Novo velho. Velho novo.

Vivemos este paradoxo, gente nova com mentalidade de gente velha, e gente velha com mentalidade de gente nova.

Fonte: Guiame, Edmilson Ferreira MendesAtualizado: quinta-feira, 18 de janeiro de 2024 às 16:08
(Foto: Pixabay)
(Foto: Pixabay)

E o ano novo já vai ficando velho, lembrando a todos nós que, sim, o tempo não para. Não espera. Não se abala. Não vacila. Simplesmente segue, inexorável, imparável, indomável. Como água, se não soubermos o que fazer no aqui e agora, ele escorre por entre os dedos da mão, da alma, do coração.

Como o ano novo, conheço pessoas novas que já estão bem velhas. Envelheceram nas ideias, nos planos, nos relacionamentos, nos sonhos, nas expectativas. Não souberam se reinventar. Como se diz, pararam no tempo. O problema é claro, em qual “tempo” exatamente pararam? Complicando um pouco mais, dá pra se parar no tempo?

É triste, mas bem real, gente jovem que por total falta de propósito tem agido como gente velha, sem qualquer alegria quanto ao amanhã. Penso que um tipo de indiferença morna, sem tempero, oca, insensível, é uma boa explicação para o comportamento que chamamos de “parar no tempo”. Quadros assim respondem em parte o parágrafo acima.

Ahhh!!! Mas também conheço gente velha que transborda o vigor de gente nova. Gente que inspira. Gente que soube amadurecer e usufruir a sabedoria que os anos presenteou. Gente que todo dia, de janeiro a dezembro, não importa o dia, quando você se dirige e interage, é como se esse tipo de gente estivesse dizendo: feliz ano novo!!!

Vivemos este paradoxo, gente nova com mentalidade de gente velha, e gente velha com mentalidade de gente nova. Todos são assim? É certo que não. Felizmente uma grande parte sabe usufruir o melhor que a vida dá em cada fase. E quando digo “melhor”, me refiro a vida abundante que o Senhor dá e sabiamente aconselha aos que receberam tal vida: “Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade...”

Ou seja, viva intensamente, sem parar no tempo, o tempo que lhe foi doado hoje, agora, já, aí. Deus tem o máximo, o bem, o bom, a direção, a solução, a bênção... pra este tempo! Seja você novo, seja você velho.

O que me inspirou a escrever este texto? A fala que ouvi de um velhinho por esses dias. Depois de ouvi-lo por um longo tempo, oramos, choramos, nos abraçamos, e então ele concluiu aquele encontro olhando pro infinito e me disse: “Sabe, meu corpo está bem cansado, tenho muitas dependências e insuficiências, é da vida, mas meu espírito está vivo, muito vivo, e cheio de fé pra viver e realizar!!!”

Fui aquecido. Fui renovado. Fui impactado. Feliz ano, velho. Feliz ano, novo. Feliz vida, moço e moça, marido e esposa, vovô e vovó, amigos e amigas. Todos, a uma só voz, sejam felizes, façam outros felizes. Em 2024, andem pelos horizontes de felicidade que somente o Senhor pode proporcionar e, nestes horizontes, seja você a ponte que admira o novo e respeita o velho, estas duas realidades de uma mesma história.

Edmilson Ferreira Mendes é escritor, pastor, teólogo, observador da vida.

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

Leia o artigo anterior: Quem salvará nossa época?

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