O Jogo da Vida

O Jogo da Vida

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:31

Crentes, por princípio, condenam os jogos. Jogos mexem com sorte e azar, destróem famílias, acabam com patrimônios duramente conquistados, viciam, escravizam, infernizam, criam inimigos, desavenças e vinganças. Jogos fazem isso nos bares, nos cassinos, nos lugares impensáveis e proibidos.

Nem todos os jogos se enquadram no parágrafo acima, existem jogos saudáveis e que ajudam a desenvolver o intelecto, o físico, o controle motor. São jogos bem pensados, inteligentes e corretamente indicados para cada faixa etária. Mas existe um jogo que todo mundo joga, goste ou não, bem ou mal, não importa, sabendo muito ou pouco, com ou sem habilidade, somos participantes do jogo da vida.

Sim, "jogo da vida" é só um título popular, mas tem o mérito de fazer-nos compreender com facilidade muitas coisas, como por exemplo a inescapável verdade de que a vida tem regras e, se desrespeitadas, trazem consequências.

A linguagem do dia-a-dia também revela a prática incômoda no "jogo da vida". É comum ouvirmos frases assim: "Apostei tudo naquele amor, mas me decepcionei, perdi!", "usei a estratégia errada naquele negócio, perdi!", "o cara podia ser mais educado, pra que chutar minha canela? Perdi!". Os exemplos poderiam aumentar, mas não é necessário. Creio que ao ler estas frases você até lembrou de algumas frases e expressões que tratam a vida como um jogo, simplesmente um jogo, onde ou se ganha, ou se perde.

Minha percepção diz que este retrato é um mero reflexo deste capitalismo que vivemos, onde todo dia somos informados da queda e da alta do dólar, de quanto a indústria automotiva vendeu, de quanto o país exporta e importa, essas coisas. Coisas que nos tornam competitivos, sempre querendo bater uma meta, ultrapassar, superar.

Se vamos continuar achando que a vida é um jogo, creio que deveríamos nos dedicar à excelência deste jogo, começando por nos tornarmos experts nas suas regras.

Se entendermos regras como mandamentos eu tenho uma dica que facilita, e muito, esta reflexão. Jesus sintetizou os mandamentos num só! Bingo! (Olha aí, "bingo" é outra palavra do mundo do jogo que, vira e mexe, aparece no dia-a-dia do "Jogo da vida"!). Jesus disse que o grande mandamento é amar a Deus e, o outro,  tão importante quanto, é amar o próximo. Eis a regra para se jogar bem o jogo da vida: amor!

Só o amor motiva o respeito, a humildade, a honestidade, a fidelidade, a fé, a obediência. Penso que estas são as regras universais para o bem viver. Porém, vivemos numa sociedade transgressora destas regras e que, lamentavelmente, convive naturalmente com as conseqüências de suas pisadas de bola (!). (Ops! "pisadas de bola", mais um termo falado no dia-a-dia do "jogo da vida"!).

O castigo, a penalidade, a dor, a solidão, a tristeza, a derrota, o choro, escolha o nome que você quiser, mais dia, menos dia, a conseqüência correspondente ao erro surge indesejável, amarga e tragicamente justa.

Um exemplo? Vamos tirá-lo do mundo do esporte, de um jogo. Dia 02 de dezembro de 2007, o Corinthians caiu para a segunda divisão do futebol brasileiro, porém, sua queda começou antes, bem antes. Foram desmandos e negócios nebulosos, um atrás do outro e aí...deu no que deu. Plantou, colheu.

A máxima bíblica, sobre semeadura e colheita, diz que aquilo que o homem semeia é o que ele colhe. Também existe um texto para aqueles que estão jogando de forma íntegra e correta, ele diz assim: "Aquele pois que cuida estar em pé, olhe não caia." I Coríntios 10.12. Sem nenhuma comparação, apenas para constatar, o aviso para tomar cuidado foi feito aos coríntios! Mas não só. O aviso é para mim, para você. Lute para não cair, mantenha-se em pé sustentado pelo amor. I Coríntios 13 diz que, quando o "jogo da vida" terminar, o amor continuará vencendo eternamente. Penso que vale a pena respeitar esta regra.  

Paz!

Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, tendo escrito quatro livros: '"Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".

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