Nos últimos dias vi e ouvi gente lamentando. Muito. Gente de todas as idades. Pelos mais variados motivos, uns justos, alguns bobos, outros egoístas. Ouvi lamentos até de gente que não conhecia, gente que olhou pra mim numa fila qualquer e começou a soltar suas frases de lamento e reclamação.
No geral, as pessoas estão cansadas. Temos encarado realidades sufocantes, que vão minando nossas energias, jogando nossa paciência na lona. Os níveis de irritação e ansiedade aumentam e são facilmente percebidos quando medimos a pressão, quando ouvimos as palpitações do nosso coração.
A boa notícia é que se estamos lamentando, reclamando, praguejando, significa que estamos vivos. Podemos estar insatisfeitos, indignados, desmotivados, mas, acima de tudo, estamos vivos. E estar vivo é uma boa notícia, pois existe chance e esperança no sentido de que as coisas mudem. Não podemos e não devemos nos entregar ao vitimismo, ao derrotismo, sendo fisgados por um laço de lamentações que adoecem.
A sociedade está numa daquelas encruzilhadas históricas e precisa escolher o caminho a seguir. Abusos, escândalos, roubos, mentiras, exploração, maldade, corrupção, adultério, traição, falsidade, injustiça, lascívia, promiscuidade, Mamon, hedonismo, materialismo, secularismo, modernismo, heresia, charlatanismo, terrorismo. Tudo isso nos empurrou pra uma encruzilhada enfrentando uma pressão insuportável.
E pressões, quando aparentemente acima de nossas forças, fazem isso: nos levam a um estado de lamento. Por isso a pertinente pergunta de Jesus em Lucas 18:8, “quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?” É real. E assusta. O volume de cristãos que lamentam só aumenta. Estes são tempos que temos visto uma igreja lamentando tanto, por tudo e por todos, que por vezes tem ultrapassado a linha do lamento e se tornado uma igreja acovardada.
Você não precisa ler pesquisas, muito menos participar de um seminário. Basta olhar a sua volta, olhar para sua igreja, olhar para sua família. Fatalmente você encontrará lamentadores. O que então deveríamos fazer? Seguir o conselho contido no título deste texto, use o fôlego que ainda tem para louvar o Criador.
A coletânea dos Salmos ensina isso. A poesia hebraica toca nas mais profundas feridas, denuncia pecados, expõe a hipocrisia das nações, revela o amor perfeito de Deus, transita com seriedade e temor pelos temas mais preciosos da fé e da vida de todo homem. Porém, quando chega no Salmo 150, no momento de fechar o livro, uma saraivada de glorificações irrompe. Em apenas 6 versos contamos 11 “louvai” ao Senhor pelos seus atos poderosos.
O Salmo 150 marca o final do saltério. E a opção é a de louvar intensamente ao Deus Soberano e Criador de todas as coisas. Não se assuste pelo fato de entender que estamos no final de todas as coisas. Não gaste seu tempo apenas em lamentar, antes, independente do que esteja acontecendo com os rumos deste mundo, louve insistentemente a Deus! Louve o Seu Cristo! Louve ao Espírito! Louve Aquele que fez o céu e a terra, Aquele que a tudo e a todos governa e que voltará para buscar a Sua igreja. Louve!
Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: "Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".
* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
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