Jesus Resgatou o VALOR DA MULHER... - Coluna Pr. Josué Gonçalves

Jesus Resgatou o VALOR DA MULHER... - Coluna Pr. Josué Gonçalves

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:31

É difícil para nós imaginarmos a situação de inferioridade da mulher na cultura dos hebreus, classificadas dentro da camada social mais baixa, juntamente com os escravos e as crianças. Os compartimentos masculino e feminino eram tão diferentes quanto o dia difere da noite. Uma das seis principais divisões da Mishnáh ocupa-se inteiramente de regras acerca das mulheres. Nenhuma das divisões desses comentários, como é óbvio, trata dos homens com exclusividade. A seção da Mishnáh acerca das impurezas, consiste em setenta e nove parágrafos legais sobre contaminações rituais causadas pela menstruação!

As mulheres eram excluídas da vida pública. Quando alguma mulher tinha que sair de casa, cobria-se com dois véus, a fim de ocultar a sua identidade. Um dos principais sacerdotes de Jerusalém nem ao mesmo reconheceu a própria mãe, ao acusá-la de adultério. Mulheres de costumes estritos cobriam-se até mesmo em casa, a fim de que nem mesmo os esteios da casa vissem um fio de cabelo de sua cabeça. Mulheres que se encontrassem em lugares públicos tinham a obrigação de permanecer o menos visível possível. Os rígidos costumes sociais  proibiam os homens de estarem sozinhos com mulheres. Os homens não ousavam olhar para mulheres casadas, e nem mesmo saudá-las na rua. A mulher podia ser divorciada por falar com um homem na rua. As mulheres tinham que permanecer no interior da casa. A vida pública pertencia aos homens.

As donzelas geralmente ficavam noivas aos doze anos e casavam-se um ano mais tarde. Um pai podia vender uma filha sua como escrava ou forçá-la a casar-se com qualquer homem que ele escolhesse, antes mesmo dela atingir os doze anos de idade. Depois dos doze anos, ela não podia casar-se contra a sua vontade. O pai da noiva recebia um considerável presente em dinheiro da parte de seu genro. Em vista disso, as filhas eram consideradas uma fonte de trabalho barato e de lucro fácil.

Na casa, a mulher era confinada a tarefas domésticas. A mulher era uma virtual escrava do marido e lavava o rosto, as mãos e os pés dele. Tida em pé de igualdade com uma escrava gentia, a esposa estava na obrigação de obedecer ao esposo, como se ele fosse seu senhor absoluto. Se a morte ameaçasse um casal, a vida do marido tinha que ser salva primeiro. De acordo com a legislação judaica, somente o marido tinha o direito de divorciar-se da mulher.

A mais importante função de uma esposa era produzir bebês do sexo masculino. A ausência de filhos era tida como um castigo divino. Havia alegria em um lar quando nascia um menino. Mas a tristeza acolhia a menina recém-nascida. Certa oração diária, feita pelos homens, entoava: "Bendito seja Deus, que não me fez mulher". A mulher era o alvo da maioria dos tabus existentes na Toráh. As meninas eram proibidas de estudar a Santa Lei a (Tooráh). As mulheres não podiam se aproximar do Santo dos Santos do templo de Jerusalém, não podiam ir além de um átrio externo especial, chamado átrio das mulheres. E durante sua purificação mensal, devido á menstruação, nem ao menos podiam ficar no átrio exterior.

Mulheres não podiam ensinar. Não podiam proferir a bênção após uma refeição. Não podiam servir de testemunhas em tribunal, pois geralmente eram consideradas mentirosas. Até estrutura do idioma refletia a posição de inferioridade das mulheres. Os adjetivos hebraicos para "piedoso", "justo" e "santo" não tem a forma feminina no Antigo Testamento.

Foi em tal contexto, pois, que Jesus, tendo pleno conhecimento da situação, revirou os rígidos costumes sociais, ao permitir que mulheres O seguissem em público. O tratamento que Ele dava às mulheres subentendia que ele as via como iguais aos homens diante de Deus. Em uma reviravolta chocante,  ele afirmou que as prostitutas entrariam no reino de Deus antes de certos homens judeus, que eram justos aos próprios olhos (Mt. 21"31). A proeminência dada à mulher, nos Evangelhos, bem como nos contatos sociais de Jesus com elas, confirma a irreverência Dele diante desses compartimentos sexuais. Ele não titubeou em violar as rígidas normas sociais a fim de elevar a mulher a uma nova dignidade e a uma posição social mais elevada.

