As árvores dançantes

Quando você parar pra pensar, os nossos verdadeiros momentos de felicidade pura e verdadeira, estão nas coisas mais simples, nas coisas bobas do dia-a-dia

Fonte: guiame.com.brAtualizado: quarta-feira, 24 de dezembro de 2014 às 10:53
arvore_coqueiro
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arvore_coqueiroFui a um casamento neste fim de semana. O sol estava de matar, lindo pra fotos, terrível pra pele. Não aguentei e fiquei sentada embaixo de uma sombra. Estava tudo muito lindo. Mas eu não conseguia parar de prestar atenção na sombra que as folhas de alguns coqueiros faziam na grama. Ventava bastante e as folhas dançavam pra lá e pra cá. O sol, vinha e voltava, conforme ele sumia, a sombra desfocava até sumir, e quando ele aparecia novamente com toda sua força, era possível ver perfeitamente toda a forma daquelas folhas dançando pela grama verde.

É uma completa bobagem, mas ficava olhando pra grama, sempre esperando o sol definir por completo a coreografia daquelas árvores. E isso me fez sorrir, sozinha, apenas vendo esse movimento. Sabe no que pensei, então? Na simplicidade. Como deixamos escapar das nossas vidas as coisas simples. Quando você parar pra pensar, os nossos verdadeiros momentos de felicidade pura e verdadeira, estão nas coisas mais simples, nas coisas bobas do dia-a-dia, nas coisas que fazem de nós quem somos, e que acabam por ser as coisas que mais lembramos.

Essas árvores que dançaram pra mim me emprestaram sua leveza e alegria por alguns momentos, e me senti muito feliz. Era só uma árvore balançando com o vento, mas era simples, e era verdadeiro. Tive uma tia, que já faleceu, a quem eu amava demais. As coisas que mais me lembro dela, são as vezes que ela me pegava no colo e fazia um bico e ficava imitando meu jeito de falar, ou quando ela jogava um jogo com a gente, que ela sempre ganhava, e justificava como “é tudo uma questão de lógica”. Memorizei as coisas simples, as coisas bobas, as coisas que me faziam amar minha tia tão fortemente.

Sabe o dom de se impressionar até com o céu azul? Ou com um passarinho cantando? Ou com qualquer coisa linda que Deus criou pra gente por aí? Então, não podemos perder essa capacidade. Essa forma genuína e simples de felicidade, esse poder de guardar as coisas simples, de se agarrar às trivialidades que julgamos dispensáveis. Tem uma frase no filme de “O Hobbit”, que o Gandalf fala, que gosto muito: “…acho que são pequenos detalhes, ações diárias das pessoas que mantêm o mal afastado, simples ações de bondade e amor!". Simples ações, apenas isso! É isso que nos define, que nos marca, que nos cativa. Enfim, simples coisas como ficar feliz vendo uma árvore dançar.


- Mariana Mendes

 

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