De todos os lados somos pressionados, mas não desanimados; ficamos perplexos, mas não desesperados; somos perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não destruídos (2 Coríntios 4:8-9).
A perseguição aos cristãos tem sido intensificada por políticos, juízes e profissionais em diversos campos sociais, como educação, esporte, saúde e política. Essa hostilidade é promovida por indivíduos progressistas, anticristãos, antifamília judaico-cristã e antibíblia. O uso de tecnologias avançadas facilita formas de intimidação, censura e manipulação, ampliando o alcance desses ataques.
Infelizmente, a igreja cristã ainda não compreende plenamente o impacto do compartilhamento excessivo de dados nas redes sociais, a superexposição digital e as consequências dessa vulnerabilidade. Vivemos dias em que os dados digitais podem e serão utilizados contra todos aqueles que não concordam com as pautas do anticristo, progressismo, extremismo e radicalismo. A perseguição digital já começou.
Como alerta o Dr. Michael L. Brown, teólogo e autor de "Jezebel's War with America" (A guerra de Jezabel contra os Estados Unidos): "Vivemos em uma época em que a liberdade de expressão cristã é vista como um ato de intolerância, e as redes sociais se tornaram a nova arena de combate espiritual."
A Bíblia, em I João 2:18, 19 e 22, diz: Filhinhos, esta é a última hora. E, como vocês ouviram que o anticristo vem, também agora muitos anticristos têm surgido; por isso sabemos que é a última hora. Eles saíram do nosso meio, mas não eram dos nossos. Porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco. Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, o que nega o Pai e o Filho. E, em II Timóteo 3:12, o apóstolo Paulo adverte: De fato, todos os que desejam viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.
É essencial que a igreja se prepare, conforme orienta o especialista em segurança digital, Dr. Jeffrey A. Sheler: "Os cristãos devem ser sábios como serpentes e simples como pombas (Mateus 10:16), não apenas em suas palavras, mas também em suas ações online. A proteção de dados e a prudência na comunicação são fundamentais para evitar a armadilha digital que se intensifica a cada dia."
As Dez Principais Tecnologias Usadas para Perseguir Cristãos
1. Deepfake é uma técnica de inteligência artificial (IA) que permite alterar vídeos e fotos para criar falsificações realistas. Através dessa tecnologia, é possível trocar o rosto de uma pessoa em um vídeo por outro, ou modificar o que ela diz. Governos progressistas e grupos radicais têm utilizado essa ferramenta para criar vídeos comprometedores de líderes cristãos, colocando-os em situações que jamais ocorreram. Por exemplo, um pastor pode ser falsamente mostrado em um vídeo participando de atividades ilegais ou imorais, prejudicando sua reputação e até mesmo levando à sua prisão.
2. Inteligência Artificial e Monitoramento. Na China, a IA é amplamente usada para monitorar igrejas e indivíduos. Câmeras de vigilância com reconhecimento facial identificam quem frequenta cultos não autorizados, enquanto sistemas de rastreamento por GPS monitoram os movimentos de líderes religiosos. Um exemplo prático é o uso de drones equipados com câmeras para monitorar reuniões clandestinas de cristãos, resultando em prisões e fechamento de igrejas.
3. Redes Sociais e GPS. Em países como o Irã, as redes sociais são monitoradas para identificar cristãos. Postagens sobre fé podem levar à identificação e rastreamento de usuários via GPS. Por exemplo, uma jovem cristã que posta sobre sua fé no Instagram pode ser rastreada e detida, sendo acusada de proselitismo, uma prática proibida em muitos países islâmicos.
4. Censura Automatizada. Algoritmos são programados para detectar e censurar conteúdo cristão na internet. Termos religiosos como "Jesus", "Bíblia" e "fé" são monitorados em mensagens e postagens, bloqueando automaticamente artigos, vídeos e sermões. Em países como a Arábia Saudita, Coréia do Norte e Irã, a publicação de conteúdos religiosos cristãos pode levar à censura imediata e à suspensão de contas.
5. Espionagem Digital. Governos e grupos extremistas interceptam e-mails e mensagens privadas para monitorar a comunicação de líderes e membros de igrejas. Na Índia, por exemplo, mensagens trocadas entre pastores foram interceptadas, levando à identificação de membros e à perseguição de famílias cristãs, sob a acusação de conversões forçadas.
6. Manipulação de Algoritmos. Algoritmos de busca e redes sociais são manipulados para reduzir a visibilidade de conteúdos cristãos. Em plataformas como YouTube e Google, sermões e artigos que defendem valores bíblicos são ocultados, enquanto conteúdos que promovem novas teologias antibíblicas são amplamente divulgados. Um exemplo é a promoção de vídeos que distorcem o ensino bíblico, minimizando a influência da verdadeira mensagem cristã.
