“Depois veio a palavra de Deus a Elias, dizendo: Retira-te daqui, e vai para o oriente, e esconde-te junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão. E há de ser que beberás do ribeiro; e eu tenho ordenado aos corvos que ali te sustentem.” (1 Reis 17.2-4)
Os dons espirituais são extremamente úteis para a edificação dos santos, como é o caso das profecias, que muitas vezes são pronunciadas com palavras simples, mas que tendem a alcançar o objetivo pelo qual foi lançada. Conforme está escrito: “Porque em parte [falamos a respeito daquilo que] conhecemos e em parte profetizamos” (1 Coríntios 13.9 – grifo do autor).
Essa voz profética é chamada no judaísmo de “Bat Kol”, que designa “a voz divina”, é uma palavra que representa a uma voz, "filha da voz de Deus”. Trata-se de uma profecia lançada com objetivos específicos, representando uma palavra do Todo Poderoso em favor de um indivíduo, da Igreja ou de uma nação.
O grande profeta Elias levantou-se com autoridade profetizando que não choveria pelos próximos anos, recebendo de Deus a orientação para se dirigir ao ribeiro de Querite, onde beberia da fonte do ribeiro e receberia sustento dos corvos. Ele recebeu aquela palavra profética, aquele “Bat Kol” e obedeceu imediatamente. Elias conheceu a provisão de Deus.
A primeira palavra profética na vida de Elias orientava o profeta a receber o sustento a partir do ribeiro, onde milagrosamente “os corvos traziam-lhe pão e carne de manhã e de tarde; e bebia a água do rio” (1 Reis 17.6). Ele aprendeu através daquela experiência o cuidado que o Senhor tem com aqueles que fazem a Sua vontade.
Mas um dia a água do ribeiro secou, levando o Senhor a lançar um novo “Bat Kol” em favor do profeta: “Então veio a ele a palavra do Senhor, dizendo: ‘Levanta-te, e vai para Sarepta, que é de Sidom, e habita ali; eis que eu ordenei ali a uma mulher viúva que te sustente’” (1 Reis 17.8,9).
Ao chegar ao lugar onde a mulher que lhe daria sustento habitava, para surpresa de Elias, que talvez esperasse uma viúva rica, com muitas posses, a mulher na verdade era extremamente pobre, ao ponto de afirmar que seu último sustento era um pouco de farinha e azeite, então comeria e esperaria a morte.
Elias ouviu o seguinte da boca da mulher: “Vive o Senhor teu Deus, que nem um bolo tenho, senão somente um punhado de farinha numa panela, e um pouco de azeite numa botija; e vês aqui apanhei dois cavacos, e vou prepará-lo para mim e para o meu filho, para que o comamos, e morramos” (1 Reis 17.12).
O profeta havia escutado o “Bat Kol” dizendo que a mulher lhe sustentaria, mas aquela viúva mostrou-se sem condições financeiras para isso e falou o contrário do que Elias esperava ouvir. Aquela mulher estava colocando em dúvidas o que Deus havia dito. Mas a Bíblia diz que “o céu e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão” (Mateus 24.35).
Também está escrito: “Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa; porventura diria ele, e não o faria? Ou falaria, e não o confirmaria?” (Números 23.19).
Portanto, se o “Bat Kol” de Deus havia sido lançado com um propósito, aquele propósito precisava ser cumprido. Por isso, o profeta então teria de chamar a atenção daquela mulher para a promessa divina, pois ela não tinha capacidade de entender o que o Senhor queria fazer. O profeta então ativa aquilo que estava lá, ativa o “Bat Kol” naquela mulher.
Imediatamente ele produz um milagre na vida daquela viúva, multiplicando o azeite que ela tinha e garantindo o sustento para ela e seu filho. Aquele “Bat Kol” estava se cumprindo, pois o milagre produzido na vida da viúva tinha o objetivo de cumprir a promessa de Deus ao profeta Elias, de que ela o sustentaria.
Apesar de Deus muitas vezes falar aos corações, o homem tende a ignorar a voz divina, mas o profeta tem a tarefa de ativar aquilo que está lá dentro do coração do homem. O Senhor fala aos corações, mas também usa seus profetas para confirmar a Sua palavra.
Portanto, quando um “Bat Kol” é lançado, a palavra profética é pronunciada, muitas vezes é necessário ativá-la. O profeta tem o que é necessário para ativar um “Bat Kol”. Sua voz traz a mensagem divina e cabe ao Senhor cumprir aquela palavra, mas o profeta tem a autoridade para requerer a ativação daquela promessa.
A melhor maneira de promover a ativação do “Bat Kol” é através da oferta, quando entregamos para Deus nossas primícias as bênçãos são ativadas. Essas bênçãos atingem os quatro níveis da vida: físico, emocional, material e espiritual.
Segundo a tradição judaica, a viúva que recebeu Elias, oferecendo para ele o pouco que tinha, havia recebido anteriormente outros 6 homens que se diziam profetas, mas nenhum foi capaz de produzir um milagre na vida dela, pois não eram profetas verdadeiros.
Quando a profecia é verdadeira, o “Bat Kol” de Deus sempre se cumpre. Como aconteceu com a viúva: “Da panela a farinha não se acabou, e da botija o azeite não faltou; conforme a palavra do Senhor, que ele falara pelo ministério de Elias” (1 Reis 17.16). Por isso a Palavra de Deus orienta: “Crede nos seus profetas, e prosperareis” (2 Crônicas 20.20).
Por Joel Engel, pastor, líder do Ministério Engel, em Santa Maria (RS) e fundador do Projeto Daniel, que ajuda crianças órfãs em países da África.
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