Morreram os palmeirenses

Morreram os palmeirenses

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:14

Alguém ainda lembra? Se lembra, é por pouco tempo. Já, já a atenção da mídia, e nossa, se limitará aos confrontos das finais do campeonato. É sempre assim. O interesse pela vida anda tão fugaz quanto a emoção de um gol feio, daqueles meio sem querer. O fato é que com excessão da família e dos amigos, os palmeirenses mortos, daqui alguns dias estarão esquecidos ou substituídos por outras novas tragédias, numa lógica fria que anuncia a morte que estabelece um ponto final por um lado e a vida que segue por outro.

Não existem santinhos nessas mortes. Neste texto, para ficar claro, não acuso a Gaviões. Se provado, desta vez foi com ela. Mas na Mancha, na Independente e na quase totalidade das torcidas, infelizmente vivem acontecendo abusos e tragédias. Coitado do futebol. Pois nessas horas deixa de ser espetáculo esportivo e passa a ser espetáculo de horror, marcando um gol contra atrás do outro.

Insisto, não existem santinhos nesta história, seja qual for a direção que se olhe. Pergunte comigo e tente responder. E o desfile de abusos e péssimos comportamentos, sempre impunes, e sempre exaltados pela mídia, por parte dos jogadores-celebridades? E a constante troca de baixarias por parte dos dirigentes? E o exibicionismo de vários jogadores com armas, mulheres e baladas pra lá de picantes? E as insistentes gozações entre jornalistas que, no lugar de informar e opinar jornalisticamente, desandam a torcer e provocar? E os jogos políticos fabricando resultados que afrontam a paixão de milhões? E o álcool que é vendido em qualquer buraco? E a maconha que, pelo que se ouve e vive sendo noticiado, se consome livremente na maioria dos estádios? Enfim, não seria tudo isso, e muito mais, alguns dos ingredientes potencializadores deste combustível chamado violência que se pratica contra iguais?

Eu sei, a gozação e a zoeira fazem parte da cultura do futebol. Ninguém precisa matar por isso. Concordo. Mas sinto um certo cinismo no ar, aquele quando a brincadeira começa a ficar sem graça e o zoador não se toca. E continua zoando sem que ninguém mais esteja achando qualquer graça, a não ser ele, o chato e inconveniente que não sabe parar, portanto, não sabe seu limite nem o que seja respeito. Uma pena.

Sou torcedor. Vibro, acompanho, sigo, me informo, procuro me relacionar, choro, grito, canto, pulo, enfim, sou torcedor exatamente assim, só que de Jesus Cristo. Tenho um time. Mas meu time não vale a minha vida, Cristo vale. E esta é a questão. Faça o que quiser, amplie o número de policiais, instale centenas de câmeras de segurança, proíba isso e aquilo, nada ou pouco adiantará. Se times continuarem a ser mais que uma religião e seus jogadores-ídolos tornarem-se cada vez mais o modelo para muitos, nada adiantará. Somente Cristo, o craque único que salva, pode restaurar o nosso caos social. Para Ele e por Ele sou capaz de carregar um bandeirão. E só para Ele.

Paz!

 

Por Edmilson Mendes

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