No evangelho de João encontramos a intrigante e desafiadora declaração de que existiam ainda muitas outras coisas que Jesus havia feito, grandes ações, grandes milagres, grandes maravilhas, enfim, inconfundíveis sinais, porém o mundo não teria livros suficientes para escrevê-los. Mas aqueles, registrados no evangelho, haviam sido escritos para que pudéssemos crer.
Charles Dickens afirma que “O moralista é como um sinal de trânsito que indica para onde se pode ir numa cidade, mas não vai”. Ele não diz que sinais não são bons, que não orientam, que não indicam o caminho certo, o que ele diz é que estamos rodeados de moralistas que vivem por aquela máxima: Faça o que eu falo, não faça o que eu faço. Tal comportamento acaba por gerar uma certa descrença nos sinais por boa parte das pessoas.
Mas sinais ensinam, abrem os olhos, modificam a visão de mundo, convertem, fazem crer. Eles estão por todos os lados e em todos os lugares. Os chamados “sinais dos tempos” dos quais falam cada sermão profético na Bíblia estão entre nós, caminham ao nosso lado, vivem nas praças e, exatamente por estarem tão próximos, expostos, até escancarados eu diria, muitos de nós nem os notam.
Sabe aquilo que a mídia chama de caos, tragédia, corrupção, mentira, violência? Sabe? Pois é, estão entre os sinais do fim. Um mata o outro pelo simples fato de ter uma opinião diferente. Um anestesia uma mulher muito acima do necessário, sedando-a a fim de que não acorde e nem reaja naquela hora mais sagrada, aquele momento do parto, onde uma vida será gerada, e então a estupra. Milhões de reais que deveriam ir pra respiradores e vacinas vão parar nas contas pessoais de uns poucos que fazem morrer milhões...
Todo dia, toda hora, sinais que confirmam estes tempos repugnantes e difíceis explodem diante de nós. Num volume inacreditável que mais parece uma multiplicação, exatamente como Jesus alertou: “Por se multiplicar a iniquidade...”. São sinais, aumentados, adicionados, multiplicados, todos trazendo espanto e medo.
É então que ouvimos perguntas. Será o fim? Qual a causa de tanta frieza e indiferença para com a vida? Onde está Deus? Neste momento a fala final de Jesus, depois do alerta “Por se multiplicar a iniquidade...”, explica de forma certeira: “o amor de muitos esfriará”. Vivemos exatamente neste tempo. Mais do que amores líquidos, como bem explicou Zigmunt Bauman, vivemos tempos de amores frios, uma quase morte dos afetos e de todos os nobres sentimentos que carrega a palavra amor.
Saia do lamento e do desespero. Sinais ensinam, dão esperança, em última instância, fazem crer, desde que sejam sinais verdadeiros. Todos os sinais do Velho Testamento em relação a Cristo ser quem dizia ser, foram confirmados. Os sinais atuais também serão. No momento já confirmam a palavra profética, que não ilude e nem engana. No futuro, quando o Cristo surgir nas nuvens confirmarão a verdade da nossa crença, eis aí o Senhor que aguardávamos!
São tempos de dores, mas para os que não esfriaram na fé, na obediência, na paciência, na esperança, também são tempos de amores. Um tipo de amor que somente em Cristo se vive, aquele tipo que tudo espera, tudo confia e tudo crê. Aprenda com os sinais, não se deixe levar por ondas, por propostas sedutoras vindas de uma geração altamente hedonista, secularista e materialista. Afinal, como bem expressou Cora Coralina, “Quando as coisas ficam ruins, é sinal de que as coisas boas estão por perto...”
Edmilson Ferreira Mendes é escritor, pastor, teólogo, observador da vida.
* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
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