Nem bem nascemos, já estamos morrendo. Aquela pele linda e macia do recém-nascido, aqueles olhos curiosos tentando entender o mundo novo fora da barriga da mãe, aquelas bochechas, aquela fofura, enfim, cada hora que passa, cada dia, nada mais é que o processo de envelhecimento traçando o próprio caminho até a morte. Como ironicamente aprendemos, é a vida.
Todo dia as telas de tv se transformam em janelas de sangue com espetáculos deprimentes que assistimos no conforto do sofá. São tragédias e mais tragédias, crimes, atentados, violências, chacinas, vandalismos, catástrofes, caos social. Pode-se até tentar fechar os olhos para se evitar a agressão de tais imagens, mas elas insistirão em aparecer nas redes sociais, nas conversas com amigos e, claro, continuarão cruamente reais independente da nossa audiência.
Morre a criança abandonada. Morre a família faminta. Morrem as vítimas do trânsito. Morrem as vítimas do álcool. Morre o torcedor irresponsável e fanático por um clube. Morre o torcedor boa gente que só queria assistir um jogo e termina assistindo a própria morte por estar no meio de brigas que não provocou. Morre gente na queda do avião. Morre gente no incêndio criminoso. Morrem pessoas nas filas dos hospitais. A morte mata todo dia contra nossa vontade e para nosso desespero.
Artur, o rei do filme que leva seu nome, Rei Artur, num diálogo carregado de tensão e emoção, chega numa altura que afirma o seguinte: “A pior morte é a morte da esperança”. De fato. Ainda que não concordemos com ele, certamente é uma das piores mortes.
E por que é? Simples. Porque a morte da esperança assassina sonhos, motivações, planos, expectativas, projetos, mas mantém as pessoas vivas, porém mortas. Mortas, porém vivas. Viver sem a poesia da esperança correndo nas veias é como enfrentar uma quase morte todo dia. E não são poucos que estão vivendo assim. Os volumes de injustiça e corrupção que assolam nossa nação são tão grandes que carregam em si a força de evaporar esperanças de muitos corações.
Que pena que o rei Artur não foi contemporâneo e amigo de Paulo apóstolo que, segundo sua primeira carta aos Coríntios, no capítulo 13 e versículo 13, afirma que a esperança permanecerá pela eternidade, formando um trio de ouro essencial para nossa própria vida em união com a fé e o amor.
Sim, a morte não é bem vinda, sofremos com separações, enfermidades terminais e exames que apontam os dias finais para vidas que não queriam de jeito nenhum serem impedidas de continuar sua história por aqui. Contudo, em Cristo, nossa esperança é viva, firme e definitiva, pois aponta não para a pior morte, mas para a melhor vida, a vida eterna nEle, por Ele e para Ele.
Paz!
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