Eles estão nas ruas. Já não suportam mais o estrangulamento social e civil que enfrentam. A situação é inaceitável, desabafam. Portanto protestam. O movimento não para de crescer. Ganhou o nome que serve de título a este texto: os indignados. Quem são eles? O cansado povo grego.
Hoje, 28.06.11, é um tipo de dia Dia D para a Grécia. Todas as repartições públicas estão paradas, várias outras instituições, famílias individualmente, enfim, o povo grego está nas ruas, indignado, aguardando a decisão do seu governo quanto às medidas que serão aprovadas para se tentar sair da crise econômica que os assola.
Fala-se num corte inicial de 150 mil postos de trabalho, aumento de impostos, aumento de preços, arrocho e sacrifício para toda a população. E a indignação cresce. Afinal, a dívida grega não foi contraída pela população. Foi feita por anos de corrupção e gastança sempre acima do arrecadado. Este é o resultado de anos sem fechar a conta. No pacote, ainda existem dívidas das olimpíadas, lembra? Se lembra, não se esqueça, daqui a pouco teremos Olimpíadas e Copa no Brasil, as mãos dos políticos, empresários e outros poucos já estão ansiosas pelo dinheiro que vai jorrar, e nós vamos pagar.
A União Européia está preocupadíssima. Analistas dizem que nem 100 bilhões de euros são suficientes para normalizar a situação da Grécia. A quebra do país afeta toda a Europa e compromete a economia em muitas partes do mundo. Não sei, não entendo, apenas torço para que tais análises sejam exageradas e só. Mas fica a preocupação. Como diria o filósofo grego: Só sei que nada sei.
A Grécia é pequenina se comparada ao Brasil. Mas revela o que já sabemos, o ser humano demora demais para se indignar. Apenas quando está à beira da falência a mobilização voluntária e expontânea acontece. Copa e Olimpíadas são apenas dois temas óbvios quanto a desvios de verba e corrupção, vide exemplo do Pan ocorrido no Brasil. Tem falcatruas na saúde, na educação, na habitação, é muita grana sendo desviada. A conta um dia chegará.
Paulo, apóstolo, olhando realisticamente para a decadência cultural, política e religiosa de sua época, não vacilou, convocou e alertou indignados a não se conformarem com os esquemas do mundo, mas transformarem-se através de um novo entendimento, possível pela ética do reino, posto que boa, perfeita e agradável, pois flui da vontade de Deus.
A Grécia está com o pires na mão. Davi tinha uma pedra. Moisés uma vara. Pires, pedra ou vara, parecem inúteis diante dos aparentemente instransponíveis desafios, e são. A diferença está na fé. Indignação justa com uma fé pura continuam a produzir muitos impossíveis nos seus efeitos.
Paz!
pr. Edmilson Mendes
Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: "Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".
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