Aconselho muita gente que se pergunta o porquê de enfrentar tanta maldade, fraqueza, fofoca, injustiça, traição, mentira, cobiça, inveja, e sempre por parte de pessoas geralmente muito próximas. Ou seja, por que justamente nos grupos com os quais se relacionam, todas essas coisas acontecem?
As comparações, cedo ou tarde, acontecem. Quem sofre emocional e psicologicamente por conta dos comportamentos alheios, via de regra chega na mesma conclusão: Por que tenho que conviver com gente assim? Por que as outras famílias são melhores? Por que as outras igrejas não precisam aguentar crentes falsos como os da minha igreja? Por que os vizinhos dos meus parentes são legais enquanto os meus são insuportáveis? Por que os maridos das minhas amigas são tão gentis enquanto o meu é um poço de estupidez? Por que as esposas dos meus amigos são tão incríveis e a minha é tão sem sal e sem açúcar? Por que...?...
A frase final de Efésios 4:2 é mais profunda do que parece: “... suportando uns aos outros em amor.” Paulo estava preso, e da prisão clamava pela união dos crentes, pois a unidade seria o melhor testemunho que a igreja poderia dar. Tanto naquela época como nessa. Difícil? Muito. Tão difícil que Paulo apela para o amor, pois somente vivendo na dinâmica do amor a unidade seria alcançada satisfatoriamente.
Pense nisso. Um lar dividido, uma família dividida, uma igreja dividida, um grupo de amigos dividido, que exemplo podem dar? Que moral podem ter para falar do evangelho? Portanto o apelo do apóstolo é mais que compreensível, é necessário.
Somente com amor conseguimos entender o porquê de convivermos com pessoas tão difíceis. Mais que apenas compreender, na dinâmica do amor conseguimos enxergar que sofrimentos, lutas e humilhações são necessários e muitas vezes benéficos para nossa formação e crescimento.
Como? Pessoas difíceis é que nos ensinam a perdoar, a tolerar. São elas que desenvolvem a paciência que clamamos a Deus em oração sempre que falamos “Senhor, dá-me paciência!”. São as pessoas complicadas que nos impulsionam para mais consagração e oração. São pessoas fracas e complexas que nos ajudam a percebermos nossas próprias fraquezas e deficiências. Num mundo de perfeitos nem chegaríamos perto de desenvolvermos tais virtudes.
Mas se não houvesse pecado..., argumentam alguns. Sim, sem pecado nada disso teríamos que suportar e aprender. Acontece que vivemos num mundo caído e dominado pelo pecado. Em tal cenário, para abalar o inferno, Deus, através de Cristo, nos ensinou e nos deixou a melhor estratégia, amar. No fim de tudo terão trombetas, cálices, lago de fogo, tribunal, julgamento, juízo, e tudo, absolutamente tudo, será coordenado e consumado pelo grande e inexplicável amor de Deus.
Então entre nessa vibe já, simplesmente ame e aprenda com o amor. Deixe que o mundo diga que somos bobos, tontos. Sem problemas, afinal, as regras do “bateu, levou”, “não levo desaforo pra casa”, “o mundo é dos espertos”, são regras da caída e corrompida visão humana. Os discípulos de Cristo foram ensinados em outro caminho, o caminho que suporta em amor. Quem ensinou? O Mestre Jesus quando, numa cruz, fez questão de não deixar dúvidas: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem.”
Edmilson Ferreira Mendes é escritor, pastor, teólogo, observador da vida.
* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
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