7. Câmeras de Vigilância. Em países como a Arábia Saudita, câmeras de vigilância são posicionadas ao redor de igrejas clandestinas e casas onde os cristãos se reúnem para cultos. Um simples movimento suspeito, como a chegada de um grupo grande de pessoas, pode resultar na intervenção policial, fechamento do local e prisão dos participantes.
8. Rastreamento de Voz. Sistemas de monitoramento de voz, empregados por operadoras de telecomunicações, identificam palavras-chave relacionadas ao cristianismo, como "Jesus", "Bíblia" e "oração". Na Coreia do Norte, conversas telefônicas interceptadas que mencionam práticas religiosas resultaram na prisão de famílias inteiras, enviadas a campos de trabalho forçado.
9. Manipulação de Versões da Bíblia. Em algumas nações, como a China, existem esforços para modificar o conteúdo bíblico, criando versões que se alinhem com as ideologias do governo. Essas versões censuram passagens consideradas subversivas e incorporam elementos do comunismo. Em 2020, um grupo cristão foi preso por distribuir Bíblias não autorizadas, acusados de subversão e propaganda religiosa ilegal.
10. Novas Teologias Antibíblicas. Além da perseguição direta, há uma promoção ativa de teologias distorcidas e ideologias que contradizem os ensinamentos cristãos. Governos totalitários e grupos extremistas apoiam estas ideias para dividir e enfraquecer a comunidade cristã. Um exemplo é a tentativa de impor uma "teologia progressista", que justifica práticas contrárias aos ensinamentos bíblicos tradicionais, causando divisão entre igrejas e desorientando novos convertidos.
Essas tecnologias, quando combinadas com políticas repressivas e ideologias contrárias ao cristianismo, tornam-se ferramentas poderosas de perseguição e controle. Como diz a Bíblia em Efésios 6:12: Porque a nossa luta não é contra carne e sangue, mas contra os principados, contra as potestades, contra os governantes das trevas deste mundo, contra as hostes espirituais da maldade nas regiões celestiais. É crucial que os cristãos estejam conscientes e preparados para lidar com esses desafios, buscando discernimento e proteção divina em tempos de perseguição.
Especialistas em tecnologia, como Klon Kitchen, executivo da Beacon Global Strategies, alertam que a vigilância digital pode ser usada para silenciar vozes cristãs e promover a intolerância religiosa. A neutralidade da tecnologia depende de quem a controla e de como ela é empregada.
Exemplos de Perseguição Digital
China: O governo chinês emprega tecnologias de vigilância digital, como reconhecimento facial, big data e Inteligência Artificial (IA) para monitorar cristãos. Igrejas não registradas pelo governo, são alvo de vigilância, e os crentes que frequentam esses locais são rastreados e presos.
De acordo com a organização Open Doors, a China já deteve milhares de cristãos em 2022, utilizando tecnologias de vigilância sofisticadas para identificar comportamentos religiosos considerados “anormais”. Essa vigilância é uma manifestação moderna do espírito do anticristo, que busca controlar e suprimir a fé (1 João 4:3).
Irã: Em um país onde a conversão ao cristianismo é punível com prisão, os cristãos tentam compartilhar suas experiências e encorajar uns aos outros da melhor forma possível. Até usam de aplicativos ‘clandestinos’, segundo o governo, com comunicação criptografada para orarem e enviarem trechos da bíblia.
O governo monitora conversas em aplicativos de mensagens para identificar e prender cristãos. Em 2021, vários convertidos foram detidos após o governo hackear grupos de discussão religiosos.
Índia: Redes sociais e aplicativos de mensagens são usados para disseminar desinformação e coordenar ataques a cristãos, especialmente em regiões onde o extremismo hindu é forte. A Human Rights Watch relatou que o uso de tecnologia para organizar e executar ataques contra minorias religiosas tem crescido.
Em 2020, extremistas hindus coordenaram ataques a vilas cristãs através de grupos de WhatsApp. Isso reflete a advertência de Paulo em 2 Timóteo 3:12: De fato, todos os que desejam viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.
(Foto: Pixabay)
África Subsaariana: Grupos terroristas como o Boko Haram utilizam drones e espionagem digital para rastrear movimentos de comunidades cristãs antes de realizar ataques, usando essas tecnologias para coordenar ofensivas violentas.
Impacto Global e Respostas
Em países como a China, Irã e Coreia do Norte, a tecnologia é usada sistematicamente para controlar e intimidar cristãos. Organizações de direitos humanos, como a International Christian Concern, documentam esses abusos e usam a tecnologia para conscientizar e mobilizar ações internacionais.
Essas formas de perseguição refletem o alerta bíblico: Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, me odiou a mim (João 15:18). A perseguição aos cristãos continuará, mas eles são chamados a perseverar na fé, sabendo que "no mundo tereis tribulações; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo" (João 16:33).
A tecnologia é uma ferramenta poderosa que pode ser usada tanto para o bem quanto para o mal. Ela intensificou a perseguição aos cristãos, mas também oferece meios para resistência e apoio. Igrejas e organizações precisam estar cientes dos riscos e usar esses mesmos recursos tecnológicos para proteger seus membros e expandir a mensagem do Evangelho em um mundo cada vez mais hostil à fé cristã.
Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Como está escrito: "Por amor de ti enfrentamos a morte todos os dias; somos considerados como ovelhas destinadas ao matadouro". Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou (Romanos 8:35-37).
Segundo o artigo da International Christian Concern, plataformas como a Mayday, ajudam a identificar crises e facilitam intervenções humanitárias em tempo real. Além disso, tecnologias como VPNs (serviço que usa criptografia para proteger conexão com a Internet contra acesso não autorizado. Pode até desligar e encerrar programas específicos em caso de atividade suspeita na Internet), e browsers (programa que permite navegar pela internet) anônimos permitem que cristãos em países restritivos acessem materiais religiosos e se conectem com outros fiéis sem medo de represálias.
Klon Kitchen ainda alerta que o avanço na análise de dados e a ubiquidade de dispositivos móveis tornam cada indivíduo potencialmente rastreável e controlável. Já Rebecca MacKinnon, cofundadora da Global Voices Online, ressalta que "a tecnologia em si é neutra, mas seu uso depende das políticas e intenções humanas", e que em contextos autoritários, a repressão digital é uma ameaça crescente.
Como o apóstolo Paulo enfrentou perseguição e prisão por proclamar o evangelho, os cristãos de hoje enfrentam novas formas de oposição. Entretanto não devemos nos calar. A tecnologia, apesar de seus perigos, também oferece um caminho para que a Palavra de Deus continue a ser proclamada, até os confins da terra (Atos 1:8).
Diferença entre Missões e Evangelismo
A perseguição religiosa não está restrita apenas a contextos de guerra ou regimes autoritários. A expansão das missões e do evangelismo também encontra oposição em sociedades onde a conversão religiosa é vista como uma ameaça cultural ou política. Enquanto o evangelismo envolve a proclamação do Evangelho em qualquer lugar, missões têm um enfoque mais estruturado e muitas vezes em contextos transculturais.
Como a missão Portas Abertas diz: a perseguição inclui atos como restrição, discriminação, oposição, injustiça, intimidação, maus-tratos, agressão física e sexual e até morte.
A tecnologia possui um papel dual na sociedade: pode promover liberdade e conexão, mas também repressão e vigilância. Para os cristãos em países hostis, a era digital traz tanto oportunidades quanto desafios. É crucial que a comunidade internacional, organizações de direitos humanos e os próprios cristãos estejam conscientes e preparados para enfrentar os desafios tecnológicos impostos à liberdade religiosa.
A resposta a essa realidade requer uma abordagem coordenada entre a comunidade internacional, as organizações de direitos humanos e os próprios cristãos, que devem estar conscientes e preparados para os desafios que vêm com a era digital.
Maranata! Ora, vem, Senhor Jesus!
Referências:
1. Navarrette, Lisa. "Has Technology Increased Persecution?" International Christian Concern. Persecution.org.
2. Christian Freedom International. "Internet: A Gift for the Persecuted & Tool for Persecution." Christian Freedom.
3. Smith, S. "Silent heroes": Interactive TV show gives Christians in Iran platform to share testimonies." Christian Post.
4. https://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2024/02/28/o-que-e-deepfake-e-como-ele-e-usado-para-distorcer-realidade.ghtml
5. https://portasabertas.org.br/lista-mundial/paises-da-lista
6. International Christian Concern. “Has Technology Increased Persecution?” Persecution.org.
7. Human Rights Watch. “Religious Violence and Social Media in India.” HRW.
8. Open Doors USA. “China’s Digital Surveillance and the Church.” Open Doors.
9. https://portasabertas.org.br/lista-mundial/entenda-a-perseguicao-aos-cristaos
10. Amnesty International. "Crackdown on Christians in Iran Through Digital Surveillance." Amnesty.
11. Klon Kitchen. "The Dark Side of AI and Digital Surveillance." American Enterprise Institute.
12. Rebecca MacKinnon. "Technology, Repression, and Human Rights." Global Voices Online.
13. The Guardian. "Chinese Authorities Use Facial Recognition to Crack Down on Christians." The Guardian.
14. Signal Users' Privacy Concerns in Iran Amid Increased Surveillance. Wired.
15. Human Rights Watch. "Boko Haram's Use of Drones for Surveillance and Attacks." HRW.
16. Open Doors USA. "China Detains Thousands of Christians Using Surveillance Technology." Open Doors.
Fernando Moreira (@prfernandomor) é pastor na Igreja Batista do Povo em Vila Mariana - SP. Bacharel em Ciência da Computação e Teologia. Mestrado em Ciência da Computação, Doutorado em Teologia e MBA em Vendas, Marketing e Geração de Valor. É membro da Academia de Letras, Artes e Cultura do Brasil, associado do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), executivo de tecnologia, mentor de carreiras executivas, conselheiro administrativo, palestrante, conferencista e autor de vários livros.
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