O que Deus espera dos homens – e as mulheres também

Com tantas evidências contrárias à responsabilidade masculina, entende-se porque a “ideologia de gênero” arrebanhou tantos adeptos.

Fonte: Guiame, Magali e Sergio LeotoAtualizado: quarta-feira, 16 de outubro de 2019 às 18:33
(Foto: Reprodução/Fortalecendo a Família)
(Foto: Reprodução/Fortalecendo a Família)

Existe atualmente uma forte discussão, quanto à ausência e/ou irresponsabilidade masculina, no que se refere à participação dos homens na vida familiar. Alguns dos efeitos são bem conhecidos:

– Homens desiludidos por fracassos, tornam-se alcoólatras, causando prejuízos na vida profissional e passam a “descontar” frustrações nos filhos e esposas – a convivência torna-se um inferno;

– Por não encontrarem recolocação de trabalho, homens depressivos desistem de procurar emprego e ficam “encostados” em casa, dependendo de familiares;

– A infidelidade masculina no casamento, tratada como “aventura aceitável” e até “inevitável”, produz um incentivo desta atitude em novas gerações;

– Homens jovens e adolescentes, copiam maus exemplos de seus pais e os efeitos se estendem para uma vida irresponsável, formando uma geração que “não quer crescer”, não quer compromisso, muitas vezes entrando em drogas, depravação e delinquência;

– Esposas, cansadas de serem traídas e desprezadas, assumem responsabilidades que normalmente seriam de seus maridos, ficando sobrecarregadas ao “trabalharem por dois” – invariavelmente recorrem ao divórcio;

– Os filhos do divórcio, convivem com uma “brutal” ausência ou negligência paterna, em sua formação pessoal e de caráter – ou quando esta presença existe, muitas vezes repetem erros dos pais biológicos.

A desilusão com o “masculino” e a necessidade de superação feminina, abriu espaços para, no inconsciente coletivo, apresentar-se uma “fórmula imaginária”: “Homem é menos; Mulher é mais”. Claro que não concordamos com isso: homens e mulheres têm sempre pontos positivos e negativos. Mas com tantas evidências contrárias à responsabilidade masculina, entende-se porque a “ideologia de gênero” arrebanhou tantos adeptos.

A “bagunça” dos nossos dias

Através dos tempos, os homens foram adquirindo grandes sonhos e expectativas muito altas sobre si mesmos. Eles sempre tiveram desejos de: poder, sucesso e sedução. Nem sempre conseguiram o que pretendiam: o desejo de poder, gerou muitos inimigos e guerras em seu processo; o sucesso conseguido em algumas esferas, não evitou fracassos em outras áreas da vida, como na família; o desejo de sedução, que inicialmente parece “tudo de bom”, trouxe consequências nos relacionamentos conjugais. Não é nada bom, ser sedutor com a “mulher alheia”.

Você pode estar pensando: “Que bagunça, estamos!” – e você está certo! Costumamos usar a palavra “bagunça”, quando as coisas estão “fora do lugar”. E o homem tem em muitos momentos,  sentindo-se no lugar errado! Certamente o Criador do ser humano, não quis que ele ficasse nesta situação!

Nem sempre acontece conosco o que Deus espera. A culpa não é dEle, mas sim das escolhas que fazemos! Não frustramos somente ao Senhor, mas também ao que as mulheres esperam de nós! Ficará mais fácil acertarmos, se conhecermos o que a Bíblia aponta como correto, tanto para a família, quanto para as responsabilidades que o Senhor planejou para o casal. A vida fica muito melhor, quando buscamos fazer o que Deus espera de nós!

O que Deus quer dos homens

Deus, de forma didática, dá orientações aos homens solteiros (aqueles que ainda estão debaixo da autoridade de seus pais) e aos homens casados, que saíram da casa paterna e tem uma nova aliança com sua esposa, formando a própria família. Ef 5:31: “Deixará o homem seu pai e sua mãe…”

Os homens SOLTEIROS em relação aos seus pais, devem ser respeitadores (considerar, estimar, honrar). Ex 20:12: “Honra teu pai e tua mãe, a fim de que tenhas vida longa na terra que o Senhor, o teu Deus te dá”. Devem ser obedientes (submeter-se, ceder, acatar). Cl 3:20 “Filhos, obedeçam a seus pais em tudo, pois isso agrada ao Senhor”. E devem cuidar deles (responsabilizar-se, tratar, preocupar). 1Tm 5:4 “Mas se uma viúva tem filhos ou netos, que estes aprendam primeiramente a colocar a sua religião em prática, cuidando de sua própria família e retribuindo o bem recebido de seus pais e avós, pois isso agrada a Deus”. 

Tradicionalmente, tem se tem falado sobre a função do homem CASADO. Alguns avaliam sua importância, como aquele que tenta suprir o sustento da casa (Provedor); outros falam da sua função, como líder espiritual (Sacerdote); ainda outros, mencionam sua responsabilidade em defender seu lar, de possíveis ataques (Protetor). Todas estas atribuições são válidas e necessárias. Mas será que em nosso contexto atual, apenas estas qualidades de um marido, contemplam o que uma família precisa?

