Âncoras da esperança cristã

Quando olhamos para frente (o céu e a segunda vinda) temos motivo de consolo e não de desespero (4:18). Quem não tem esperança se estristece

Fonte: guiame.com.brAtualizado: sexta-feira, 27 de junho de 2014 às 18:00
âncora
âncora

âncoraReferência: 1 TESSALONICENSES 4:13-18

INTRODUÇÃO

1) A doutrina das últimas coisas provoca muitas perguntas e questionamentos. Muitas pessoas vivem angustiadas por não saber o que é a morte, o que acontece depois da morte, para onde a pessoa vai depois que morre ou se vai ter vida depois da morte. Quem não tem esperança se estristece. Frente à morte o mundo pagão reagia com profunda tristeza.
2) Outras pessoas perguntam: quando se dará a segunda vinda de Cristo? O que vai acontecer quando ele vier? Como podemos estar preparados quando ele vier?
3) Há aqueles ainda que escarnecem da doutrina da segunda vinda de Cristo (2 Pe 3:3-4).
4) Este texto nos mostra que a esperança cristã e segura e que podemos encontrar consolo tanto na hora da morte quanto na esperança da segunda vinda de Cristo (4:18; 5:11).
• Os crentes de Tessalônica estavam tristes por pensar que os seus irmãos mortos tinham perecido e não podiam ter nenhuma esperança. O sofrimento em relação aos mortos é agravado pela ignorância acerca do futuro (4:13).
• O mundo grego e romano dos dias de Paulo era um mundo sem esperança (Ef 2:12). Para eles não havia nenhuma esperança para o corpo, que era considerado uma prisão da alma. De fato, à parte de Cristo não há nenhuma esperança real com a vida por vir.
• Em contraste com a desesperança pagã, Paulo mostra a gloriosa esperança dos santos. Ele ensina que a segunda vinda de Cristo será gloriosa tanto para os mortos em Cristo como para os que estiverem vivos. Paulo então, traz uma mensagem de consolo (4:18), fundamentado em cinco verdades gloriosas, que são as âncoras da esperança cristã.

1. A revelação: Nós temos a Palavra de Deus – 4:13,15
• As religiões têm especulado sobre o destino da alma depois da morte. Os filósofos têm discutido sobre a imortalidade. Os espíritas falam na comunicação com os mortos.
• Agora, Paulo resolve este problema, dizendo que não precisamos especular, pois temos uma revelação específica e clara de Deus acerca do nosso destino depois da morte (4:15).
• A Bíblia tem uma clara revelação acerca da morte e da ressurreição (1 Co 15:51-54; João 5:24-29; 11:21-27), bem como acerca da segunda vinda de Cristo (1 Ts 4:13-18). A autoridade da Palavra de Deus dá-nos a segurança e o conforto que nós precisamos.

2. O retorno: Cristo voltará novamente – 4:14-15
• A segunda vinda é a grande ênfase desta carta de Paulo. Paulo abordou a doutrina da segunda vinda de Cristo em quatro perspectivas diferentes: em relação à salvação (1:9-10); serviço (2:19-20; estabibilidade (3:11-13); consolo (4:18).
• Paulo ensina que não é alma que dorme na hora da morte, mas o corpo (2 Co 5:8; Fp 1:23). O ensino do sono inconsciente da alma é uma heresia (Lc 16:19-31; Lc 23: 43; 2 Co 5:8; Fp 1:23; Ap 7:15-17; 20:4). Por isso na segunda vinda os salvos virão com Cristo em glória como um glorioso séquito. Deus trará do céu suas almas, de modo que possam reunir-se rapidamente com seus corpos, e assim partirem para encontrar o Senhor nos ares a fim de permanecerem com ele para sempre (3:13; 4:14).
• Os mortos em Cristo estão dormindo: a) sono é símbolo de descanso; b) sono pressupõe renovação; c) sono implica expectativa de acordar.
• Os mortos em Cristo estão na glória com Cristo. Uma pessoa abordou o pastor cuja esposa havia morrido: “Eu soube que você perdeu a sua esposa. Eu sinto muito.” O pastor respondeu: “Não, eu não a perdi. Você não perde uma coisa ou uma pessoa quando você sabe onde ela está. Eu sei onde ela está. Ela está com Jesus.”
• Os mortos em Cristo virão com Cristo em glória (4:14). Cristo virá com um grande cortejo. Ele será acompanhado de seus anjos e dos remidos.
• Os vivos não terão nenhuma vantagem em relação aos mortos em Cristo na segunda vinda de Cristo (4:15). Para o crente morrer é lucro. A morte não é o fim da vida. Morrer é partir para estar com Cristo no céu. A ressurreição é deixar a terra e encontrar com Cristo em glória.

