A Herança dos Santificados - Parte 3

A Herança dos Santificados - Parte 3

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:56

O ZELO DE SANTIDADE

Cada ministro do Senhor deve não apenas consagrar-se em sua vida pessoal, mas também ser cheio de zelo pela santidade do povo de Deus. Temos a seguir a impressionante história de Finéias, neto do sumo sacerdote Arão, o qual, devido à sua atitude de declarar guerra e intolerância ao pecado, recebeu a aliança do sacerdócio perpétuo (o que ressalta que não há prova mais evidente com relação ao que faz com que sejamos estabelecidos pelo Senhor no ministério):

“Habitando Israel em Sitim, começou o povo a prostituir-se com as filhas dos moabitas. Estas convidaram o povo aos sacrifícios dos seus deuses; e o povo comeu e inclinou-se aos deuses delas. Juntando-se Israel a Baal-Peor, a ira do Senhor se acendeu contra Israel. Disse o Senhor a Moisés: Toma todos os cabeças do povo e enforca-os ao Senhor ao ar livre, e a ardente ira do Senhor se retirará de Israel. Então, Moisés disse aos juízes de Israel: Cada um mate os homens da sua tribo que se juntaram a Baal-Peor. Eis que um homem dos filhos de Israel veio e trouxe a seus irmãos uma midianita perante os olhos de Moisés e de toda a congregação dos filhos de Israel, enquanto eles choravam diante da tenda da congregação. Vendo isso Finéias, filho de Eleazar, o filho de Arão, o sacerdote, levantou-se do meio da congregação, e, pegando uma lança, foi após o homem israelita até ao interior da tenda, e os atravessou, ao homem israelita e à mulher, a ambos pelo ventre; então, a praga cessou de sobre os filhos de Israel. Os que morreram da praga foram vinte e quatro mil.”  (Números 25.1-9)

Finéias não admitiu o insulto daquele israelita, e, sob uma ordem que já havia sido dada pelo Senhor de se exercer juízo sobre os que encabeçavam aquela corrida ao pecado, o sacerdote agiu, mostrando um grande zelo por Deus e pela Sua santidade no meio do arraial de Israel. As Escrituras Sagradas nos mostram que este seu zelo de santidade não somente fez com que a praga cessasse, mas também foi o que fez com que o Senhor o confirmasse em sua posição ministerial (além da promessa divina sobre a sua linhagem permanecer no sacerdócio – que é o conceito que já abordamos sobre a “casa firme”):

“Então, disse o Senhor a Moisés: Finéias, filho de Eleazar, filho de Arão, o sacerdote, desviou a minha ira de sobre os filhos de Israel, pois estava animado com o meu zelo entre eles; de sorte que, no meu zelo, não consumi os filhos de Israel. Portanto, dize: Eis que lhe dou a minha aliança de paz. E ele e a sua descendência depois dele terão a aliança do sacerdócio perpétuo; porquanto teve zelo pelo seu Deus e fez expiação pelos filhos de Israel.”  (Números 25.10-13)

Vamos refletir um pouco sobre esta “aliança do sacerdócio perpétuo”. Deus já havia determinado que a linhagem de Arão exerceria o sacerdócio. Contudo, isto não significava que qualquer homem da sua linhagem estivesse “garantido” no ministério. Se assim fosse, o Senhor não teria falado em remover a Casa de Eli do sacerdócio. Por outro lado, até mesmo com a linhagem de Eli sendo arrancada do ministério, outros descendentes de Arão ainda continuariam a exercer o serviço sagrado.

Portanto, a aliança que Deus firmou com Finéias não é mera repetição da promessa e da bênção que já havia sobre qualquer descendente de Arão. É algo mais! Eu creio que o Altíssimo estava dizendo que, ainda que outros descendentes de Arão pudessem ser removidos do ministério, a linhagem de Finéias seria perpetuamente estabelecida em seu lugar de serviço. Por quê? Por causa do zelo de santidade manifestado pelo cabeça de toda uma linhagem.

É interessante observarmos, ao falarmos da remoção da Casa de Eli do sacerdócio (por sua infidelidade), que ele não era descendente de Finéias (filho de Eleazar). Eli, embora descendente de Arão, era da linhagem de Itamar (1 Cr 24.3,6), e não de Eleazar. Por outro lado, o sacerdote Zadoque era da linhagem de Finéias (filho de Eleazar), e, como descendente deste, estava incluído na aliança do sacerdócio perpétuo:

“Estes foram os descendentes de Arão: o seu filho Eleazar, pai de Finéias, que foi o pai de Abisua, pai de Buqui, pai de Uzi, que foi o pai de Zeraías, pai de Meraiote, pai de Amarias, que foi o pai de Aitube, pai de Zadoque, pai de Aimaás.”  (1 Crônicas 6.50-53 – NVI)

A história se repete! Arão recebeu a promessa de ter a sua linhagem no ministério. Depois de Arão, o seu neto Finéias se destacou e, devido ao seu zelo de santidade, ele recebeu esta aliança do sacerdócio perpétuo. Posteriormente, surgiu Zadoque (da linhagem de Finéias), a quem Deus fez a promessa de uma “casa firme” (uma linhagem que não seria removida). Após o Exílio Babilônico, um dos períodos de maior apostasia da história de Israel, os filhos de Zadoque ainda foram apontados por Deus como os que se conservaram fiéis. Finalmente, nos últimos Livros da narrativa do Antigo Testamento, surgiu Esdras, o sacerdote de grande destaque na reconstrução de Jerusalém no período pós-exílio, que também era descendente de Zadoque e de Finéias (Ed 7.1-5).

Portanto, o que nos estabelece ou nos remove da nossa função ministerial é o nosso compromisso com Deus, é o nosso zelo de santidade (ou a falta dele)!

Luciano P. Subirá   É o responsável pelo Orvalho.Com - um ministério de ensino bíblico ao Corpo de Cristo. Também é pastor da Comunidade Alcance em Curitiba/PR. Casado com Kelly, é pai de dois filhos: Israel e Lissa. Escritor de livros como ''De Todo o Coração'' e ''Honrando ao Senhor com Nossos Bens'', ministra palestras, abordando temas como finanças, adoração e casamento.  

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