Liberdade, liberdade

Liberdade, liberdade

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:07

Vida cristã é uma expressão que, na verdade, significa jeito cristão de viver a vida. A vida é uma só. Não existe uma fatia da vida que pode ser rotulada de cristã, coisas próprias da prática religiosa, como ir aos cultos, trabalhar na igreja e servir aos pobres, e outra fatia considerada não cristã, como por exemplo fazer negócios, fazer política e fazer amor. O jeito cristão de viver a vida não distingue sagrado de profano, pois todas as coisas criadas por Deus são boas e devem ser desfrutadas com ações de graças. Na verdade, profano é tudo quanto está separado de Deus, e para os cristãos, nenhuma dimensão da vida se enquadra nessa categoria. Por esta razão não consideramos o momento da oração mais sagrado que a atividade profissional, nem o culto de domingo mais sagrado que o café da manhã com a família. Você não precisa nem deve sentir-se culpado por faltar ao culto para dormir um pouco mais no domingo pela manhã, nem tampouco achar que Deus vai ficar bravo se você deixar de dar o dízimo para socorrer um amigo em necessidade ou trocar a televisão de sua casa. O evangelho é a boa notícia de que podemos e devemos desfrutar a vida livres da preocupação quanto às eventuais maldições de Deus em resposta ao que fazemos ou deixamos de fazer. A "liberdade, liberdade" já abriu as asas sobre nós.

Então devemos aproveitar essa liberdade também para reunir os amigos em oração; buscar o ambiente do louvor e da adoração a Deus nas celebrações dominicais; separar tempo no dia-a-dia para a leitura, o estudo, a reflexão e a meditação na Bíblia Sagrada; exercitar a doação financeira generosa através dos dízimos e ofertas; conduzir os filhos no discipulado através dos ministérios oferecidos pela comunidade cristã; dedicar períodos da semana para o trabalho voluntário e a prática da solidariedade através do serviço abnegado; e compartilhar o amor de Cristo com os amigos e familiares.

Sendo verdade que somos livres da obrigatoriedade do que chamamos de práticas religiosas, também é verdadeiro que somos livres para incluir cada uma delas em nossa agenda diária e organizar nosso estilo de vida ao redor de prioridades e atividades orientadas pelos valores cristãos.

Somos livres, tanto para ver televisão quanto para selecionar a programação; tanto para encarar uma cerveja gelada quanto para conhecer nossos limites; tanto para emendar o feriadão quanto para buscar a comunhão na Eucaristia; tanto para investir no conforto pessoal quanto para repartir com os outros nossa colheita abundante.

Foi Paulo, apóstolo, quem assim nos ensinou. Deixou claro que foi para a liberdade que Cristo nos libertou, e nos exortou a permanecermos firmes e não nos dobrarmos novamente a um jugo de escravidão. Mas também nos lembrou que não deveríamos usar essa liberdade para abandonar o que realmente importa. Liberdade implica responsabilidade, pois é verdade que a gente pode dormir a gosto, mas também é verdade que a gente colhe o que planta.

Ed René Kivitz   é mestre em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo, escritor, conferencista e pastor da Igreja Batista de Água Branca, na Zona Oeste de São Paulo, tendo obras e pastorais publicados neste site:   www.ibab.com.br   .  

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