Henry Adams afirmou que “a filosofia é composta de respostas incompreensíveis para questões insolúveis.” Filósofos podem até concordar e gostar desta afirmação. O fato é que na vida quem tem perguntas, e todos têm, tem perguntas bastante compreensíveis. A pessoa que quer saber, sabe aquilo que quer saber. Pode-se até achar a pergunta fraca, óbvia, vazia, despretensiosa, porém não subestime o perguntador, ele sabe o que está perguntando.
Justamente porque sabe, o perguntador quer resposta. Ele está atrás de saber o porquê das suas questões, por mais inúteis ou fracas que sejam suas questões na opinião dos outros. Aqui se instala o nó. Em essência, somos todos perguntadores, desde criança questionamos tudo, na adolescência confrontamos tudo, na fase adulta nos damos conta que as perguntas continuam vivas, alimentadas por curiosidades, decepções, ansiedades, necessidades, desejos, buscas.
É então que descobrimos como o tempo pode ser demorado e por vezes lento além do que gostaríamos. Neste ponto muitos que anseiam por uma resposta se encontram com a angústia. E o que é esse sentimento? Em rápidas palavras, angústia pode ser definida assim: “uma percepção psicológica caracterizada pela mudança de humor, perda de paz interior, dor, insegurança, ressentimento, mal-estar e profunda tristeza.” Resumindo um pouco mais, a angústia muitas vezes pode estar ligada e dúvidas em relação ao futuro.
Este futuro para alguns pode ser um encontro na noite do mesmo dia, para outros uma data do mês que vem e, ainda pode ser, o que será daqui dez anos... Tudo isso por conta de respostas tão necessárias, e que simplesmente não chegam na velocidade que se gostaria. Ficamos ali, paralisados, presos sem saber como agir, o que fazer, como dar sequência a projetos, planos e relacionamentos, tudo porque a resposta não vem.
Isto é angustiante. E que tipo de resposta as pessoas querem. Algumas querem respostas positivas no sentido que concordem com as decisões e escolhas que elas já fizeram. Uma grande parte das pessoas, no entanto, não se ilude com esta possibilidade por vezes infantil, a de que Deus tenha de responder caprichos, dando um sim divino apenas para validar planos cheios de falhas.
São pessoas com as quais me solidarizo e procuro sempre reforçar este grupo. Quando faço perguntas minha ansiedade e expectativa é simplesmente que Deus responda. O que Ele vai responder não é o que define minha satisfação. Seja “sim”, seja “não”, seja o que eu queria ou não, seja positivo ou negativo, nada disso é o mais importante. O essencial para mim é que a resposta, seja qual for, seja de Deus, porque só assim sei que estarei no caminho do acerto com a vontade e os valores que o Eterno deseja para minha vida.
Enfim, é complicado escolher azul quando se deveria escolher amarelo. Ou amarelo, quando se deveria escolher azul. Então, o que fazer na ausência de respostas? Aquietar, confiar, entregar e esperar em Deus, pois Ele continua sendo aquele Pai todo poderoso que trabalha para todos que nele esperam e, diferentemente da visão de Henry Adams, para o nosso Deus não existem questões insolúveis.
Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: '"Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".
* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
Leio o artigo anterior: Respeito à ética e à hierarquia ajudaria bastante
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