Próxima estação...

Andei muito no metrô de São Paulo. Hoje, pensar uma cidade como a capital sem esse transporte beira o caos. Velocidade, facilidade, economia, são muitos pontos positivos que contam. No começo, me lembro, muitos criticaram, “obra faraônica, pra quê?, São Paulo não precisa disso, essas obras só atrapalham nossas vidas”,... enfim, certamente os que disseram essas coisas, hoje já não diriam mais, imagino.

Minha rotina era simples, num trecho curto e bem rápido. Praticamente todos os dias eu ia da estação Carandiru até a São Bento, e da São Bento pra Carandiru. E só. Mas eu ficava olhando no painel todas as demais estações, ficava imaginando como seriam. Olhava e via que a última se chamava Jabaquara, era muuuuuuito longe, eu pensava.

Até que teve um dia que precisei fazer um serviço para a empresa na qual trabalhava, e este serviço me levou obrigatoriamente à estação Jabaquara. Foi emocionante. Lembro até hoje as sensações: “Hoje vou até a última estação! Hoje vou ver como é o fim da linha! Deve ser muito longe, deve demorar muito, mas vou finalmente conhecer!”. Eram estes pensamentos que tomavam conta das minhas emoções.

Então fui, cheguei, conheci.  Nem demorou tanto. O fato é que chegou e o desconhecido ficou conhecido. Descobri que lá na estação Jabaquara do Metrô, pelo menos naquela época, tinha basicamente tudo que tinha nas demais, pedintes, trombadinhas, ambulantes vendendo de tudo, bares com pastéis, croquetes e coxinhas, padarias com mosquitos sobrevoando nos bolos, sujeira, limpeza, beleza, feiura, tinha tudo que em toda estação tinha.

Fim do mistério. Retornei pra casa e comigo retornou também o fim da curiosidade. Nunca mais precisei ir até a estação Jabaquara. Também nunca precisei. Como já tinha conhecido, também nem tive vontade mais. Mas tem uma estação na vida que é a próxima. Nesta vida. Na minha vida. Na sua vida. Gostemos ou não, na nossa vida. E assim como eu, que um dia tive de ir até a estação Jabaquara, nesta próxima estação todos teremos de ir, queiramos ou não.

Quase que já consigo ouvir a voz. É como a voz do maquinista no Metrô, anunciando em off cada estação que está chegando. Neste tempo o Espírito Santo está dizendo a todos os passageiros, e todos somos passageiros, desta viagem chamada vida: “Próxima estação, Apocalipse.” É pra esta estação que caminha a humanidade.

“Quem viver, verá”, é frase antiga e hoje, bem atual. As Escrituras estão anunciando o fim desde o começo. Os recortes históricos que estamos vivendo encaixam-se absurdamente no sermão profético de Jesus em Mateus 24. O anunciado “princípio de dores” está aí pra quem quiser ver e sentir, ninguém escapa. O detalhe é que da estação Apocalipse não tem volta, pois trata-se da estação final da história como a conhecemos.

Ir para esta estação apenas por curiosidade ou no susto, poderá ser desastroso. Melhor se preparar. Qual a bagagem? É simples, clara e bem objetiva. Mas ao mesmo tempo é desafiadora, é preciso coragem, entrega, resignação e confrontação. Tem mais! Também se requer humildade, obediência e fidelidade. Numa palavra, é preciso fé, pois a bagagem para se ir com segurança a estação Apocalipse é assim explicada por Jesus: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me.” Lucas 9:23.

Que tal? Preparado? Então, pé na estrada, siga o conselho e o convite de Jesus, pois Apocalipse é logo ali. Pela justiça de Deus conheceremos todos esta estação, mas pela graça maravilhosa demonstrada e dada a nós através da cruz de Cristo, partiremos do Apocalipse pra uma nova estação, que terá começo, porém jamais terá fim.

Edmilson Ferreira Mendes é escritor, pastor, teólogo, observador da vida.

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

Leia o artigo anterior: Qual o ano mais difícil no casamento?