Chove chuva

Os planos eram um, porém o clima que Deus determinou foi outro, bem fora dos planos de muitos.

Fonte: Guiame, Edmilson Ferreira MendesAtualizado: quinta-feira, 12 de janeiro de 2023 às 15:49
(Foto: Amadej Tauses/Unsplash)
(Foto: Amadej Tauses/Unsplash)

Milhares de famílias fizeram planos, reservaram casas, apartamentos, hotel, pousada. Cada um comprou o pacote que cabia no seu bolso. Em comum, todas essas famílias queriam apenas descansar e curtir uns dias das férias, agora em janeiro, numa praia, num sítio, num cantinho do agrado e ao estilo da sua turma e, claro, todos contavam com o sol de verão que tradicionalmente compõe a paisagem nos janeiros aqui no Brasil.

Só que não. A chuva veio e tá gostando de ficar em nossa companhia. Chove muito. Chove todo dia. Tem chuvinha fraca, média e forte. Tem também temporais que vão arrastando e destruindo o que aparece pelo caminho. Enfim, chove chuva. Chove sem parar.

Os planos eram um, porém o clima que Deus determinou foi outro, bem fora dos planos de muitos. A vida é assim, a gente planeja, projeta, sonha, mas o executar, acontecer e realizar depende totalmente da vontade soberana de Deus. É Ele quem determina nossos caminhos e guia os nossos passos, seja no sol, seja na chuva.

Chuvas insistentes como essas atuais, mudam agendas, até para aqueles que não se programaram pra viajar. Aquele passeio no parque, na praça, no zoo, no clube, tudo é adiado e alterado para outros tipos de passeios e entretenimentos. O churrasco que se pretendia no quintal cede lugar para um par de pantufas, pipoca e filmes, talvez leituras, ou ainda, nada de nada, apenas tédio e frustração.

De novo, no detalhe ou não, no planejamento ou não, no previsto ou não, no que se sonhou ou não, o que prevalece é a soberana vontade do Senhor. Enquanto isso, chove chuva. Irrigando os campos, enchendo reservatórios, dando volume aos rios, transformando paisagens e cenários. Esquece a regata, a bermuda, o bronzeador, e pega o guarda-chuva, a bota, a capa, ou seja, o que não estava nos planos passa a ser o plano.

São apenas os primeiros dias do ano novo. O previsível verão ainda não apareceu como nos acostumamos. Talvez seja essa uma oportunidade para entendermos de uma vez por todas que quem define os tempos e as estações é o soberano Deus. Nada foge ao seu controle. Toda natureza conspira para glorificar seu santo nome, fazer aquilo que lhe agrada e, na linguagem bíblica, estar a disposição dEle para preencher todos os espaços , cada metro quadrado, até que toda terra se encha da Sua presença, glória e poder.

Podemos olhar para estas chuvas como um evento climático que contraria as tendências planejadas para um verão aqui no Brasil. Podemos. Mas também podemos olhar de formas mais poéticas para as chuvas incessantes.

Primeiro como lágrimas que caem do céu, revelando a nós todo o peso e tristeza que estão no coração do Pai ao ver a decadência dos seus filhos amados, gente pela qual deu seu próprio Filho.

Segundo podemos olhar para as chuvas como uma metáfora que tantas vezes cantamos num dos hinos mais tradicionais da cristandade: “Chuvas de bênçãos dos céus!”, e bênçãos em profusão podem ser derramadas sobre nós nas horas mais improváveis, como estas chuvas que simplesmente mudaram a face do verão.

Que o Senhor mude e transforme a face das nossas lutas, esperas, ansiedades, expectativas. Que venham sobre nós os tempos de refrigério do Senhor, tempo no qual Ele nos inunde nas águas do seu Espírito.

Edmilson Ferreira Mendes é escritor, pastor, teólogo, observador da vida.

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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