Exemplo de atitude de Jesus com as mulheres:

1) O diálogo com a mulher samaritana (Jó 4:1-42).

Samaria ficava encravada entre duas áreas judaicas; a Galiléia ao norte e a Judéia ao sul. Os judeus que viajavam entre essas duas regiões, geralmente constornavam a Samaria a fim de evitar serem atacados.

No episódio que estamos frisando, Jesus tomou o caminho mais curto e atravessou a Samaria. E ficou esperando sozinho a beira de um poço, enquanto os Seus discípulos tentavam comprar alimentos em uma aldeia próxima. Nisso vai se aproximando uma pessoa com três estigmas pendurados no pescoço: primeiro - mulher; segundo - samaritana; terceiro - namoradeira. Jesus, pois, pediu-lhe um pouco de água. Em um segundo, Ele arruinou todas as normas sociais cujo desígnio era impedir tal comportamento. Jesus não somente estava sendo amistoso com essa mulher. Seu pedido simples de água desmonta cinco regras saciais tradicionais: (1) Em primeiro lugar, Jesus violou certas regras territoriais. De acordo com elas, não lhe competia achar-se ali. A Samaria ficava fora do compartimento judaico. Jesus havia penetrado em um território inimigo e em uma religião rival. (2) Em segundo lugar, ele estava conversando com uma mulher. Aos homens era vedado se quer olhar para mulheres casadas público, quanto menos falar com elas. Diziam os rabinos: "Um homem não deve conversar na rua com mulher, mesmo que seja com a sua própria esposa, quanto menos com uma outra mulher, a fim de que os homens não se mostrem maledicentes". Ela era uma mulher, mas isso não impedia que Jesus se duirigisse a ela. Isso tornou-O vulnerável. Qualquer um que dobrasse a esquina e O visse a conversar com uma mulher poderia arruinar sua reputação. Ele, entretanto, não se incomodou com isso. Ele cuidava mais daquela pessoa do que de sua própria reputação. (3) Em terceiro lugar, aquela não era apenas uma mulher. Ela já estava vivendo com o seu sexto amante. Era uma namoradeira promíscua. Na cidade, todos sabiam quem ela era. Os rabinos e homens santos fugiam às léguas de mulheres assim. Mas Jesus não correu. Ele se arriscou; Ele pôs a sua carreira em perigo, ao pedir a ajuda dela. (4) Em quanto lugar, ele não era somente um reprovável mulher promíscua, mas também uma samaritana. Os rabinos judeus diziam que as mulheres samaritanas viviam menstruada desde o berço, ou seja, eram perpetuamente imundas. As normas sociais judaicas eram claras: olha em outra direção. Evita tais mulheres. Age como se não estivesse vendo tal mulher. Mas Jesus derrubou corajosamente mais essa barreira social. E dirigiu a palavra à mulher. (5) Em último lugar, o pior de tudo foi que, deliberadamente, Ele se contaminou ritualmente. Como alguém que supostamente vivia menstruada desde o berço, ela era imunda. Qualquer coisa em que ela tocasse ficava imundo. Uma aldeia judaica inteira era declarada imunda se qualquer mulher samaritana entrasse ali. Ao pedir água em que em que ela tivesse tocado, Jesus estava poluindo a si mesmo intencionalmente. A norma religiosa a respeito dizia: "Mantém-te o mais distante possível de coisas imundas". O breve pedido de Jesus, pois, zombou das normas judaicas de pureza. Jesus estava completamente fora de lugar, fazendo a coisa errada, com a pessoa errada, no lugar errado. Sim, o simples fato de Dele haver pedido: "Dá-me de beber," obliterou cinco normas sociais que aprisionavam aquela mulher em um apertado compartimento cultural.

Comportamento tão sem precedentes assustou tanto à mulher samaritana quanto aos discípulos de Jesus. Suas palavras foram: "Como, sendo tú judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana?" E quando os discípulos voltaram, "se admiraram de que estivesse falando com uma mulher" (Jô. 4:9,27). O diálogo de Jesus com a mulher samaritana obliterou as armadilhas sociais que separavam as pessoas e as trancavam em compartimentos.

Tudo começou com a água - aquele elemento vital do qual os seres humanos necessitam, sem importar o compartimento a que estejam presos. Quando a água está em pauta, então todos os homens são iguais. Na qualidade de água viva.

Pr. Josué Gonçalves é terapeuta familiar, escritor e conferencista internacional. Bacharel em Teologia pelo IBAD - Instituto Bíblico das Assembléias de Deus, com especialização em aconselhamento pastoral e terapia de casais. Acesse www.familiaegraca.com.br

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