S.P.Q.R

S.P.Q.R

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:29

A sigla emblemática S.P.Q.R (Senatus Populusque Romanus ) é quase onipresente na história do império romano. Expressa a proeminência fundamental do Senado como uma de suas mais importantes instituições políticas. Remonta os anos iniciais de um pequeno reino na península itálica que mais tarde se transformaria num dos mais imponentes impérios de que se tem notícia.

R ômulo, primeiro rei do reino que alcançaria o status de imperium teria sido o fundador do senado. Antes mesmo da fundação de Roma (753 BC) já funcionava na terras da Itália uma espécie de suprema corte, conselho tribal composto por anciãos. Rômulo adotou a idéia do conselho tribal de anciãos, oficializando a famosa instituição. O termo "senado" procede do latim "Senex" , significando "homem velho" . Senado significa, portanto, literalmente, "conselho de homens velhos" .

E ste Conselho de "homens velhos" era uma instância da mais alta respeitabilidade pois ali supostamente prevalecia a voz da sabedoria e da razão. Os povos podiam entregar o leme da nação ao Senatus. Homens íntegros zelavam pelos rumos do interesse comum obedecendo a um código de honra estrito.

H oje, o que se vê no Senado brasileito é absolutamente constrangedor; causa profunda indignação saber que se assentam nos lugares de tão grande importância, homens cuja credibilidade está comprovadamente comprometida por mil conchavos. As nódoas em suas fichas falam por si.

A casa que deveria representar o bastião da ética na política tornou-se um covil de salteadores. O Senado brasileiro tal como hoje se apresenta, guardadas talvez algumas raras exceções, não faz jus ao nome. O "Conselho de homens velhos" , tradução do termo Senado, sugerindo a confiabilidade dos anciãos, poderia ser traduzido por "Conselho de homens velhacos" .

M orre de vergonha o cidadão brasileiro que, com alguma consciência política, (milhões não a tem!) tem que engolir como senadores da república em seu país, um elenco que mais se parece com os personagens daquele conto das arábias, "Ali Babá e os quarenta ladrões"! Se as articulações desavergonhadas que ocorrem ali fossem descobertas em outros países, os tais senadores já há muito teriam saído da cena, abrindo mão de seus mandatos, ou até mesmo, como já visto em algumas ocasiões, cometido suicídio!

B rasil, mostra sua cara! Apenas a cara pintada do protesto, entretanto, não resolve. Em algum lugar, no meio da noite, precisamos também de olhos molhados!

Luiz C. Leite é pastor, psicanalista, administrador de empresas, conferencista e escritor. Autor de "O poder do foco", editora Memorial; e "A inteligência do Evangelho", editora Naós; além de vários títulos por publicar.

Confira o blog do escritor: http://luizvcc.wordpress.com/

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