Independência ou sorte?

Penso que informações completas e equilibradas é o que deveríamos receber.

Fonte: Guiame, Edmilson Ferreira MendesAtualizado: quinta-feira, 5 de setembro de 2019 às 15:23
(Foto: iStock)
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“Não ser amado é falta de sorte, mas não amar é a própria infelicidade.” Albert Camus. Sete de setembro chegou, o que anda sentindo nosso Brasil? Falta de amor ou uma total falta de capacidade para amar? Uma mistura dos dois, infelizmente. Sorte significa um tipo de força invencível que conduz o rumo, o destino das vidas. Mas será isso mesmo, estaríamos nós, como nação, abandonados à própria sorte? Será que o brasileiro não ama seu país? E, ao não amar, é causador de sua própria infelicidade? Será?

Para reforçar este aparente desamor, a chamada grande mídia, pelo menos em sua maioria, decidiu que sua pauta seguirá uma agenda negativa. Basicamente é o seguinte, podem acontecer dez realizações boas, até espetaculares, e apenas uma ruim, no contexto político ou econômico da nação, o fato que ganhará visibilidade e destaque será sempre a coisa ruim. E se não tiver nada de ruim? Relativiza o bom, abafa, trata com indiferença até que um fato ruim aconteça e ganhe destaque. Esse, em síntese, é o critério de uma agenda negativa. Como alguém que consome informação, considero danosas ambas as agendas, tanto aquela que é só negativa como a que é apenas positiva, penso que informações completas e equilibradas é o que deveríamos receber.

Quer um exemplo? As queimadas na Amazônia. Devem ser criticadas e fiscalizadas? Por óbvio que sim. Mas pesquise um pouco sobre como andam as queimadas nas principais reservas florestais ao redor do mundo neste momento, você descobrirá que existem queimadas bem maiores, inclusive nas regiões geladas do planeta. Você descobrirá que a atual queimada nem é a maior da história da nossa floresta. Também descobrirá que nossa floresta não é o pulmão do planeta, como oportunistas insistem em repetir. Então perceberá que injustamente somente as queimadas atuais na Amazônia que, registre-se, acontecem todos os anos por essa época, recebem visibilidade e destaque quase que diariamente. Por quê? Uma agenda propositalmente negativa explica, pois só mostra um lado e, mesmo conhecendo o todo, nega uma informação integral que certamente traria mais equilíbrio para o debate.

Não quero nosso país dependendo da sorte. Muito menos com programas e escolhas que o levem para a morte. Quero que a minha geração ajude a continuar nossa vocação para uma pátria com independência. Uma independência responsável, comprometida com seus valores, consciente que esta é a nossa boa terra, pátria da qual para seus filhos mana leite e mel. Senão, vejamos.

8.516.000 km de área. Quinta maior população do planeta, e que população! Gente boa, acolhedora, simpática, um dos povos mais solidários entre os países. Apesar de toda crise, figuramos entre as 12 maiores economias. Quando se fala em soja, café, açúcar, frango, laranja, boi, milho, somos gigantes na produção e exportação. Estradas, aeroportos, uma costa marítima deslumbrante. Criatividade, força de vontade, ampla diversidade cultural, liberdade religiosa, oportunidades nas mais diversas áreas e, entre tantas outras coisas boas, um povo que não desiste, cheio de fé e com coragem pra trabalhar, pra crescer, pra vencer.

Temos muitas virtudes nos vários Brasis que formam nosso Brasil. Mas voltando ao começo, o que vemos diariamente é um ataque insano de brasileiros contra brasileiros. Nada de tapar o sol com a peneira. Temos virtudes e muitas qualidades, mas também temos muitos pecados e ofensas ao Dono desta terra. Espero que Ele ache em mim e em você a pessoa que não encontrou em Ezequiel 22:30: “E busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, e estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse, porém a ninguém achei.”

Brecha vem do francês “breche”, significa abertura, buraco, interrupção, ruptura. Por que Deus procura homens para tapar brechas? Porque por estas pequenas aberturas, concessões e afrouxamento para com os mandamentos do Pai, o mal entra e destrói famílias, casamentos, amizades, empresas, nações. O mundo natural certamente não entende, mas quem é espiritual sabe da importância de estar na brecha da qual Deus fala, pois são as orações dos filhos em todos os lugares, levantando mãos santas em ininterrupta intercessão, que tem sustentado nossa nação.

O Senhor é soberano. Reina em poder. Ergue reis e derruba reis. Escolhe presidentes e derruba presidentes. Ele é Senhor da história. Portanto não apostamos na sorte e sabemos que a morte não é o nosso fim. Por Ele ocuparemos todas as brechas que forem necessárias, para Ele dedicaremos nossa vida e talento, afinal, por hora nossa pátria é aqui, até o dia no qual viveremos numa pátria eterna, promessa garantida a nós, aqueles que somente nEle ganharam verdadeira independência.

Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: '"Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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