Existe o tipo de esperança pessimista. Até espera, mas espera o pior, o ruim, a catástrofe. Lutero, num daqueles momentos pessimistas e realistas demais que todos nós temos, sentenciou: “Quem não for belo aos vinte anos, forte aos trinta, esperto aos quarenta e rico aos cinquenta, não pode esperar ser tudo isso depois.” Entendo o reformador, mas não faltam exemplos de pessoas que experimentaram grandes viradas em suas vidas depois dos cinquenta.
Vitor Hugo, por sua vez, afirmou que “A esperança seria a maior das forças humanas, se não existisse o desespero.” Eis o conflito estabelecido. O desespero desanima a esperança, engole tudo que se esperou, envolvendo sonhos, expectativas, planos e projetos, em lágrimas, decepções, frustrações. Aí, aquela que poderia ser a maior das forças humanas, a esperança, se vê tragada pelo desespero.
Infelizmente muitos estão assim, e cresce o número a cada semana. Gente que estava pra cima lá no começo da pandemia, hoje já está num nível inferior, pra baixo. À medida que as coisas não melhoram muitos vão piorando junto com as estatísticas, com o caos, com os decretos, com as notícias que não param de chegar.
Mas existe outro tipo de esperança, o tipo otimista. Platão, ao observar a vida, percebeu o óbvio: “Não espere por uma crise para descobrir o que é importante em sua vida.” Agora ouça com atenção o conselho de Aristóteles: “A esperança é o sonho do homem acordado.” A racionalidade da frase de Platão e a poesia na frase de Aristóteles resultam num tipo otimista de esperança.
Sonhar acordado, com responsabilidade, equilíbrio e fé, os sonhos que o Senhor tem para cada um de nós, nos ajuda a sonhar com aquilo que de fato é importante em nossas vidas, e não com aquelas coisas que o mercado, a mídia e o sistema tentam nos convencer, coisas geralmente fúteis, materiais, desagregadoras, descartáveis, poeira.
A boa esperança é ensinada pelo salmista: “Esperei com paciência pelo Senhor; ele se voltou para mim e ouviu o meu clamor.” Salmo 40:1. A boa esperança tem um único e suficiente foco: o Senhor! O esperar no Senhor é acompanhado de ação, afinal Ele “ouviu o meu clamor”, ou seja, é uma esperança que clama, que luta, que trabalha, que age.
Essa pandemia vai passar. Nossa geração está sendo testada em seus limites. Estamos numa travessia de mar, de deserto. Isso mesmo, travessia, não moradia. Não ficaremos prostrados e abandonados nessa geografia do desespero, mas haveremos de vencer na terra da esperança. Continue confiando e depositando toda sua confiança no Senhor, Ele está trabalhando e ainda tem muita missão pra cada um de nós.
Edmilson Ferreira Mendes é escritor, pastor, teólogo, observador da vida.
* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
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