O Evangelho Coca-cola

O Evangelho Coca-cola

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 3:29

Certa vez ouvi um pregador falando que a igreja tinha deixado de cumprir a missão para a qual foi chamada: levar o nome de Jesus por todas as nações. Até aí eu estava concordando, pois acho mesmo que temos esquecido a nossa missão. Foi quando ele usou o argumento que a missão da Coca-cola era que cada habitante da terra pudesse experimentá-la pelo menos uma vez e, com um século de existência, ela já estava cumprindo sua missão. E a igreja, em dois mil anos de história, não cumpriu a sua.

Por algum tempo fiquei pensando como uma empresa que está vendendo uma bebida e que busca apenas o lucro pode estar exercendo sua missão melhor do que nós, a igreja, que temos a mensagem de vida eterna. Mas quando me dei conta, vi que isso é um argumento furado.

Como podemos comparar missões com a venda da Coca-cola? Penso que o evangelho tem que ser vivido, que a mensagem não pode ser só falada e sim encarnada pela pessoa que a está levando.

Às vezes temos tratado a mensagem do evangelho como se um bom marketing e investimento financeiro pudesse resolver. Ao conversar com uma missióloga, ouvi que na década de 90 o Brasil teve um alto índice de missionários que retornaram do campo precocemente por falta de preparo, problemas de caráter e sustento adequado.

Jesus, em sua missão de salvar o mundo, encarnou-se para viver o que vivemos e mostrar que existe uma vida melhor (João 1.14). Só se pode ver a glória de Deus através da encarnação na missão do mensageiro.

Não é só a mensagem, mas é também a vida. A experiência nos mostrou que não podemos mais chegar em um lugar, longe ou perto, falar de Jesus e simplesmente virar as costas. Não foi este o exemplo que Cristo nos deixou. Temos que estar, viver e entender o lugar e as pessoas e, através da mensagem, com a vida de Cristo em nós, transformar as pessoas e o meio em que vivem.

Acredito que realmente não estamos fazendo missões do jeito que deveríamos, pois nos prendemos no nosso mundinho e esquecemos da grande comissão. Mas tenho a certeza que não é com os valores, métodos e números de uma multinacional que devemos nos comparar.

Que Deus nos ajude a servi-lo com maestria.

Marcos Botelho é pós-graduado em Teologia Urbana, Missionário do Jovens da Verdade, SEPAL. Professor da FLAM - Faculdade Latino Americana de Missões e responsável pelo Terra dos Palhaços Brasil

www.marcosbotelho.com.br

www.jvnaestrada.com

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