O que os pogroms têm a ver com o Hamas?

O comportamento terrorista, violento e devastador do Hamas, Hezbolah, Estado Islâmico (e os seus apoiadores) contra Israel (e seus defensores) é um pogrom.

Fonte: Guiame, Fernando MoreiraAtualizado: quarta-feira, 22 de novembro de 2023 às 17:18
Memorial do Pogrom de Chisinau. (Foto: Wikimedia/Commons)
Memorial do Pogrom de Chisinau. (Foto: Wikimedia/Commons)

Pogrom não é uma raça.

Pogrom não é uma religião.

Pogrom não é uma nova seita.

Pogrom não está associado ao judaísmo.

Pogrom (погром) é uma palavra Russa que significa, aniquilar, devastar, rebelar-se, mobilizar-se violentamente contra (mob attack). O termo tem se referido, historicamente, aos ataques violentos contra grupos políticos, étnicos e religiosos específicos, sendo mais predominante contra judeus na região da antiga União Soviética e Europa. Historicamente todos os impérios com viés progressistas, extremistas, ditatoriais, imperialistas e populistas se levantaram contra a comunidade judaica e opositores, em algum momento.

O comportamento terrorista, violento e devastador do Hamas, Hezbolah, Estado Islâmico etc. (e os seus apoiadores) contra Israel (e seus defensores) é um pogrom.

Na Bíblia há vários exemplos de pogroms, como o de Hamã contra os judeus, relatado no livro de Ester, capítulo 3 que diz: Hamã ficou furioso, e decidiu liquidar não apenas Mardoqueu, mas todo o povo judeu, e fazê-los desaparecer do território do reino de Assuero.

Hamã resolveu abordar o rei sobre o assunto: “Há um povo de uma certa raça, espalhado por todas as províncias do teu reino, cujas leis são diferentes das leis das outras nações, e que se recusam obedecer às tuas; por isso, não é do interesse do rei deixá-los viver. 9 Se o rei estiver de acordo, publique um decreto que os mande destruir; eu próprio pagarei 10 000 talentos[b] de prata ao tesouro real para as despesas que essa ação implique.”

Se analisarmos a história recente, veremos:

De 1905 a 1920 na Rússia, ocorreram principalmente durante o período pré-revolucionário e os primeiros anos após a Revolução Russa, quando o país estava passando por turbulências políticas e sociais. O antissemitismo gerou pogroms contra os judeus em todo território (antiga União Soviética). Os pogroms eram conduzidos por milícias paramilitares, grupos progressistas, nacionalistas e revolucionários que viam os judeus como bodes expiatórios para os problemas enfrentados pela sociedade.

Na Alemanha Nazista incitando a população contra os judeus e opositores do regime em vigor. Iniciaram com uma propaganda enganosa antissemita, dessensibilizando a população com relação a humanidade dos judeus e opositores do regime Nazista, para o dia em que o massacre fosse colocado em prática, daí surgiram os “ensaios” para a “solução final nazista”:

- Leis raciais de Nuremberg (1935) – incitando agressões físicas, ataques constantes às sinagogas, que foram incendiadas, e depredação dos comércios e casas pertencentes a judeus etc.

- Kristallnacht (noite dos Cristais), em 1938, violência velada contra os judeus e opositores do regime Nazista em toda a Alemanha. O executivo, judiciário e legislativo alemão criaram leis antissemitas e contra os opositores.

- As Einsatzgruppen (Unidades Móveis de Extermínio), em 1939, na Polônia e outros territórios invadidos, receberam ordens para gerar revolta das populações do território soviético conquistado para pogroms.

- Em 1941, os pogroms de Lasi, na região Romena da Moldávia, em que a incitação do ódio, violência e insanidade, pelos soldados alemães Nazistas, se disseminou na população contra os judeus, gerando o assassinato de cerca de 8 mil judeus.

- Ainda em 1941, em Bialystok, Polônia, o povo incitado pelo exército alemão Nazista, foi incentivado ao pogrom, culminando no assassinato de centenas de vizinhos judeus ali.

Mesmo após a 2ª Guerra Mundial, em 1946, em Kielce (Polônia), judeus sobreviventes foram atacados por moradores locais e vários judeus foram assassinados, algo que se repetiu por toda a Europa etc. Muitas vezes, a falsa propaganda, a ignorância e a massa de manobra eram utilizadas para gerar pogroms contra os judeus (e apoiadores). Fatos como dizer que os judeus sequestraram crianças cristãs para sacrificarem em rituais ocultistas como a Páscoa Judaica etc., era comum.

Em 2023, terroristas do Hamas, invadiram Israel, num pogrom devastador contra crianças, idosos e jovens. Destruindo, violentando e aniquilando tudo que se via.

De forma geral os pogroms existem e estão manifestos em todos os antissemitas, militantes progressistas, e nos apoiadores do Hamas, Hezbollah etc. Ninguém que defende um grupo terrorista pode ser visto como inocente, talvez massa de manobra ignorante, mas cúmplice de todas as atrocidades, pogroms, causados pelos terroristas.

As causas dos pogroms são diversas, muitas vezes envolvendo tensões sociais, econômicas e políticas. O antissemitismo desempenha um papel significativo, alimentando a hostilidade contra os judeus e a mobilização de pogroms. A propaganda e estereótipos negativos contribuem para a percepção errônea e prejudicial dessas comunidades. Em termos de consequências negativas, os pogroms deixaram cicatrizes duradouras nas comunidades atingidas, contribuindo para a diáspora e afetando as relações sociais. Além disso, esses episódios destacaram a necessidade de abordar o antissemitismo e outras formas de intolerância.

A Bíblia diz, Não guardem ódio contra o seu irmão no coração... Eu sou o Senhor (Levítico 19:17-18). O ódio gera pogrom. O preconceito gera pogrom. Toda forma de extremismo, violência e progressismo gera pogrom.

Praticar o mal não é uma forma de protestar. Nenhuma forma de mal é boa. A Bíblia diz em Mateus 24:12-14 ARA,  E, por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos. Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo. E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim.

Maranata, Jesus está voltando! Oremos pela paz de Israel, do povo palestino, dos Ucranianos e de todas as nações e povos que estão ameaçados pelas guerras e pogroms.

Fernando Moreira (@prfernandomor) é pastor na Igreja Batista do Povo. Bacharel em Ciência da Computação e Teologia, com mestrado em Ciência da Computação e doutorado em Teologia. É membro da Academia de Letras, Artes e Cultura do Brasil, associado do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). Executivo numa multinacional de tecnologia, mentor de carreiras executivas, membro de conselhos administrativos, palestrante, conferencista e autor de 8 livros.

* O conteúdo do texto acima é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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