A última chance

A última chance

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:26

Contarei a experiência de um pastor do qual ouvi falar, mas como não sei seu nome, ficarei apenas com pastor.

Ele pastoreava uma igreja, e como às vezes acontece, um dos membros ficou doente e acabou indo para o hospital. Como um bom pastor, ele foi visitá-lo. Mas a experiência da qual vou falar não começa aqui, começa no fim dessa visita. O pastor saiu do hospital, foi em direção ao seu carro e ouviu alguém dizer: Volte para o hospital. Ele ignorou a voz uma vez, e quando já colocava a chave para abrir o carro, ouviu de novo: Volte para o hospital. Ele ignorou pela segunda vez, entrou no carro e fechou a porta; dentro do carro silencioso, ouviu pela terceira vez: Volte para o hospital. O pastor então perguntou em voz alta: Deus, é você? Ele não teve nenhuma resposta, mas saiu do carro e voltou para o hospital.

Ficou parado no saguão de entrada, esperando que a voz lhe dissesse aonde ir. Ele tentava manter sua mente vazia para que ouvisse aquela voz, porém por alguns instantes só havia silêncio. Mais algum tempo parado e ele ouviu: Suba as escadas. O pastor foi subindo sem perceber muito bem pra onde ia, e no fim de tudo acabou de frente a uma porta. Ele olhou para porta e ouviu: Entre nessa porta. Enquanto ele abria a porta ouviu uma enfermeira gritando: Ei, você não sabe ler? Ele tentou explicar, mas a questão é que estava escrito que o acesso era restrito naquela área. Depois de um tempo de discussão com a enfermeira, ela deixou que ele entrasse por cinco minutos e disse que se demorasse mais que isso, ela entraria lá com o segurança.

Ele entrou, naquele lugar, onde havia um corredor cheio de portas, e todos os pacientes que ocupavam aqueles quartos, estavam com doenças graves. O pastor atravessou o corredor, foi até o fim, e não ouviu nada; e de todas as portas havia apenas uma com uma frestinha aberta, por onde ele viu um pedaço do rosto de alguém com um olho azul claro. A voz não se manifestou mais, e quando o pastor começou a voltar para a porta principal, ouviu, daquele quarto onde a fresta estava aberta, uma mulher gritar: Pastor!!! Ele entrou, fingiu que conhecia a moça, mas quando ela olhou bem em seu rosto, viu que não era o seu pastor. Disse que não via ninguém há muito tempo, nem o pastor, e que sentia saudades dele.

Esse nosso pastor pediu para que ela contasse sua história, que é mais ou menos assim: Eu, quando mais nova, freqüentava a igreja, era líder de jovens e minha vida era casa e igreja, igreja e casa, até que comecei a me cansar disso e questionar se não havia outras coisas que eu pudesse fazer, foi então que começei a me dividir, eu ia para a igreja, mas também tinha a minha vida fora dela e com outros princípios; um dia, teve um social na igreja, mas estava meio chato, e eu tinha uma festa de uma amiga para ir, então sai da igreja e fui para a tal festa, quando cheguei lá essa amiga me apresentou um rapaz que posso afirmar que é o garoto mais lindo que já vi na minha vida. Além de lindo, ele tinha um jeito maravilhoso de conversar e de pensar, eu passei a noite inteira conversando com ele, depois que nós saímos da festa, eu passei a noite com ele. Eu nunca mais consegui falar com esse rapaz. Mas um tempo depois eu comecei a passar mal, fiquei com medo que estivesse grávida, então fiz alguns exames; quando o resultado saiu e eu fui ao médico, tinha certeza que estava grávida, mas ele disse que não, eu estava com AIDS. Eu enrolei o máximo que consegui para dizer isso aos meus pais, mas eu tive que contar, eu precisava fazer o tratamento. Quando contei, minha mãe desabou e começou a chorar desesperadamente, meu pai entrou em choque, subiu as escadas e voltou com duas malas, disse que eu não era mais sua filha e me mandou embora. Então eu passei algum tempo na casa de amigos, mas ninguém queria alguém com AIDS em casa, até que fiquei morando na rua. Um dia tive uma recaída, desmaiei e alguém me trouxe ao hospital, desde então estou aqui.

Depois de acabar a história ela ainda disse uma última coisa: Pastor, posso fazer uma pergunta e um pedido? E sua pergunta foi essa: Eu estraguei minha vida inteira, como você pode dizer para mim que Jesus ainda pode se relacionar comigo? Será que existe algum espaço com Ele pra mim? O pastor disse: Não há nada que você possa fazer para que Ele te ame mais ou menos. Se você não sentiu Deus com você, foi porque não quis, pois Ele nunca saiu de perto; Ele é poderoso pra te perdoar e o único que pode oferecer o seu recomeço. Ela respondeu: Ora comigo, pastor? O pastor orou e depois da oração disse que a partir de então seria seu pastor, viria visitá-la, e quando ela sarasse, ela iria à igreja onde ele pastoreava.

O pastor foi embora do hospital; voltou no dia seguinte com flores para a moça. Quando ele subiu e foi até a porta, a mesma enfermeira veio barrá-lo, e perguntar aonde ele ia ao que ele respondeu que ia quarto 28. Ela respondeu: No quarto 28 está um senhor que está em coma. O Pastor disse que ele havia visitado uma mulher naquele quarto, e a enfermeira disse: A mulher com AIDS que estava lá morreu ontem às 14h20. O pastor havia saído do hospital às 14h15.

Mariana Longo Mendes   tem 17 anos, é estudante, trabalha com seus pais na área de Propaganda e Marketing e também escreve poesias.  

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