Uma das grandes reclamações do brasileiro é em relação aos planos de saúde por conta dos preços, do péssimo atendimento, dos serviços que não cobre, da demora, da ineficiência. Por outro lado, apesar de todas as reclamações, na maioria justas, não dá pra abrir mão, precisamos ter algum tipo de cobertura para o assunto “saúde”. Mas, e quanto ao plano de felicidade? Temos um? É importante?
Se pensarmos em termos de sociedade, o que mais a nossa tenta nos vender diariamente são planos de felicidade. As operadoras de telefonia nos oferecem pacotes de vantagens, as agências de turismo tem a viagem que nos fará felizes, a montadora lançou o carro que nos levará a felicidade, aquele curso, aquela academia, aquela clínica, aquele evento, todos propagam que conduzem a felicidade, até que dois gigantes do fast food tem de admitir publicamente que seu x-picanha não tem picanha e seu x-costela não tem costela! Que mundo é esse que promete muito e entrega pouco? Assim não dá pra ser feliz.
Existe um plano de felicidade e está bem ao alcance de cada um de nós. Encontra-se na poesia do Salmo 128. Logo no primeiro verso somos apresentados a única e verdadeira fonte da felicidade: “Feliz o homem que teme ao Senhor e anda em seus caminhos...”. O Senhor é a fonte, somente Ele. Aqui existe uma explicação profunda, nosso alvo não deve ser a felicidade, nosso alvo precisa ser Deus.
É numa vida de relacionamento constante que vivenciamos e amadurecemos para a felicidade que somente Cristo dá. Na sequência o Senhor mostra o conteúdo desta felicidade: trabalho e família. “Do trabalho de tuas mãos comerás...”, “tua mulher e teus filhos florescerão e produzirão em tua casa...”. São essências que se perderam para as novas gerações, pois hoje o que se busca é grana, não trabalho. Prazeres a qualquer custo, se a família não proporcionar tais prazeres, descarta-se.
Então o salmo chega num ponto que define: “Eis que assim será abençoado o homem que teme ao Senhor...” Ou seja, é “assim”! Não é de outro jeito. A felicidade que Deus oferece e garante encontra-se no caminho da obediência, da comunhão, da partilha, enfim, do relacionamento com Ele. Então, no final da poesia, são inseridos alegria e paz na liturgia que vai de Sião a Jerusalém, lembrando os cantos do povo quando se encaminhava para adorar ao Senhor.
Isso significa para nós que a vida precisa ser litúrgica. Apenas aquelas poucas horas de culto que dedicamos por semana não bastam. A felicidade na sua inteireza pede que tenhamos rotinas culticas, afinal, Deus está em toda parte e lugar, nos vê em todo tempo, nos ama a cada segundo, nos livra sem que saibamos ou notemos, nos dirige a cada passo, portanto precisamos levar um tipo de vida que o glorifique na rua, na padaria, no supermercado, no trabalho, no trânsito, nos pensamentos, na família.
E aí? Já fez seu plano de felicidade? Plano de saúde é aquele que pagamos e não queremos ter de precisar usar, afinal não queremos doenças prejudicando nossa saúde. Já o plano de felicidade proposto por Deus no salmo 128 é de graça, apenas pede relacionamento em prazer e obediência voluntários ao Pai e, no caso deste plano, precisamos usar diariamente, pois é a partir dele que experimentaremos a profundidade de uma felicidade verdadeira.
Edmilson Ferreira Mendes é escritor, pastor, teólogo, observador da vida.
* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
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