Hoje, logo cedo, fiz o que o que faço sempre que posso, dar uma olhada em dois ou três jornais on-line. Ao abrir a versão de hoje da Folha de São Paulo, chamou a minha atenção o artigo, "A importância do autocuidado", escrito pela psicóloga e consultora de educação, Rosely Sayão.
Ele me fez viajar. Na viagem, me veio à mente "o verdadeiro filho na fé" (I Tm 1:2) de Paulo, Timóteo. Desde que nasceu, não do sexo, mas de Deus (Jo 1:13), o seu pai, Paulo, cuidou dele com toda atenção.
Por algum tempo, esse cuidado tinha a ver apenas com protegê-lo de quase tudo que havia risco. Sendo um pai que possuía "as suas faculdade exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal" (Hb 5:14) , sabia que o cotidiano espiritual escondia e reservava inúmeras situações, inofensivas para "os adultos no entendimento" (I Co 14:20), mas potencial ou claramente perigosas para "aquele que é inexperiente na palavra da justiça" (Hb 5:13), como era o caso de Timóteo.
Quem ainda não sabia sequer "discernir entre a mão direita e a mão esquerda" (Jn 4:11), não devia, portanto, se aproximar delas sem a assistência espiritual paterna, pois ainda não tinha condições de considerar todo o contexto para tomar o cuidado necessário consigo mesmo. Mas o filho de Paulo cresceu, cresceu "na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo" (II Pd 3:18a).
O pai, então, pouco a pouco, deixou-o arriscar alguns passos com as próprias pernas. Ele, porém, não parou de apoiá-lo. Ficou ali por perto, atrás dele, segurando de leve a sua roupa ou a garupa da bicicleta de rodinhas para poder socorrê-lo e ampará-lo caso perdesse o equilíbrio espiritual. E o seu filho, então, se tornou seguro e maduro. Ele já podia ficar sem o pai (At 17:14) e viajar sem o pai (At 18:5). Já Não falava mais como menino. Já não sentia mais como menino. Já não pensava mais como menino.
Chegou a ser homem. Abriu mão das coisas de menino (I Co 13:11). Agora, o "filho amado e fiel no Senhor" (I Co 4:17) sabia se virar nos trinta. Tinha informação e experiência suficientes para cuidar de si mesmo. Sabia evitar risco espirituais desnecessários. Sabia conter a impulsividade inconsequente. Sabia identificar e avaliar situações espiritualmente complexas. Sabia salvar não só a própria pele, mas o próprio ser.
Sabia fazer amor e não guerra. Sabia cuidar das saúdes. Sabia lidar com o sexo oposto. Sabia chamar na chincha os mais velhos e os mais novos. Sabia cuidar da própria fé. Sabia falar e ouvir. Sabia, enfim, viver a vida para a glória do Pai que está nos céus, porque aprendeu a arte do autocuidado. que é o mesmo que cuidar de si mesmo, atentar bem para a própria vida, ficar firme em seu caráter, manter-se vigilante em tudo quanto faz e pensa, velar por si, olhar por si, prestar atenção em si.
- Genilson Soares da Silva
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