Atualizando a Palavra de Deus?

Os adeptos da teologia liberal não se ofendem com o pecado contra Deus, entretanto, se ofendem com aqueles que pregam contra o pecado.

Fonte: Guiame, Felipe MoraisAtualizado: terça-feira, 9 de abril de 2024 às 15:53
(Foto: Unsplash/Andrik Langfield)
(Foto: Unsplash/Andrik Langfield)

A Bíblia é mesmo a Palavra de Deus e deve ser levada a sério?

Essa pergunta, embora pareça estranha, é frequentemente levantada por aqueles que defendem o liberalismo teológico. Imaginemos alguém que não acredita totalmente no que está escrito na Bíblia e defende uma “teologia adaptável”, em que todas as pessoas serão salvas, independentemente de suas ações. Essa crença leva a uma enorme tolerância ao pecado, pois a transgressão da palavra de Deus (1 João 3:4) não seria vista como uma ameaça mortal, já que não acredita que exista uma punição eterna (Mateus 18:8,9; 25:41).

Cumplicidade com o pecado alheio

Que tal chamar o pecado de “deslize”? Através de um pseudoamor, os adeptos dessa ideologia abraçam o pecador com seu pecado, utilizando jargões como “não julgueis”. No entanto, Jesus disse: “não julguem segundo a aparência, mas julguem pela reta justiça” (João 7:24). Da mesma forma que somos proibidos de julgar pelas aparências, temos o dever de discernir entre o certo e o errado, segundo a Palavra de Deus, a régua da reta justiça (Hebreus 5:13). Por que essa tolerância ao pecado é um pseudoamor? Simples, o verdadeiro amor alerta sobre os riscos da morte eterna, algo que Jesus e seus apóstolos fizeram (Mateus 5:22,29,30; 10:28; 13:40; João 15:6; Hebreus 10:27, etc.).

Protetores de uma ideologia

Os adeptos da teologia liberal não se ofendem com o pecado contra Deus, entretanto, se ofendem com aqueles que pregam contra o pecado. Então, os que acreditam nas Escrituras como a Palavra de Deus e conservam os fundamentos da sã doutrina (1Timóteo 1:10; 2Timóteo 4:3; Tito 2:1) são rotulados pejorativamente de “conservadores, fundamentalistas, extremistas”, entre outros termos como “fanáticos, religiosos, legalistas”, pelos militantes da ideologia liberal que geralmente são amantes das doutrinas filosóficas do progressismo, que abrange todas as esferas sociais, desde a política à religião.

Atualização, adaptação e redefinição das Escrituras

A Bíblia tem sido sistematicamente atacada por grupos e indivíduos que, embora se professem cristãos, seus ensinamentos não condizem com a Palavra de Deus (Hebreus 10:26,27). Uma das estratégias utilizadas pelos liberais é desqualificar as Escrituras, alegando que elas precisam ser atualizadas, ou que seus conceitos são antigos e precisam ser redefinidos para não ofender a geração atual. Isso nada mais é do que tentar encaixar a igreja no molde do mundo (Romanos 12:2), “mas a palavra do nosso Deus permanece para sempre” (Isaías 40:8; cf. 1Pedro 1:23,25).

Para avançar nesse pensamento de adaptação ideológica, os teólogos liberais sugerem que a Bíblia não é a Palavra de Deus, mas apenas “contém” a palavra de Deus, assim como as palavras do diabo e de outros personagens. Semelhante aos fariseus, por meio de doutrinas estranhas (Hebreus 13:9), eles buscam anular a lei de Deus através de suas “tradições ideológicas” (Mateus 15:2,3,6), ignorando a afirmação de Jesus de que “a Escritura não pode ser anulada” (João 10:35), e “passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão” (Mateus 24:35).

O destino eterno do pecador não arrependido

Queiram ou não, o pecado sempre será pecado e sua consequência é a morte eterna no lago de fogo (Apocalipse 20:14,15; 21:8). No entanto, os adeptos da heresia do universalismo parecem ignorar o fogo do inferno, ensinando que no fim todas as criaturas serão perdoadas e restauradas, inclusive o próprio Satanás!

Está escrito, mas não é isso que acreditam

O motivo de não temerem atacar a Palavra de Deus é que não creem no que está escrito (Mateus 7:21-23). Fazem reinterpretações tendenciosas (2Pedro 1:20), redefinindo cada trecho para agradar aqueles que buscam alívio para a consciência sem a necessidade de um arrependimento genuíno (1Timóteo 4:1,2). Por isso, “sempre aprendem e nunca são capazes de chegar ao conhecimento da verdade” (2Timóteo 3:7), “porque não receberam o amor da verdade” (2Tessalonicenses 2:10).

Assim, sugerem que as Escrituras possuem conceitos ultrapassados, antiquados e, portanto, precisam ser atualizados por serem incoerentes, preconceituosos e intolerantes. Afirmam que essa atualização é necessária para atender às demandas politicamente corretas da sociedade atual. Dessa forma, diante dos nossos olhos, vemos se cumprir o tempo profetizado pelo apóstolo Paulo:

“Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, conforme as suas próprias concupiscências, amontoarão para si mestres, tendo comichão nos ouvidos” (2Timóteo 4:3, NVI).

Conclusão

A teologia liberal, com suas adaptações e reinterpretações, ignora a autoridade da Palavra de Deus e seus ensinamentos sobre o pecado, a salvação e o destino eterno. Cabe aos fiéis discernir e defender a verdade bíblica, resistindo às correntes que tentam subvertê-la.

Declaremos: “Para sempre, ó SENHOR, a tua palavra está firmada no céu” (Salmos 119:89)

 

Felipe Morais é servo temente ao Senhor, e atua como pastor na Igreja Batista do Reino. Pós-graduado em Teologia, é um biblicista apaixonado pelas Escrituras. Comentarista, escritor e cronologista bíblico, atua como professor no YouTube pelos canais Curso Bíblico Online e Devocional Bíblico Online.

* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

 

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