Guerra de palavras. Por enquanto

Guerra de palavras. Por enquanto

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:03
BíbliaSomos seis irmãos. Quando crianças tínhamos nossas discussões típicas entre irmãos. Quem fica com a coxa do frango, quem come o último pedaço do pudim, quem vai no banco da frente, quem fica na janela do carro, quem o pai e a mãe amam mais, essas coisas. Tudo simples, até banal, diria. Mas produzia batalhas verbais intensas.
 
Crescemos e a coisa ficou séria. Não entre nós, ufa! Mas na sociedade e seu atual contexto. Nossa geração está presenciando uma guerra que eu, nas décadas que vivo, nunca vi. É a guerra das palavras. Sedutoras, contestadoras, dissimuladas, letais, anestesiadoras, fatais.
 
Se não reparou, não se assuste. Trata-se de uma guerra extremamente raivosa, porém propositalmente sutil. As pessoas ouvem e pensam tratar-se de determinado assunto, mas no fundo outros objetivos estão em foco. Cada qual, cada grupo, cada partido, cada canal vai falando, informando, defendendo e contando a sua versão. Desprevenidos, vamos ouvindo cada uma e todas parecem verdadeiras e cheias de razão.
 
Funciona assim, cristãos andam e agem segundo sua agenda que aponta caminhos, dirige decisões, define parâmetros morais, identifica valores sociais, aprofunda os laços e a ética nos relacionamentos, enfim, ilumina a caminhada. Essa agenda tem um nome que a muitos incomoda: Bíblia. Afinal, para esses “muitos”, como podem milhares se deixarem guiar por um livro milenar e nada moderno?
 
Continuando. Dentre estes cristãos, como em qualquer segmento, alguns se destacam através de variadas mídias falando e defendendo o que pensam e professam. Pronto, a guerra de palavras se instala. Numa sociedade que caiu na armadilha do discurso “politicamente correto”, defender valores bíblicos tornou-se um peso. E um peso que enfrenta um míssil pior que o outro na guerra das palavras.
 
Alguns misseis: Intolerante, preconceituoso, reacionário, fascista, legalista, moralista, retrógrado, radical, fundamentalista, conservador, etc. Se a opinião não for a opinião da patrulha que define o que tem que ser “politicamente correto”, você é taxado como instigador do ódio, do racismo, etc.
 
Um detalhe sutil nesta guerra. Na maioria das situações ataca-se a pessoa e não o seu argumento. É mais fácil fazer colar um rótulo negativo na pessoa do que se abrir para o debate de um ponto de vista, de uma ideia, de um valor. E os ataques são sempre raivosos, irônicos, esculachados e intensos. Ou seja, a liberdade de expressão pela qual tanto se lutou vai ficando refém do que já é chamado de “ditadura do discurso”.
 
Os ambientes nos quais tal realidade mais ganha força e espaço são conhecidos: universidades, veículos de comunicação, seja no jornalismo ou no segmento artístico, e o setor político. Felizmente tem muita gente ainda fazendo o contra-ponto de visões e ideias. Mas a guerra segue firme, violenta e determinada a fazer calar as “antigas e inconvenientes” ideias que o cristianismo trouxe até aqui.
 
Tirem a Bíblia de cena, sumam com os símbolos religiosos, diminuam ao máximo o volume de todo tipo de música cristã, recolham-se aos espaços de culto que a lei permitir, e isso até quando a lei permitir. É para este cenário que estamos caminhando, ganhando aqui, perdendo ali, tudo numa guerra de palavras.
 
O que se tenta matar nesta guerra? A família do modelo judaico-cristão, o modelo definido por Deus. Ou seja, palavra após palavra, está em curso a desconstrução e a fragmentação da família. Afinal, a família no modelo bíblico atrapalha todo tipo de práticas que o discurso “politicamente correto” quer porque quer que sejam aceitas como legítimas e normais.
 
Existe esperança e segurança, pois “seca-se a erva e cai a sua flor, mas a palavra de Deus permanece para sempre”, já disse o profeta. Esta guerra, como todas as outras registradas na história contra a palavra de Deus, será vencida por Aquele que vela por Sua palavra. Não desanime, não se intimide, não se entregue, não pare de falar. O “ide” é para tempos fáceis e também difíceis. Estamos em guerra, tudo bem, porém o Verbo que se fez carne, e que é a Palavra, tem sob controle do seu poder e do domínio do seu amor a palavra que importa, a palavra final.
 
Paz!
 
por Edmilson Mendes
blog: calicedevida.com.br
twitter: @Edmilson_Regina

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