Duas portas

Duas portas

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:27

O homem contemporâneo, como o homem de todas as eras, padece de uma ansiedade crônica. Atarantado diante do desafio de conceituar e definir sua própria existência, vai errando vida afora. Essa ansiedade, estado de desassossego permanente que nega à criatura a possibilidade de simplesmente estar onde se encontra, merece atenção e estudo.

A maior parte das derrotas que mancham nosso cartel de lutas nesta vida  decorre de um erro fatal que lutador nenhum deveria cometer: desprezo pelo oponente.  Um inimigo, qualquer que seja, jamais deve ser subestimado. Antes, deve ser observado, estudado, compreendido.  Esta é disciplina cultivada na carreira de todo campeão. Eu disse, campeão. Os perdedores, que são maioria, desprezam esse cuidado.

A ansiedade é um inimigo comumente desprezado. Por ser tratada com descaso por muitos, tem se transformado num algoz terrível para milhões. Essa inquietude tão comum nestes nossos dias turbulentos recebe uma atenção especial nos ensinos de Jesus, o Cristo. Sabedor do efeito devastador da ansiedade sobre a alma do homem, Jesus adverte: “Não andeis ansiosos…” (Mt 6.25)

A ansiedade comumente se remete ao futuro. No trecho do sermão do monte onde Jesus discorre sobre o assunto, vemos o Mestre relacionar a ansiedade a preocupações futuras, o que faz com que o indivíduo sofra por antecipação. É um exercício que denota desequilíbrio, adoecimento psíquico. Por essa razão, como qualquer outra doença, deve ser compreendida e combatida.

Ao dizer “não andeis ansiosos com o que haveis de comer, beber, vestir”, Jesus está se referindo à inquietação desnecessária e ineficaz acerca do futuro. “Basta a cada dia os seus próprios cuidados,” (Mt 6.34) diz Ele. O que está implícito neste ensino precioso é que precisamos aprender a nos situar no tempo de modo a viver o presente. Para tanto precisamos aprender a fechar duas portas: a porta do passado e a do futuro. São por estas portas que entram todos os fantasmas que atormentam os nossos dias. Livres destes verdugos pode-se viver uma vida leve, feliz, hoje, porque o hoje é tudo que temos! Agora relaxe e curta a paisagem.

Luiz C. Leite   é pastor, psicanalista, administrador de empresas, conferencista e escritor. Autor de "O poder do foco", editora Memorial; e "A inteligência do Evangelho", editora Naós; além de vários títulos por publicar. - Clique no link para ver vídeo do livro "A INTELIGÊNCIA DO EVANGELHO" - Clique no link para ver o vídeo do livro   "O PODER DO FOCO" Confira o blog do escritor:   http://luizvcc.wordpress.com/

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