, o que transbordará de nós, pois todos ao redor serão afetados.
Um dia a arca vai pousar, e precisamos que todos estejam íntegros e saiam para cumprir o papel que Deus tem para cada um.
O Pai ama você!
Por Darci Lourenção, psicóloga, pastora, coach, escritora e conferencista. Foi Deã e Professora de Aconselhamento Cristão. Autora dos livros “Na intimidade há cura”, “A equação do amor” e “Viva sem compulsão”.
* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
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