Deus conhece mais da vida do que nós! Mas Ele não impõe a Sua vontade na Terra. O Todo Poderoso sabe mais sobre o que é melhor para a humanidade, mas respeita o princípio de livre-arbítrio. E, por isso, o tão conhecido adágio popular “a voz do povo é a voz de Deus” – que muitos aceitam como verdade – não tem qualquer respaldo na Bíblia.
A verdade é que nem sempre a vontade do povo reflete a de Deus. Pelo contrário, constantemente o povo faz escolhas que não são aprovadas pelo Senhor. Ainda assim, o Arquiteto da Vida permite que o povo faça suas escolhas. Vemos isso em diversos exemplos da Bíblia, que mostra que mesmo após ter sido alertado, o povo fez escolhas que contrariavam a Deus.
Segundo a Palavra de Deus, um bom exemplo disso foi quando o povo rejeitou a liderança do profeta Samuel, como descrito em 1 Samuel 8:5: “E disseram-lhe: Tu já estás idoso, e teus filhos não andam em teus caminhos; escolhe agora um rei para que nos lidere, à semelhança das outras nações”.
Nesta narrativa, o povo de Israel vivia o tempo dos juízes, no qual Deus levantava homens para exercer autoridade, através do Espírito Santo. Último dos juízes e primeiro dos profetas após Moisés, Samuel era um homem que temia ao Senhor, mas que foi rejeitado pelo povo devido ao comportamento de seus filhos.
Os filhos deste profeta haviam se corrompido e “não seguiram o seu exemplo [...] deixaram-se seduzir e orientar-se pela ganância, aceitaram suborno e perverteram” (1 Samuel 8.3). E, por conta disso, o povo pediu um rei para governar em Israel, um pedido que não refletia a vontade do Senhor.
O relato bíblico então continua: “O Senhor Deus então lhe respondeu em seguida: Atende, pois, a tudo o que este povo te pede, porquanto não é a ti que eles rejeitam, mas sim a minha própria pessoa, porque não desejam mais que Eu reine sobre eles!”.
As palavras que Deus proferiu a Samuel demonstram que o povo queria algo que não estava nos planos d’Ele, mas ainda assim foram atendidos, pois Ele respeita o livre arbítrio. O plano que o Eterno tinha era de Ele próprio fosse o Rei de Israel, governando através dos Seus profetas, mas o povo estava rejeitando tal plano.
Todavia, mesmo não estando nos planos de Deus colocar um homem para reinar, Samuel foi orientado a ungir Saul como monarca em Israel. Um bom jovem, trabalhador e de boa índole, mas que acabaria por corromper-se.
Deus pode usar homens comuns para cumprir o Seu propósito, mas isso não significa que essa seja a Sua plena vontade. Todo o governante que o povo escolher pode fazer a lei que ele quiser, fazer aquilo que achar melhor segundo seus próprios critérios. E, neste caso, não adianta mais orar, pois foi o povo quem fez a sua escolha.
Então, aí entra a nossa responsabilidade com o voto. Pois, neste caso, tudo aquilo que o governante fizer, é de responsabilidade do povo. Se este líder for um corrupto, aquilo que ele desviar terá consequências sobre o povo, que foi justamente quem o elegeu para exercer autoridade.
Voto consciente e bíblico
Quando elegemos nossos representantes, devemos levar em consideração as suas posições sobre aquilo que a Palavra de Deus estabelece. “Será que este representante teme ao Senhor?”; “Ele parece ser uma pessoa honesta?”; “Está disposto a respeitar as Leis de Deus?”
Se diante do risco de um governante corrupto nós nos unirmos para eleger outro que esteja disposto a respeitar a Palavra de Deus, é exatamente isso que devemos fazer. Não adianta apoiarmos aquele que tem o melhor testemunho, mesmo que este seja um servo de Deus, se este não tiver nenhuma chance de vencer.
Precisamos nos lembrar de que o Senhor pode usar homens que não fazem parte de nossa fé, mas que respeitam a Sua Palavra. Foi o que aconteceu com Ciro, conforma a Bíblia relata: “Assim diz o Senhor ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater as nações ante a sua face, e para descingir os lombos dos reis, e para abrir diante dele as portas, que não se fecharão” (Isaías 45.1).
Ele também oferece ao povo uma opção diante da maldade do mundo. Nós sempre veremos o Eterno oferecendo um escape diante de tantas ameaças. Cabe ao povo escolher aquilo que deseja fazer, porém nem sempre escolhe aquele que representa o Reino dos Céus.
Como exemplo disso, basta lembrarmos da escolha que o povo fez diante de Pilatos, quando ele ofereceu a liberdade de Jesus Cristo ou a de Barrabás, que era um bandido. Está escrito: “Portanto, estando eles reunidos, disse-lhes Pilatos: Qual quereis que vos solte? Barrabás, ou Jesus, chamado Cristo?” (Mateus 27.17).
Quem foi o escolhido pelo povo? Foi justamente o bandido, o malfeitor Barrabás. Creio que Deus permitiu aquilo para mostrar que a escolha dos homens nem sempre está de acordo com a Sua. Hoje as coisas ainda são assim.
Concluo, portanto, afirmando que diante do risco de o Partido dos Trabalhadores voltar ao poder, não adiantará de nada apoiar, por exemplo, um candidato evangélico que não tem nenhuma chance de vencer. Mas devemos nos unir em favor daquele que tem tudo para derrotar o PT e que respeita a Lei do Senhor. É exatamente o caso do candidato Jair Bolsonaro (PSL).
Por Joel Engel, pastor, líder do Ministério Engel, em Santa Maria (RS) e fundador do Projeto Daniel, que ajuda crianças órfãs em países da África.
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