Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? Foi a pergunta dos magos vindos do oriente. Um rei nasceu, e se um rei nasceu, queremos honrá-lo, vê-lo e sermos abençoados por Ele. Os magos não tinham segundas intenções, era só o que queriam, o desejo era verdadeiro. Porém, sem que ninguém fizesse qualquer pergunta, se adiantaram na justificativa e explicação para a certeza a respeito do menino rei: Porque vimos a sua estrela no oriente, e viemos adorá-lo, Mateus 2.2.
Faz muito tempo que a felicidade de alguns é o motivo da insatisfação e inveja de outros. Relacionamentos saudáveis, bens duramente e corretamente conquistados, carreiras bem sucedidas, famílias norteadas por uma vida íntegra, talentos lapidados e multiplicados, amizades leais, alegria autêntica e pura. Tudo isso deveria gerar apenas admiração e gratidão. Mas, para decepção geral, em muitos também gera inveja e rancor, fazendo brotar lamentos equivocados e comparações que ofendem a Deus. Sim, a Deus. Pois as bênçãos relacionadas neste parágrafo não podem ser resumidas a mérito simplesmente. Elas se tornam possíveis, essencialmente, pela livre vontade de Deus.
Em outras palavras, cada vez que confundo minha inveja com meus lamentos e senso de ter sido injustiçado, ofendo a Deus porque passo a questionar suas escolhas como sendo injustas. Sem falar na tendência que carregamos de julgar e escolher só por aparências. Já encontrei muita gente querendo ter a grana do Bill Gates, nunca encontrei ninguém querendo a vida de Madre Tereza, o máximo que vi foi admiração por sua biografia, só.
Os magos estavam radiantes. Há meses vinham seguindo uma estrela. Ainda que seus interlocutores não vissem a estrela, bastava olhar nos rostos deles, certamente brilhavam. Brilhavam de esperança, alegria e ansiedade pelo momento em que veriam o rei dos judeus. A maioria de nós já viveu momentos de esperança e expectativa: o dia do casamento, a chegada de um filho, a sonhada casa própria. Os magos tinham uma certeza e um motivo incomparavelmente maior para se encherem de expectativas: o menino Jesus. O rei dos judeus havia nascido, eles só queriam a alegria de vê-lo e poderem testemunhar o mais feliz dos natais, o mais significativo nascimento da história.
As palavras dos magos do oriente, para eles mesmos, eram palavras de bênçãos. Mas, para Herodes, foram palavras de perturbação: E o rei Herodes, ouvindo isto, perturbou-se, e toda Jerusalém com ele, Mateus 2.3. Você notou a palavra que se repete nos dois versículos? Se não notou, vou te ajudar. Nos versículos 2 e 3 de Mateus 2 aparece a palavra rei. Herodes não tem dúvida, ele é o rei. Por outro lado, o brilho autêntico de uma alegria espontânea, desconhecida na ditadura do palácio oficial, demonstrada pelos magos, também declaram outra certeza, o verdadeiro rei é um bebê! Uma é a certeza do palácio de Herodes, certeza conseguida através de decretos e leis. Outra é a certeza das ruas, sem um palácio, mas tendo o céu como telhado e estrela no firmamento para confirmar o poder e a força do novo rei!
Para Herodes aquele não era um feliz natal. E Jerusalém, oprimida que era, iria ser perturbada com a perturbação do seu rei humano. Afinal, aquelas perturbadoras palavras dos magos produziram uma certeza no vacilante coração de Herodes: aqui só tem lugar para um rei.
A história de Herodes continua a se repetir. Sem o brilho de Cristo nos corações, o ser humano continua a ser ameaçado por perturbações dos seus líderes que não temem o Rei. Nossas vergonhas continuam sendo escancaradas em meias e cuecas. Nossa gente segue sem ver esperança alguma, nem ao menos, quem diria, em panetones.
O poder do rei Herodes não fez diminuir o brilho da estrela. A perturbação do rei não foi capaz de perturbar a fé, o ideal, o desejo e o alvo dos magos. Contra a política, a tradição, a ameaça e toda regra do poder estabelecido sob o comando de Herodes, os magos seguiram a estrela e encontraram o menino rei. Não permita que opressões, tensões, cansaços, invejas, traições, competições, injustiças e todo tipo de ciladas perturbem você. O menino cresceu, morreu, ressuscitou e venceu por você. E Herodes? Max Lucado está certo: Herodes tinha razão, em Jerusalém não tem lugar para dois reis, apenas para um, Aquele que é reconhecido por bilhões como Senhor dos senhores e Rei dos reis.
Paz!
Pr. Edmilson Mendes
Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: '"Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".
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