3. Ressurreição: Os mortos em Cristo resssuscitarão – 4:15-16
• A doutrina da ressurreição era rejeitada pelos gregos (At 17:32). Os gregos achavam que o corpo é essencialmente mau e que por isso a ressurreição deveria ser desprezada. Os saduceus também rejeitavam a doutrina da ressurreição.
• A base da doutrina da ressurreição dos salvos, é a ressurreição de Cristo (4:14). Alguns crentes estavam tendo essa confusão de crer na ressurreição de Cristo sem crer na ressurreição dos salvos (1 Co 15:12-13).
• Mas Paulo diz que quando Cristo voltar e der a sua palavra de ordem, os mortos vão ressuscitar (4:16). A segunda vinda de Cristo será pessoal, visível, audível, poderosa e gloriosa. Os mortos vão ouvir a sua voz e sair do túmulo (Jo 5:28-29). A trombeta soará e os mortos ressuscitarão (1 Co 15:52). Cristo retorna como um Vencedor – “com uma palavra gritada” = A ordem que um oficial dá em voz alta à sua tropa, um capitão de navio aos seus remadores. É uma ordem expressa para que os mortos ressuscitem! “Ouvida a voz do arcanjo e ressoada a trombeta de Deus” = Para os crentes esse sonido trará plenitude de alegria. Ela soará para proclamar a libertação do povo de Deus. Cristo virá para libertação da igreja e julgamento do mundo.
• A ressurreição não é reconstrução, mas é como uma semente. O corpo é uma semente. A flor não é a mesma semente semeada, embora haja uma continuidade entre a semente e a flor. Os crentes receberão um corpo glorificado, semelhante ao corpo da glória de Cristo (1 Co 15:47-57; Fp 3:20-21). O corpo morto é a semente que é sepultada na terra. O corpo ressurreto é a flor que brota da semente.
• Os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro não em relação aos outros mortos, mas aos que estiverem vivos – Paulo não está ensinando duas ressurreições. É evidente, pois, que ambos os grupos, os sobreviventes e os mortos são crentes. Paulo não está traçando um contraste entre crentes e descrentes; como por exemplo, como se os crentes resssuscitassem primeiro, e os descrentes resssuscitassem mil anos depois. Ambos os grupos sobem para encontrar o Senhor nos ares. Ele está trazendo uma palavra de consolo para os crentes em relação ao estado dos que morrem em Cristo (4:15-16).
• A doutrina da ressurreição dos mortos nos garante que a morte não é o fim – A morte não tem a palavra final. A sepultura não é o fim da nossa jornada. O corpo vai descansar. O corpo dorme até a ressurreição, mas a alma vai para a glória (Fp 1:23). Quando Cristo voltar a alma glorificada voltará com Cristo e se unirá ao corpo glorificado e então estaremos para sempre com o Senhor. O Estado Intermediário não é de trevas, mas de descanso e glória!

4. Arrebatamento – Os crentes que estiverem vivos serão transformados e arrebatados para encontrar o Senhor nos ares – 4:17
• A palavra arrebatamento foi usada em vários contextos do Novo Testamento que lançam luz sobre a segunda vinda de Cristo. Não estamos usando aqui arrebatamento com o mesmo sentido usado pelos dispensacionalistas que ensinam que a segunda vinda de Cristo será em dois turnos: um secreto e outro visível. Cremos que a segunda vinda será única, visível, audível e gloriosa.
4.1. Arrebatar rapidamente (At 8:39) – Filipe foi arrebatamento rapidamente da presença do eunuco. Quando Cristo vier no ar, nós os que estivermos vivos, seremos arrebatados rapidamente como num piscar d’olhos (1 Co 15:52). Isso significa que nós devemos viver cada momento na expectativa do retorno de nosso Senhor Jesus.
4.2. Arrebatar pela força (João 6:15) – A multidão estava com o intuito de arrebar Jesus para fazê-lo rei. Cristo nos arrebatará, nos tomará. Nada nos deterá aqui. Nada nos prenderá a este mundo. Seremos arrancados como por uma força magnética. Seremos atraídos a Jesus pelo seu poder para encontrá-lo nos ares.
4.3. Arrebatar para um novo lugar (2 Coríntios 12:3) – Paulo foi arrebatado da terra para o céu. Jesus foi preparar-nos um lugar (Jo 14:3). Quando ele vier, ele vai nos levar para a Casa do Pai. Nós somos peregrinos aqui no mundo. Nossa verdadeira cidadania está no céu (Fp 3:20-21).
4.4. Arrebatar do perigo (Atos 23:10) – Paulo foi arrebatado da turba de judeus que queria matá-lo. O mundo está maduro para o juízo. O mundo sofrerá o ardor da ira de Deus. Mas nós seremos arrebatados. Não fomos destinados para a ira.