Percebo 3 grandes áreas que a Bíblia deixa bem claro, serem funções dos homens CASADOS, em relação às suas famílias – eles devem: AMAR – LIDERAR – ENSINAR.

1) AMAR: O apóstolo Paulo diz em Efésios que o homem fiel a Cristo, tem um alto padrão para amar sua esposa: o amor que Jesus tem pela Igreja. Amor disposto a morrer pela pessoa amada – amor que exalta e trata seu cônjuge em santidade (Ef 5:25-28,31). Mas como os maridos podem demonstrar este amor, na prática?

– Afeto e Admiração: demonstrar seu afeto por meio de palavras, carinho, abraços, beijos, gentilezas e presentes. Expressar admiração de forma clara, contínua e com respeito, valorizando-a, evitando críticas frequentes.

– Diálogo e Compromisso: conversar sobre acontecimentos do dia, sentimentos e planos. Estabelecer uma conversa equilibrada, dar atenção exclusiva ao se comunicarem. Manifestar compromisso com a família investindo tempo, dedicando-se à educação dos filhos e causando um impacto positivo em suas vidas.

– Honestidade e Franqueza: revelar seus sentimentos positivos e negativos, preocupações, agenda, planos para o futuro, responder às perguntas abertamente quando questionado, não deixar uma ideia falsa ou incompleta a respeito de um assunto.

– Segurança e Companheirismo: lutar pelo equilíbrio dos recursos financeiros básicos para a família. Evitar ausências frequentes, por motivo de viagem ou longas horas de trabalho, que possam prejudicar o relacionamento familiar. Ter interesse em promover atividades de lazer, em conjunto com a família. Viver com eles, momentos de descontração e bom humor.

2) LIDERAR – a casa sem liderança é um perigo! Onde “todo mundo manda”, ninguém se entende e pouca gente tem razão! A passagem de Ef 5:21-23, deixa claro que não deve haver briga por liderança. Todos devem sujeitar-se uns aos outros, por temerem a Cristo, que é o cabeça. Neste tipo de ação, todos podem falar, todos discutem, todos avaliam os problemas. Entretanto, se houver um impasse, a palavra final virá do marido. Caso sua decisão, logo à frente, mostrar-se “errada ou falha” (apesar de todo esforço para acertar), a família aprenderá com o que aconteceu – tentarão uma escolha melhor no futuro. O importante é o marido demonstrar segurança à família.

3) ENSINAR – A Bíblia informa que é dos pais a obrigação de discipular seus filhos no caminho do Senhor: Dt 6:6-9: Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração. Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar. Amarre-as como um sinal nos braços e prenda-as na testa. Escreva-as nos batentes das portas de sua casa e em seus portões. Sl 78:3-4: O que ouvimos e aprendemos, o que os nossos pais nos contaram, não o encobriremos a seus filhos; contaremos à geração vindoura os louvores do SENHOR, e o seu poder e as maravilhas que fez.

Parte do trabalho de ensinar, refere-se a instruir os filhos com valores positivos como: bondade, equilíbrio, sabedoria, coragem, respeito, honra, fidelidade, falar a verdade, honestidade, tratar educadamente as pessoas, ter esperança etc. Pv 22:6: Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles.

Dentro do princípio de instruir o que é certo, está também o disciplinar em amor. Não se refere a “ferir ou espancar”, mas sim corrigir atitudes e livrar seu filho de caminhos errados. Pv 3:12: pois o Senhor disciplina a quem ama, assim como o pai faz ao filho de quem deseja o bem. Pv 12:1: Todo o que ama a disciplina, ama o conhecimento, mas aquele que odeia a repreensão é tolo. Pv 15:5: O insensato faz pouco caso da disciplina de seu pai, mas quem acolhe a repreensão revela prudência. Pv 29:17: Discipline seu filho, e este lhe dará paz; trará grande prazer à sua alma.

Relembrando: Solteiros devem respeitar, obedecer e cuidar bem de seus pais. Casados devem amar de forma prática e ativa, liderar ouvindo outras opiniões e ensinar valores positivos, sem medo de disciplinar equilibradamente.

Finalizando, podemos dizer que quando os homens fazem o que Deus espera deles, várias coisas acontecem: – filhos passam a ter uma referência masculina positiva; – filhos tornam-se bem educados e a tendência é aplicarem isso em seu dia a dia; – as mulheres adoram homens sensíveis e responsáveis – é enorme a possibilidade de se apaixonarem mais ainda por eles; – homens sábios, que agem de forma equilibrada – organizam melhor os momentos de “caos” familiar, comuns a todos os seres humanos.

Por Sergio Leoto (pastor) e Magali Leoto (psicóloga) escritores, palestrantes e trabalham junto às famílias, através do ministério “Fortalecendo a Família”, desde 1990.

* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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