5. Reunião – Os salvos estarão para sempre com o Senhor – (4:17-18)
5.1. Este encontro será a festa apoteótica das bodas do Cordeiro. Vai ser o encontro triunfal: As bodas tinham quatro estágios: 1) O compromisso do noivado – Cristo se comprometeu em amor com sua noiva. Ela está se preparando e se ataviando para o seu noivo. 2) A preparação para o casamento – Nesse tempo o noivo paga o dote pela noiva e a noiva se atavia para o noivo. Cristo morreu pela sua igreja e a igreja está se preparando para receber Jesus. 3) O cortejo do noivo à Casa da Noiva com seus amigos – O noivo é acompanhado dos amigos com música até à casa da noiva. Cristo virá com os anjos e os remidos ao som da trombeta de Deus para buscar a sua noiva a igreja. Depois ele volta com sua noiva para a Casa do Pai. 4) As bodas propriamente ditas – Este será o encontro íntimo, eterno, sem fim quando estaremos para sempre com o Senhor.

5.2. Este encontro será glorioso – Teremos, então, um corpo glorificado. Os inimigos de Cristo e da igreja estarão destruídos: a Babilônia, o anticristo, o falso profeta, o diabo, a morte, o inferno, os ímpios. Não haverá mais dor, nem mais lágrimas, nem mais luto. Então se cumprirá o desejo de Cristo, que nós pudéssemos um dia ver sua glória e partilhasse dela (João 17:22-24). Os sofrimentos que nós suportamos hoje serão transformados em glória naquele dia (2 Co 4:17-18; Rom 8:17-19).

5.3. Este encontro será eterno – “E assim, estaremos para sempre com o Senhor” (4:17). O propósito da redenção não é apenas nos livrar da condenação, mas conduzir-nos à comunhão com Cristo para sempre e sempre. Nesse encontro não haverá despedida, nem adeus.

5.4. Este encontro com o Senhor será também o tempo da recompensa – Compareceremos ante o tribunal de Cristo. Vamos prestar conta da nossa vida. Aqueles que edificaram sobre o fundamento com prata, ouro e pedras preciosas receberão galardões (1 Co 3:8-15). O verbo encontrar era usado em conexão com as boas-vindas oficiais concedidas a um dignitário recém-chegado.

5.5. Este encontro marcará uma relação de comunhão profunda dos remidos uns com os outros – Os salvos irão conhecer uns aos outros em glória (Mt 17:1-5; 1 Co 13:12). Seremos uma só família, um só rebanho.

5.6. Este encontro marcará o fim das oportunidades – Desde o momento em que o Senhor surge nas nuvens do céu e se põe a descer, não mais haverá oportunidade para conversão. Sua vinda é absolutamente decisiva. Ele não vem para converter, e, sim, para julgar. Agora é o tempo aceitável; agora é o dia da salvação.

CONCLUSÃO

• Uma das marcas do verdadeiro crente é sua ânsia e expectativa pela segunda vinda de Cristo (1 Ts 1:9-10; 2 Tm 4:8).
• Robert Murray McCheyne, um piedoso pregador presbiteriano, usava perguntar ao seu povo: “Vocês pensam que Jesus voltará hoje?” A maioria deles respondia: “Não, não hoje”. Então McCheyne dizia: “Então, meus amigos, é melhor vocês estarem preparados, porque ele virá em hora que não pensais” (Lc 122:40).
• A morte é um fato da vida. A morte não é um acidente, mas um apontamento. “Ao homem está ordenado morrer uma só vez…” (Hb 9:27). Se você morresse hoje, para onde você iria?”
• Quando olhamos para frente (o céu e a segunda vinda) temos motivo de consolo e não de desespero (4:18). Quem não tem esperança se estristece.


- Rev. Hernandes Dias Lopes

Este conteúdo foi útil para você?

Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia

Siga-nos

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições