Mário Moreno

E Hashem falou a Moshe e Ar&atilde;o, dizendo: &ldquo;Por quanto tempo mais esta congrega&ccedil;&atilde;o maligna...&rdquo; (Nm 14:26-27)
Aqui est&aacute; um fato curioso e um tanto embara&ccedil;oso. Todo mundo sabe o que &eacute; um MINYAN. Ele at&eacute; encontrou seu lugar no Dicion&aacute;rio Miriam Webster. &Eacute; um qu&oacute;rum, um grupo de 10 homens necess&aacute;rio para iniciar um servi&ccedil;o de ora&ccedil;&atilde;o judaico, recitar o Kadish, a Kedush&aacute; e ler um Sefer Torah. &Eacute; um n&uacute;mero m&aacute;gico! De onde ele vem? Das palavras que descrevem os 10 espi&otilde;es que se desviaram de sua miss&atilde;o, &ldquo;esta congrega&ccedil;&atilde;o maligna&rdquo;. Isso &eacute; bem estranho! A Torah n&atilde;o poderia ter encontrado uma fonte mais positiva para nos ensinar que um EIDA &eacute; um grupo de 10?!
Reb Tzadok HaKohen escreve que quando uma pessoa faz Teshuv&aacute; (&ldquo;retorno&rdquo;), qualquer experi&ecirc;ncia que ela tenha tido na vida pode ser utilizada para servir Hashem. Por favor, desculpem-me se eu mergulhar no meu passado profundo e me inspirar em uma lembran&ccedil;a de uma fonte nada sagrada, mas isso me ajudou enormemente e ainda estou aprendendo com isso, muitos anos depois.
Era 1974, Dia de A&ccedil;&atilde;o de Gra&ccedil;as, e meu irm&atilde;o comprou alguns ingressos para ele, eu e outro amigo assistirmos a um show no Madison Square Garden para ver Elton John tocar. Foi emocionante e extraordin&aacute;rio para n&oacute;s, crian&ccedil;as americanas. Est&aacute;vamos realmente curtindo quando algo totalmente inusitado e inesperado aconteceu. A estrela da noite, Sr. John, anunciou no meio do evento que estava convidando um bom amigo para subir ao palco e prosseguiu dando as boas-vindas a John Lennon. Agora, John Lennon era um Beatle e os Beatles tiveram um status quase divino entre os jovens do mundo todo por d&eacute;cadas.
O lugar ficou uma loucura. Meu irm&atilde;o estava me dando uma cotovelada nas costelas e gritando: &ldquo;&Eacute; um Beatle, Bobby, &eacute; um Beatle!&rdquo;. Tocaram uma m&uacute;sica antiga, &ldquo;She was Just Seventeen&hellip;&rdquo;. O Madison Square Garden pulsava &ldquo;como um homem com um s&oacute; cora&ccedil;&atilde;o&rdquo;, enquanto John Lennon dedilhava as cordas do viol&atilde;o com destreza. Foi um dos eventos mais m&aacute;gicos e unificadores que j&aacute; presenciei.
Anos depois, fui at&eacute; a Yeshiva Ohr Somayach em Monsey e me lembro de um Rebe explicando por que levantamos os calcanhares ao recitar Kiddusha, &ldquo;KADOSH-KADOSH-KADOSH&rdquo; &ndash; Ele nos disse que, no momento em que recitamos Kedusha e levantamos os calcanhares, todo o mundo ang&eacute;lico salta e dan&ccedil;a em &ecirc;xtase em resposta.
Minha mente imediatamente retornou &agrave;quela experi&ecirc;ncia de anos anteriores. Quando tenho a presen&ccedil;a de esp&iacute;rito para lembrar, isso me ajuda a me concentrar e visualizar a grandiosa import&acirc;ncia do que estou fazendo. Sim, sou como aquele Beatle solit&aacute;rio no centro do palco do universo, tocando suavemente aquelas cordas e gerando uma pulsa&ccedil;&atilde;o indescrit&iacute;vel de sublime unidade. Esta &eacute; a li&ccedil;&atilde;o n&uacute;mero um.
Anos depois, me senti &agrave; vontade para compartilhar essa experi&ecirc;ncia. Algu&eacute;m me disse que eu poderia facilmente revisitar o show online. Fiquei curioso e foi como eu me lembrava. A c&acirc;mera est&aacute; percorrendo a multid&atilde;o e l&aacute; est&aacute; a esposa de John Lennon com os l&aacute;bios franzidos nervosamente e esfregando as m&atilde;os como a m&atilde;e do rapaz do Bar Mitzvah na se&ccedil;&atilde;o feminina. Pareceu-me estranho que ela n&atilde;o estivesse gostando como todos os outros. Ent&atilde;o, rolei a p&aacute;gina para ler um artigo. Soube l&aacute; que ele n&atilde;o tocava em p&uacute;blico h&aacute; muitos anos antes desta apresenta&ccedil;&atilde;o e que era sua &uacute;ltima apresenta&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica. Ele tinha medo da pr&oacute;pria sombra, medo de falhar. Isso me atingiu com muita for&ccedil;a. Algu&eacute;m que com alguns movimentos poderia eletrizar uma sala com 20.000 pessoas, al&eacute;m de ter medo de tentar. Percebi que podemos n&atilde;o perceber a import&acirc;ncia dos movimentos que fazemos e o qu&atilde;o poderosos somos.
O Chiddushei HaRim frequentemente emprega este m&eacute;todo de pensamento: &ldquo;Mida Tova Meruba&rdquo; &ndash; A bondade que HASHEM proporciona &eacute;, pelo menos, 500 vezes maior do que qualquer negatividade aparente. Se 10 reclamantes podem frustrar os sonhos de uma gera&ccedil;&atilde;o e impedir sua entrada na Terra Santa, ent&atilde;o quanto mais, na dire&ccedil;&atilde;o positiva, 10 homens que se re&uacute;nem para santificar o nome de HASHEM podem nos aproximar muito mais da terra dos nossos sonhos!
Tradu&ccedil;&atilde;o: M&aacute;rio Moreno
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M&aacute;rio Moreno &eacute; fundador e l&iacute;der do Minist&eacute;rio Prof&eacute;tico Shema Israel e da Congrega&ccedil;&atilde;o Judaico Messi&acirc;nica Shema Israel na cidade de Votorantim. Escritor, autor de diversas obras, tradutor da Brit Hadasha &ndash; Novo Testamento e conferencista atuando na &aacute;rea de Restaura&ccedil;&atilde;o da Noiva.
*O conte&uacute;do do texto acima &eacute; de colabora&ccedil;&atilde;o volunt&aacute;ria, seu teor &eacute; de total responsabilidade do autor e n&atilde;o reflete necessariamente a opini&atilde;o do Portal Guiame.
Leia o artigo anterior: <a style="color: #800000;" href="https://guiame.com.br/colunistas/mario-moreno/paz-interior-submissao-de-arao.html">Paz interior: A submiss&atilde;o de Ar&atilde;o</a>

Quando uma pessoa faz Teshuvá (“retorno”), qualquer experiência que ela tenha tido na vida pode ser utilizada para servir o Senhor.

A Terra dos nossos sonhos

No momento mais importante da hist&oacute;ria de uma na&ccedil;&atilde;o incipiente, a trag&eacute;dia acontece. No oitavo dia das cerim&ocirc;nias inaugurais do Mishkan, em um cen&aacute;rio terrivelmente desastroso, a Torah nos conta que &ldquo;os filhos de Ar&atilde;o, Nadav [Nadabe] e Avihu [Abi&uacute;], pegaram cada um sua panela de fogo, puseram fogo nelas e incensaram sobre elas; e trouxeram diante de Hashem [Deus] um fogo estranho que Ele n&atilde;o havia ordenado que trouxessem&rdquo;. Imediatamente, &ldquo;um fogo saiu de diante de Hashem e os consumiu, e eles morreram diante de Hashem&rdquo; (Lv 10:1-2).
No vers&iacute;culo seguinte, Moshe [Mois&eacute;s] consolou seu irm&atilde;o com palavras que talvez n&atilde;o apaziguassem os mortais inferiores: &ldquo;Disso Hashem falou, dizendo: &lsquo;Serei santificado por aqueles que est&atilde;o mais pr&oacute;ximos de Mim, assim serei honrado diante de todo o povo&rsquo;&rdquo;.
Ahron [Ar&atilde;o] compreendeu o verdadeiro significado, as implica&ccedil;&otilde;es e a ess&ecirc;ncia da mensagem; e a Torah nos diz &ldquo;vayidon Ahron&rdquo; &ndash; &ldquo;e Ar&atilde;o ficou em sil&ecirc;ncio&rdquo;.
A Torah usa palavras mais poderosas do que &ldquo;Ahron foi silenciado&rdquo;. Ela nos diz que ele estava. A palavra hebraica&nbsp;dohme&nbsp;tem a mesma associa&ccedil;&atilde;o que&nbsp;dohmaim, um objeto inanimado. &Eacute; assim que Ahron &eacute; descrito ap&oacute;s ouvir as palavras de Moshe: totalmente subjugado e contente.
Rashi [Rabbi Shlomo Yitzhaki] nos diz que, no m&eacute;rito da subjuga&ccedil;&atilde;o de Ahron e total subservi&ecirc;ncia ao decreto de Hashem, ele mereceu ouvir uma lei Kohanica [lei para os sacerdotes], sozinho, diretamente do Todo-Poderoso, uma rota que normalmente o impedia ou, na melhor das hip&oacute;teses, o inclu&iacute;a como secund&aacute;rio a Moshe.
A lei concedida a Ahron dizia respeito &agrave; proibi&ccedil;&atilde;o dos kohanim [sacerdotes] de beber bebidas intoxicantes antes de servir no santu&aacute;rio. A Torah nos diz: &ldquo;N&atilde;o bebam vinho inebriante, voc&ecirc;s e seus filhos com voc&ecirc;s, quando vierem &agrave; Tenda do Encontro, para que n&atilde;o morram &mdash; este &eacute; um decreto perp&eacute;tuo para as suas gera&ccedil;&otilde;es&rdquo; (Lv 10:9).
Os princ&iacute;pios da Torah geralmente correlacionam a recompensa com o ato que a mereceu. Qual &eacute;, ent&atilde;o, a conex&atilde;o entre o sil&ecirc;ncio de Ar&atilde;o em resposta &agrave; trag&eacute;dia e o fato de ele ser o &uacute;nico estudante da ordenan&ccedil;a celestial contra o servi&ccedil;o divino sob a influ&ecirc;ncia de &aacute;lcool? Por que a aceita&ccedil;&atilde;o merit&oacute;ria do decreto Todo-Poderoso levou a uma transmiss&atilde;o privada das leis contra a intoxica&ccedil;&atilde;o sacerdotal?
Bill e seu amigo estavam bebendo demais quando desabaram em um estupor. Bill conseguiu cair em terra seca, enquanto seu amigo havia desabado na lama.
Quando Bill acordou e viu seu amigo, pensou que ele tamb&eacute;m sofrera o mesmo destino imundo. Deixando seu amigo dormindo na sujeira, ele cambaleou em dire&ccedil;&atilde;o &agrave; cidade, procurando um balde de &aacute;gua para se lavar. Na escurid&atilde;o da noite, ele encontrou um balde cheio de l&iacute;quido em frente &agrave; loja de ferragens local.
Bill pensou que estivesse cheio de &aacute;gua. N&atilde;o estava. Estava cheio de cal.
Com a inten&ccedil;&atilde;o de se lavar com ela, derramou o conte&uacute;do sobre o corpo e esfregou-se cuidadosamente. Satisfeito, Bill foi at&eacute; um mercado em busca de algo para beber.
Ao ver o espet&aacute;culo horr&iacute;vel, o propriet&aacute;rio ofegou: &ldquo;Ora, Bill, o que diabos est&aacute; acontecendo?&rdquo;
Ao que Bill proclamou orgulhosamente: &ldquo;Voc&ecirc; deveria ter me visto antes de eu me lavar!&rdquo;
Para entender a correla&ccedil;&atilde;o entre a proibi&ccedil;&atilde;o do servi&ccedil;o embriagado e a aceita&ccedil;&atilde;o estoica de Ahron do decreto de Hashem, &eacute; preciso entender que um Kohen, em sua mente, beberia para elevar seu esp&iacute;rito, ainda que artificialmente, e, portanto, seu servi&ccedil;o. Como algu&eacute;m que aceita o decreto de Hashem, sem clamor ou manipula&ccedil;&atilde;o externa, Ahron HaKohen demonstrou que entendia que n&atilde;o existe fonte artificial para elevar o esp&iacute;rito ou compreender D&rsquo;us. Paz e for&ccedil;a v&ecirc;m de dentro da alma e do esp&iacute;rito daqueles que O servem. Quando algu&eacute;m est&aacute; satisfeito com sua rela&ccedil;&atilde;o perfeita com Hashem, quando percebe que, embora tenha ca&iacute;do, possui a capacidade inata de se recuperar, n&atilde;o precisa de est&iacute;mulos.
Aceitar um decreto sem queixas &eacute; um reconhecimento de que o esp&iacute;rito, a forma e a personifica&ccedil;&atilde;o de um ser mortal s&atilde;o completamente subservientes &agrave; for&ccedil;a de Hashem, satisfeito com sua situa&ccedil;&atilde;o total, sem necessidade de dispensa&ccedil;&atilde;o, compensa&ccedil;&atilde;o, declara&ccedil;&otilde;es ou apaziguamentos externos. Ele &eacute; um com seu Criador e Sua vontade.
Quando algu&eacute;m busca est&iacute;mulos externos, mesmo a servi&ccedil;o de Hashem, busca mais do que o necess&aacute;rio para cumprir sua miss&atilde;o. Ele est&aacute; se banhando no que pensa ser purificador, mas n&atilde;o &eacute;. Isso alterar&aacute; desnecessariamente as perfeitas facilidades que Hashem lhe concedeu, e isso n&atilde;o &eacute; benef&iacute;cio, &eacute; at&eacute; prejudicial.
Ao ingressar no servi&ccedil;o perfeito de Hashem, deve-se ser perfeito consigo mesmo. Aqueles que conseguem aceitar os decretos de Hashem em perfeita harmonia e viver com tudo o que Hashem lhes concedeu n&atilde;o precisam de estimulantes.
Intoxicantes externos n&atilde;o purificam a mente; eles acrescentam confus&atilde;o. E aqueles que vivem em sagrada comunh&atilde;o com seu eu puro e a alegria do Todo-Poderoso s&atilde;o dignos de carregar a bandeira da compreens&atilde;o, do sil&ecirc;ncio, da solid&atilde;o e da serenidade perfeita e inalterada.
Tradu&ccedil;&atilde;o: M&aacute;rio Moreno
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M&aacute;rio Moreno &eacute; fundador e l&iacute;der do Minist&eacute;rio Prof&eacute;tico Shema Israel e da Congrega&ccedil;&atilde;o Judaico Messi&acirc;nica Shema Israel na cidade de Votorantim. Escritor, autor de diversas obras, tradutor da Brit Hadasha &ndash; Novo Testamento e conferencista atuando na &aacute;rea de Restaura&ccedil;&atilde;o da Noiva.
*O conte&uacute;do do texto acima &eacute; de colabora&ccedil;&atilde;o volunt&aacute;ria, seu teor &eacute; de total responsabilidade do autor e n&atilde;o reflete necessariamente a opini&atilde;o do Portal Guiame.
Leia o artigo anterior: <a style="color: #800000;" href="https://guiame.com.br/colunistas/mario-moreno/pessach-e-seu-significado-profetico.html">Pessach e seu significado prof&eacute;tico</a>
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Paz e força vêm de dentro da alma e do espírito daqueles que servem a Deus.

Paz interior: A submissão de Arão

Desejamos-lhe um Chag Sameach, que significa feliz festa.
Dentro de alguns dias, quando muitos crentes est&atilde;o comemorando a ressurrei&ccedil;&atilde;o de Ieshua (Jesus), comemoramos Pessach (P&aacute;scoa judaica) e a festa dos p&atilde;es &aacute;zimos (Matzah) com a comunidade judaica em todo o mundo e regozijando que Ieshua, o Cordeiro pascal, tira o pecado do mundo (Jo 1:29).
Esta &eacute; a por&ccedil;&atilde;o da Torah que ser&aacute; lida em cada sinagoga em todo o mundo durante o servi&ccedil;o de manh&atilde; de Shabat (s&aacute;bado). Leia conosco. Sabemos que voc&ecirc; ser&aacute; aben&ccedil;oado!
Pessach Shabat Chol HaMoed (Shabat &ndash; dias interm&eacute;dios de Pessach)
Ex 33:12&ndash;34:26; Nm 28:19&ndash;25; Ezequiel 37:1&ndash;14; Shir HaShirim (C&acirc;ntico dos c&acirc;nticos &ndash; todo); I Cor&iacute;ntios 15:20&ndash;23.
&ldquo;Agora pois, se tenho achado gra&ccedil;a aos teus olhos, rogo-te que agora me fa&ccedil;as saber o teu caminho, e conhecer-te-ei, para que ache gra&ccedil;a aos teus olhos: e atenta que esta na&ccedil;&atilde;o &eacute; o teu povo&rdquo; (&Ecirc;x 33:13).
Porque o Shabat cai dentro de dias interm&eacute;dios da Pessach, uma por&ccedil;&atilde;o especial da Torah &eacute; lida.
A leitura em &Ecirc;xodo diz respeito a intercess&atilde;o de Moshe [Mois&eacute;s] para os israelitas depois que eles adoraram o bezerro de ouro, a ordem do Eterno para cortar duas pedras novas para os Dez Mandamentos e o pedido de Moshe para ver a gl&oacute;ria do Eterno.
A leitura em N&uacute;meros detalha as ofertas de Pessach.
A Haftarah (leitura prof&eacute;tica) &eacute; Ezequiel vis&atilde;o dos ossos secos. Tamb&eacute;m &eacute; tradicional para ler todo o livro de C&acirc;ntico dos c&acirc;nticos sobre o Shabat.
Tr&ecirc;s observ&acirc;ncias distintas em Pessach
A B&iacute;blia revela tr&ecirc;s tipos de observ&acirc;ncias durante o festival de Pessach:
1. O sacrif&iacute;cio do Cordeiro pascal na primeira noite,
2. Comer o p&atilde;o &aacute;zimo (matzah), e
3. A onda de prim&iacute;cias sendo oferecidas (Lv 23:9&ndash;11).
Estas tr&ecirc;s observ&acirc;ncias representam tr&ecirc;s &uacute;nicas condi&ccedil;&otilde;es espirituais da alma:
1. O sacrif&iacute;cio de Pessach representa salva&ccedil;&atilde;o: na primeira Pessach, os israelitas foram salvos da ira do Eterno quando eles agiram na f&eacute; na palavra do Eterno, aplicando o sangue do Cordeiro pascal umbrais de suas portas.
&ldquo;E quando eu vir o sangue eu vou passar sobre voc&ecirc;&rdquo; (&Ecirc;x 12:13).
Ieshua foi morto em Pessach, cumprindo perfeitamente a obra de salva&ccedil;&atilde;o do Cordeiro pascal.
&ldquo;Eis o Cordeiro do Eterno que tira o pecado do mundo&rdquo; (Jo 1:29).
2. A semana dos p&atilde;es &Aacute;zimos (matzah, tamb&eacute;m chamado de &ldquo;p&atilde;o de afli&ccedil;&atilde;o&rdquo;), em que estamos agora, representa a santifica&ccedil;&atilde;o&mdash; uma remo&ccedil;&atilde;o do pecado. Esta limpeza espiritual &eacute; simbolizada por matzah porque n&atilde;o tem nenhuma levedura (chametz), que significa orgulho (que nos eleva acima) e maldade (que nos torna &aacute;cidos) (1 Cor&iacute;ntios 5:8).
Esta semana, tamb&eacute;m representa a experi&ecirc;ncia do deserto &mdash; um tempo de afli&ccedil;&atilde;o, ensaios e testes que limpa-nos de nosso orgulho, nos ensina a humildade e testa a nossa obedi&ecirc;ncia atrav&eacute;s as afli&ccedil;&otilde;es que podemos suportar.
&ldquo;E te lembrar&aacute;s de todo o caminho pelo qual o IHVH teu Elohim te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, e te tentar, para saber o que estava no teu cora&ccedil;&atilde;o, se guardarias os seus mandamentos, ou n&atilde;o&rdquo; (Dt 8:2).
3. Prim&iacute;cias, tamb&eacute;m chamadas Bikkurim, representam ressurrei&ccedil;&atilde;o. Assim como a cevada &eacute; oferecida ao Senhor como a primeira colheita ap&oacute;s o inverno, ent&atilde;o Ieshua foi ressuscitou dos mortos na festa das prim&iacute;cias.
&ldquo;Mas agora o Messias ressuscitou dentre os mortos e tornou-se as prim&iacute;cias dos que dormem&rdquo; (I Cor&iacute;ntios 15:20).
Pessach (salva&ccedil;&atilde;o) &ndash; p&atilde;o &aacute;zimo (santifica&ccedil;&atilde;o) &ndash; primeiros frutos (Ressurrei&ccedil;&atilde;o): estes tr&ecirc;s oferecem uma imagem not&aacute;vel da viagem de salva&ccedil;&atilde;o atrav&eacute;s do deserto em dire&ccedil;&atilde;o a ressurrei&ccedil;&atilde;o.
O s&aacute;bado intermedi&aacute;rio &ndash; cora&ccedil;&atilde;o no deserto a perder
&ldquo;Quem &eacute; esta que vem chegando do deserto, apoiada em seu amado?&rdquo; (C&acirc;ntico dos c&acirc;nticos 8:5)
Entre a nossa salva&ccedil;&atilde;o e ressurrei&ccedil;&atilde;o encontra-se o deserto, uma terra seca e sedenta.
Mais de metade das terras aqui em Israel &eacute; um deserto conhecido como deserto de Negev. &Eacute; uma terra de vales secos e das montanhas rochosas, cobras e escorpi&otilde;es, calor extremo do ver&atilde;o e &aacute;gua escassa.
No Sul h&aacute; o outro deserto nas terras do Sinai. Este &eacute; o deserto que os israelitas viajaram atrav&eacute;s de seu caminho em dire&ccedil;&atilde;o &agrave; terra prometida.
No entanto, o deserto foi n&atilde;o um castigo; era uma etapa necess&aacute;ria em sua jornada espiritual que come&ccedil;ou com sendo salvo da escravid&atilde;o.
Sua salva&ccedil;&atilde;o do Egito seguiu-se imediatamente com um tempo intenso de testes de f&eacute;. Quem passou no teste e manteve os mandamentos do Eterno em todas as andan&ccedil;as no deserto receberam sua heran&ccedil;a prometida.
Ter certeza de que o deserto &eacute; uma viagem necess&aacute;ria depois da salva&ccedil;&atilde;o. Mesmo Ieshua foi levado pelo Ruach Ha Codesh (Esp&iacute;rito o Santo) ao deserto para ser tentado por Satan&aacute;s, logo ap&oacute;s ter sido imerso por Iochanan (Deus &eacute; gracioso) (Mt 4:1-11).
Deus leva-nos em nossas experi&ecirc;ncias do deserto para humilhar-nos, testar-nos, refinar a nossa f&eacute; e nos ensinar a perseveran&ccedil;a e resist&ecirc;ncia.
&Eacute; t&atilde;o f&aacute;cil perder o cora&ccedil;&atilde;o no deserto. Des&acirc;nimo causado aos israelitas que perder a esperan&ccedil;a de chegar &agrave; terra prometida. Eles murmuravam e queixou-se. Muitos desejavam voltar &agrave; sua vida no Egito, onde eram escravos.
Todos, exceto dois, Iehoshua (Josu&eacute;) e Caleb (Calebe), que seguiram o Senhor sinceramente, mantiveram sua f&eacute; e receberam seu pr&ecirc;mio. O resto dos que foram trazidos do Egito pereceu no Sinai.
Como responder em nosso deserto determina nosso destino final: podemos deixar finalmente confiar no deserto e dependendo do Senhor, como entramos com nossa pr&oacute;pria terra prometida; podemos retornar &agrave; nossa escraviza&ccedil;&atilde;o conveniente, o tempo antes de sermos salvos; ou n&oacute;s podemos perecer em nossas prova&ccedil;&otilde;es e tribula&ccedil;&otilde;es.
Os ossos secos da esperan&ccedil;a perdida
&Agrave;s vezes n&oacute;s vagueamos atrav&eacute;s de um vale no deserto onde todos achamos que parece perdido, e gostar&iacute;amos de saber se a nossa f&eacute; tem sido em v&atilde;o &mdash; se o sol sempre brilhar&aacute; novamente em nossos cora&ccedil;&otilde;es ou n&atilde;o.
Na Haftarah, leitura para este s&aacute;bado, Israel essencialmente sentiu-se da mesma maneira sobre sua situa&ccedil;&atilde;o:
&ldquo;Nossos ossos est&atilde;o secaram e nossa esperan&ccedil;a est&aacute; perdida; estamos cortados fora&rdquo; (Ez 37.11).
O profeta Ezequiel viu uma vis&atilde;o de um vale de ossos secos, o que representava toda a casa de Israel, um povo no cativeiro babil&ocirc;nico, que tinha perdido toda a esperan&ccedil;a.
No entanto, Ezequiel previu um tempo quando o Senhor iria restaurar esperan&ccedil;a ao seu povo:
&ldquo;Eis que vou abrir os seus t&uacute;mulos e fazer com que saem de suas sepulturas, &Oacute; povo meu; e eu lhes trarei para a terra de Israel. E sabereis que eu sou o IHVH&hellip;E vou colocar meu esp&iacute;rito [Ruach] em vos e vivereis&rdquo; (Ez 37:13&ndash;14).
Neste vers&iacute;culo, a palavra hebraica para o esp&iacute;rito (Ruach) &eacute; traduzido &ldquo;respira&ccedil;&atilde;o; sopro; vento&rdquo;.
&ldquo;Farei a respira&ccedil;&atilde;o [Ruach] entrar em voc&ecirc; e voc&ecirc; viver&aacute;&rdquo; (Ez 37:5).
Esta profecia foi cumprida parcialmente apenas ap&oacute;s a hora mais escura de Israel &mdash; o Holocausto, em que pessoas 6 milh&otilde;es de judeus foram assassinadas pela m&aacute;quina de morte nazista &mdash; e Israel mais uma vez se tornou uma na&ccedil;&atilde;o independente.
A Restaura&ccedil;&atilde;o de Israel como uma na&ccedil;&atilde;o ocorreu em um dia &mdash; 14 de maio de 1948. Este evento prof&eacute;tico n&atilde;o aconteceu pelo poder humano sozinho, mas pelo esp&iacute;rito do Eterno. Assim, tamb&eacute;m, nossa restaura&ccedil;&atilde;o na hora final ser&aacute; completamente sobrenatural.
Ressurrei&ccedil;&atilde;o e a vida
Eleazar (amigo de Ieshua) e uma vila inteira experimentaram o poder sobrenatural de Ieshua sobre o desespero da morte.
A Tradi&ccedil;&atilde;o judaica afirma que a alma de uma pessoa que paira em torno de seu corpo f&iacute;sico para tr&ecirc;s dias depois da morte e ent&atilde;o ele deixa seu repouso permanente. Eleazar j&aacute; tinha estado morto no t&uacute;mulo por quatro dias.
Sua irm&atilde;, Martah, esperava que Ieshua teria vindo antes de Eleazar morrer, mas ele veio no quarto dia. Ela estava muito decepcionada, mas tinha f&eacute; suficiente para dizer-lhe, &ldquo;Mas tamb&eacute;m, agora, sei que tudo quanto pedires a Elohim, Elohim to conceder&aacute;&rdquo; (Jo 11:22)
No quarto dia, Ieshua chamou a Eleazar, &ldquo;Vem para fora!&rdquo; (Jo 11:43)
E Eleazar saiu de seu t&uacute;mulo e viveu novamente.
Temos f&eacute; suficiente para acreditar que O Eterno pode salvar nossas vidas fora do t&uacute;mulo de desespero e desesperan&ccedil;a, n&atilde;o importa que dia &eacute;?
Uma coisa, no entanto, precisava ser feita antes que pudesse ser ressuscitado L&aacute;zaro &mdash; a pedra que bloqueou o caminho para sua nova vida tinha que ser rolada para fora. Algu&eacute;m tinha que faz&ecirc;-lo e, observe, n&atilde;o era Ieshua.
Ele poderia ter facilmente rolado ou afastado, ou dar uma ordem e a pesada pedra se moveria e ela teria obedecido a Ele. Em vez disso, Ieshua envolveu as pessoas no milagre.
&ldquo;Tirai a pedra&rdquo; ele disse (Jo 11:39).
Talvez haja uma pedra que est&aacute; entre n&oacute;s e a nossa nova vida &mdash; um esp&iacute;rito amargo que continuamos a alimentar, um pecado do qual n&atilde;o nos arrependemos, ou de uma rela&ccedil;&atilde;o em crise.
O Eterno enviou seu Ruach Ha Codesh para nos ajudar a &ldquo;Tirai a pedra&rdquo;; para nos ajudar a identificar o nosso pecado (Jo 16:8) e habitando em n&oacute;s ent&atilde;o podemos superar esse pecado com o poder do Eterno em n&oacute;s (II Cor&iacute;ntios 6:16).
Com nossa f&eacute; e confian&ccedil;a em seu poder, vamos ver o Eterno realizar uma ressurrei&ccedil;&atilde;o em nossas vidas.
Por outro lado, n&oacute;s poder&iacute;amos apenas sentar l&aacute;, olhando para aquela pedra, chorando e pensando que ela &eacute; demasiado pesada ou demasiado dif&iacute;cil de mover. &Eacute; t&atilde;o tentador ceder a esse tipo de desespero e depress&atilde;o durante nossas viagens no deserto.
Mas o que &eacute; o tempo que temos de contar com o Esp&iacute;rito Santo para nos ajudar a remover a pedra que nos mant&eacute;m trancados em nossos t&uacute;mulos internos.
Celebrando Pessach nos lembramos a nova vida que nos espera pela f&eacute; na promessa do Eterno de salva&ccedil;&atilde;o.
Ap&oacute;s as pragas, Fara&oacute; lan&ccedil;ou uma pedra enorme, ele lhes deu trabalho mais duro e puni&ccedil;&otilde;es mais severas. Ele certamente estava oprimindo os escravos israelitas e mostrando-lhes que Moshe estava fazendo suas vidas miser&aacute;veis. No entanto, o Eterno assegurou a Moshe:
&ldquo;Agora voc&ecirc; vai ver o que fa&ccedil;o para Fara&oacute;: por causa de minha poderosa m&atilde;o ele vai deix&aacute;-los ir; por causa de minha poderosa m&atilde;o ele vai conduzi-los fora de seu pa&iacute;s&rdquo; (&Ecirc;x 6:1).
E assim, na noite que a morte poderia ter tomado o primog&ecirc;nito de cada israelita, o Eterno os salvou, cobrindo-os com o sangue de um cordeiro sacrificial.
O Prop&oacute;sito do Eterno &eacute; sempre redentor
Mas n&oacute;s est&aacute;vamos esperando&hellip;
&ldquo;E n&oacute;s esper&aacute;vamos que fosse ele o que remisse Israel&rdquo; (Lucas 24:21).
Os Disc&iacute;pulos de Ieshua experimentaram pr&oacute;pria desesperan&ccedil;a em Pessach.
Quando Ieshua foi assassinado na estaca de execu&ccedil;&atilde;o, eles olharam e julgaram que as for&ccedil;as do mal tinham triunfado. O Messias foi morto.
Ap&oacute;s a morte de Ieshua, seus disc&iacute;pulos vagavam na escurid&atilde;o, confus&atilde;o e tristeza.
Eles estavam esperando que ele, finalmente, era o &ldquo;real enviado&rdquo;. Depois de tantos falsos Messias, eles estavam esperando que este homem poderia redimir Israel da opress&atilde;o romana e restaurar a na&ccedil;&atilde;o de Israel.
Dois dos disc&iacute;pulos estavam caminhando para uma aldeia, falando sobre suas falsas expectativas e esperan&ccedil;a perdida, tentando dar sentido a tudo. Como eles continuaram falando, Ieshua andou com eles, embora eles n&atilde;o o reconheceram a princ&iacute;pio (Lc 24:16).
Em sua hora mais escura, em seu desespero absoluto, n&atilde;o reconhecem que a esperan&ccedil;a estava andando ao lado deles!
N&oacute;s nunca devemos crer na mentira de que estamos sozinhos: que n&oacute;s fomos abandonados por D-us, sem esperan&ccedil;a. Ele prometeu que ele nunca vai nos deixar e nunca vai abandonar-nos. Ele prometeu que seus planos para n&oacute;s s&atilde;o para o bem e n&atilde;o para planos de maldade, para nos dar uma esperan&ccedil;a e um futuro.
Descansando no meio
O intermedi&aacute;rio do Shabat (s&aacute;bado) &eacute; o lugar no meio, o lugar de transi&ccedil;&atilde;o. N&oacute;s j&aacute; deixamos o Egito, mas ainda n&atilde;o estamos na terra prometida.
N&oacute;s fomos salvos e devemos colocar nossa f&eacute; em Ieshua, mas ainda n&atilde;o vemos as promessas acontecerem.
Temos visto o trabalho da crucifica&ccedil;&atilde;o em nossas vidas, mas nenhum sinal ainda do poder de ressurrei&ccedil;&atilde;o no horizonte. Agora n&atilde;o &eacute; o momento de desistir ou ceder. O Shabat (s&aacute;bado) &eacute; um tempo para descansar.
A raiz da esperan&ccedil;a
O profeta Isa&iacute;as nos d&aacute; uma bela imagem do poder da esperan&ccedil;a: &ldquo;Mas os que esperam [kavah] no IHVH renovar&atilde;o as suas for&ccedil;as, subir&atilde;o com asas como &aacute;guias: correr&atilde;o e n&atilde;o se cansar&atilde;o; caminhar&atilde;o, e n&atilde;o se fatigar&atilde;o&rdquo; (Is 40.31).
A palavra hebraica traduzida muitas vezes &ldquo;esperar&rdquo; em Isa&iacute;as prov&eacute;m da raiz kaveh, que significa &ldquo;esperan&ccedil;a&rdquo;.
Outras palavras hebraicas dessa mesma raiz s&atilde;o kav (linha), kavanah (inten&ccedil;&atilde;o) e kivun (dire&ccedil;&atilde;o).
Estas palavras relacionadas podem nos dar insights sobre este vers&iacute;culo. Temos de definir a linha de nossa esperan&ccedil;a intencionalmente na dire&ccedil;&atilde;o do Senhor. Para quando n&oacute;s recuperamos esperan&ccedil;a, podemos recuperar a alegria; e a alegria do Senhor &eacute; nossa for&ccedil;a.
Que tenhamos ent&atilde;o em Pessach a esperan&ccedil;a renovada de que as promessas do Eterno se cumprir&atilde;o e de que os &ldquo;ossos secos&rdquo; se transformar&atilde;o num grande ex&eacute;rcito de crentes em todo o mundo em nome de Ieshua!
Chag Sameach!
Adapta&ccedil;&atilde;o: M&aacute;rio Moreno.
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M&aacute;rio Moreno &eacute; fundador e l&iacute;der do Minist&eacute;rio Prof&eacute;tico Shema Israel e da Congrega&ccedil;&atilde;o Judaico Messi&acirc;nica Shema Israel na cidade de Votorantim. Escritor, autor de diversas obras, tradutor da Brit Hadasha &ndash; Novo Testamento e conferencista atuando na &aacute;rea de Restaura&ccedil;&atilde;o da Noiva.
*O conte&uacute;do do texto acima &eacute; de colabora&ccedil;&atilde;o volunt&aacute;ria, seu teor &eacute; de total responsabilidade do autor e n&atilde;o reflete necessariamente a opini&atilde;o do Portal Guiame.
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Jesus foi crucificado durante a Pessach, cumprindo de forma perfeita a obra de salvação simbolizada pelo Cordeiro Pascal.

Pessach e seu significado profético

O sustento de uma pessoa &eacute; t&atilde;o dif&iacute;cil quanto a divis&atilde;o do mar. (Pesachim118)
A uni&atilde;o de algu&eacute;m com um companheiro &eacute; t&atilde;o dif&iacute;cil quanto a divis&atilde;o do mar (Sota 2).
H&aacute; uma pergunta cl&aacute;ssica e &oacute;bvia aqui clamando por uma resposta? &ldquo;H&aacute; algo maravilhoso demais para HASHEM!?&rdquo; Trata-se de uma pergunta ret&oacute;rica. Afirmativamente declarado, HASHEM [O Nome, significando D&rsquo;eus] pode fazer qualquer coisa! Ent&atilde;o, a quest&atilde;o &eacute; sobre essas duas declara&ccedil;&otilde;es do Talmud equiparando a dificuldade de dividir o mar com ganhar a vida e encontrar um parceiro para o casamento. Nada &eacute; dif&iacute;cil para HASHEM! H&aacute; muitas respostas e abordagens esclarecedoras para essa pergunta. Eu gostaria de experimentar duas para ver o tamanho.
As pessoas sempre me perguntam: &ldquo;Rabino, voc&ecirc; realmente acredita que HASHEM dividiu o mar?&rdquo; Minha resposta &eacute; simples. &ldquo;Sim!&rdquo; No entanto, o questionador precisa de uma explica&ccedil;&atilde;o que primeiro se encaixe em sua vis&atilde;o de mundo antes de se estender, desafiar suas suposi&ccedil;&otilde;es e destruir seu paradigma. O que chamamos de natureza &eacute;, na verdade, repetir milagres. Se algo acontece uma vez, chamamos de milagroso. Se acontece repetidamente e previsivelmente, chamamos de natureza. Se um beb&ecirc; nascesse na ponta de uma &aacute;rvore, o mundo ficaria surpreso. Se isso acontecesse repetidamente em &aacute;rvores na plan&iacute;cie frut&iacute;fera, seria um inc&ocirc;modo. Tudo o que mudou foi a regularidade do evento.
Alguns eventos acontecem uma vez na hist&oacute;ria, como a divis&atilde;o do mar. N&atilde;o foi dif&iacute;cil para HASHEM fazer isso. HASHEM pode fazer qualquer coisa. Outras coisas acontecem uma vez na vida, como encontrar um companheiro [para a vida]. N&atilde;o &eacute; menos milagroso do que a divis&atilde;o do mar e, embora aconte&ccedil;a com tantas pessoas, n&atilde;o deveria ser menos surpreendente para n&oacute;s. Existem alguns eventos que acontecem todos os dias, como ganhar a vida. Embora isso aconte&ccedil;a o tempo todo, nos dizem que n&atilde;o &eacute; menos maravilhoso em sua enormidade e generosidade individualizada do que a divis&atilde;o do mar.
Qual foi a rea&ccedil;&atilde;o do povo judeu quando eles estavam entrando na Terra de Israel, no final de quarenta anos no deserto, e depois de terem vivido durante todo esse tempo com Man&aacute; do C&eacute;u, e ent&atilde;o eles viram &aacute;rvores com frutas coloridas penduradas nos galhos?! Como era novo para eles, eles consideraram isso espantosamente milagroso, e mais do que o Mana que havia se tornado comum. Para n&oacute;s, as &aacute;rvores n&atilde;o fazem isso, mas se o Man&aacute; ca&iacute;sse, ficar&iacute;amos surpresos.
A abordagem n&uacute;mero dois &eacute; muito diferente. Meu filho me disse em nome do [rabino] Sefas Emes, que o Sefas Emes faz uma observa&ccedil;&atilde;o perspicaz sobre essa quest&atilde;o das coisas serem &ldquo;kasha&rdquo; [dif&iacute;ceis] para HASHEM. Ele diz que h&aacute; outro &ldquo;kasha&rdquo; &ndash; mencionado no Talmud e ningu&eacute;m pergunta sobre esse assunto que tamb&eacute;m &eacute; descrito como sendo DIF&Iacute;CIL para HASHEM. Quando se trata do fim de Sucot, h&aacute; um Yom Tov ("dia bom", refere-se a dias santos ou festividades no calend&aacute;rio judaico) separado e aut&ocirc;nomo chamado Shimini Atzeret (festividade judaica). Os s&aacute;bios descrevem a raz&atilde;o para essa aparente extens&atilde;o de Sucot. HASHEM diz, &ldquo;KASHA Alai Predaschem&rdquo; &ndash; &ldquo;O que &eacute; dif&iacute;cil para Mim &eacute; sua partida!&rdquo;, &ldquo;Eu odeio ver voc&ecirc; partir!&rdquo;.
O Sefas Emes explica que esse &ldquo;KASHA&rdquo; de que &eacute; dif&iacute;cil para HASHEM nos fazer partir, &eacute; o mesmo KASHA nas declara&ccedil;&otilde;es dos s&aacute;bios sobre ganhar a vida e encontrar um par. O que torna KASHA dif&iacute;cil para HASHEM, por assim dizer, &eacute; que se HASHEM nos concedesse o que mais precisamos automaticamente e sem preocupa&ccedil;&atilde;o, luta e ora&ccedil;&atilde;o, ent&atilde;o h&aacute; uma preocupa&ccedil;&atilde;o de que logo ap&oacute;s obtermos o que buscamos, assumir&iacute;amos que era natural e poder&iacute;amos ent&atilde;o abandonar HASHEM. Esse &eacute; o KASHA. HASHEM, como um pai amoroso deseja cobrir Seus filhos com todo o bem, mas muito bem ou muito de uma coisa boa pode nos estragar e ser a causa para nos esquecermos de HASHEM. Pergunta, o Sefas Emes, ent&atilde;o qual &eacute; a resposta adequada quando somos tratados com o que mais precisamos e desejamos? O Sefas Emes responde, o mesmo que quando o Povo de Israel experimentou a divis&atilde;o do mar, eles cantaram em un&iacute;ssono SHIRA (can&ccedil;&atilde;o) para HASHEM. A can&ccedil;&atilde;o &eacute; a resposta apropriada para aquele que percebe que ele &eacute; o benefici&aacute;rio da b&ecirc;n&ccedil;&atilde;o de milagres constantes.
Tradu&ccedil;&atilde;o: M&aacute;rio Moreno
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M&aacute;rio Moreno &eacute; fundador e l&iacute;der do Minist&eacute;rio Prof&eacute;tico Shema Israel e da Congrega&ccedil;&atilde;o Judaico Messi&acirc;nica Shema Israel na cidade de Votorantim. Escritor, autor de diversas obras, tradutor da Brit Hadasha &ndash; Novo Testamento e conferencista atuando na &aacute;rea de Restaura&ccedil;&atilde;o da Noiva.
*O conte&uacute;do do texto acima &eacute; de colabora&ccedil;&atilde;o volunt&aacute;ria, seu teor &eacute; de total responsabilidade do autor e n&atilde;o reflete necessariamente a opini&atilde;o do Portal Guiame.
Leia o artigo anterior: <a style="color: #800000;" href="https://guiame.com.br/colunistas/mario-moreno/purim-o-despertar-de-um-povo.html">Purim, o despertar de um povo</a>

O Talmud equipara a dificuldade de dividir o mar com ganhar a vida e encontrar um parceiro para o casamento.

Milagres constantes

A Meguil&aacute; de Ester, um dos 24 livros da Tor&aacute; Escrita, narra a hist&oacute;ria de Purim. Ouvir a leitura desta narrativa duas vezes, em hebraico, antes da quebra do Jejum de Ester e, novamente, no dia seguinte, &eacute; um dos mandamentos da festividade. &Eacute; obrigat&oacute;rio a todos os judeus ouvir atentamente cada palavra da Meguil&aacute;, pois o texto sagrado &eacute; muito mais do que um relato de um momento decisivo em nossa hist&oacute;ria. De fato, trata-se de uma impressionante li&ccedil;&atilde;o para cada um de n&oacute;s, judeus.
Mark Twain, famoso escritor americano e admirador do povo judeu, disse certa vez que a hist&oacute;ria n&atilde;o se repete, mas rima. Se aplicada &agrave; hist&oacute;ria judaica, sua observa&ccedil;&atilde;o &eacute; muito verdadeira no tocante ao Purim.
&ldquo;Quem acredita que a Meguil&aacute; apenas narra um evento passado&rdquo;, segundo ensinava o Baal Shem Tov, &ldquo;n&atilde;o se desincumbiu da obriga&ccedil;&atilde;o de ouvi-la&rdquo;. Pois que a hist&oacute;ria de Purim se repete, ainda que de forma ligeiramente diferente, em todas as gera&ccedil;&otilde;es.
Nestes dias em que vivemos, vemos na&ccedil;&otilde;es e pessoas que, sem que se compreenda o motivo ou o que lucrar&atilde;o, levantam-se contra o povo judeu. Por vezes, o inimigo, como o vil&atilde;o do Purim original, &eacute;, ao menos, honesto a ponto de declarar abertamente a guerra. Mas por outras, age de forma insidiosa, silenciosa, mostrando um rosto amigo, ao passo que por tr&aacute;s ataca nosso povo em seu esp&iacute;rito. No entanto, por mais que assuma diferentes facetas, seu objetivo permanece inalterado: extirpar o povo judeu da face da Terra.
Esta n&ecirc;mesis &eacute; antiga, astuta e poderosa &ndash; mas h&aacute; como venc&ecirc;-la. A Meguil&aacute; de Ester e as li&ccedil;&otilde;es que nossos S&aacute;bios depreenderam desse texto sagrado nos mostram como o conseguir.
A ascens&atilde;o do inimigo
A hist&oacute;ria de Purim ocorreu no per&iacute;odo que se seguiu &agrave; destrui&ccedil;&atilde;o do primeiro Templo Sagrado de Jerusal&eacute;m. Vivia o povo judeu no ex&iacute;lio, sob dom&iacute;nio persa, mas, ainda assim, detinha grande influ&ecirc;ncia pol&iacute;tica. Havia representantes judeus na entourage real, na pr&oacute;pria Corte. Ademais, uma judia, Ester, era rainha, e seu tio, Mordechai, era consultado pelo Rei Assuero (ou Assuero) em busca de aconselhamento.
Mas, &agrave; medida que se acostumavam os judeus &agrave; vida no ex&iacute;lio, mais enfraqueciam espiritualmente, distanciando-se do juda&iacute;smo. Muitos participavam dos banquetes reais, bebendo e comendo dos ricos c&aacute;lices e travessas, roubados de nosso Templo Sagrado, nos quais se serviam iguarias e vinhos alheios &agrave;s leis alimentares judaicas.
Na P&eacute;rsia, acreditavam os judeus que sua influ&ecirc;ncia pol&iacute;tica os protegeria. E foi ent&atilde;o que, de uma hora para outra, seu mundo virou de pernas para o ar. O rei Assuero nomeou um homem, de nome Ham&atilde;, como primeiro ministro. J&aacute; gozando do poder do cargo, Ham&atilde; arquiteta um plano diab&oacute;lico contra o povo judeu: n&atilde;o sua expuls&atilde;o, mas o genoc&iacute;dio. N&atilde;o se daria por satisfeito com nada menos do que o assassinato coletivo dos judeus daquelas terras &ndash; fossem homens, mulheres ou crian&ccedil;as. &Eacute; digno de nota o fato de que Ham&atilde;, &agrave; semelhan&ccedil;a da maioria dos que nutrem &oacute;dio pelos judeus, n&atilde;o levaria vantagem alguma nas mal&eacute;ficas campanhas contra o nosso povo.
Bem ao contr&aacute;rio, esse esp&iacute;rito maligno estava disposto a sofrer apreci&aacute;vel preju&iacute;zo financeiro em sua campanha antijudaica. Oferecera 10 mil moedas de prata em troca da permiss&atilde;o real para aniquilar os Filhos de Israel &ndash; e a concess&atilde;o lhe foi outorgada.
Ham&atilde;: filho de Hamedata
Quem seria esse personagem, Ham&atilde;, que aparece na hist&oacute;ria de Purim como que surgido do nada? Era descendente e a personifica&ccedil;&atilde;o, exacerbada, naquela gera&ccedil;&atilde;o, de Hamedata, o arqui-inimigo hist&oacute;rico do povo judeu. Seu nome &eacute; sin&ocirc;nimo de escurid&atilde;o e toda a sua luta foi travada contra o povo escolhido por D&rsquo;us para ser &ldquo;um luzeiro entre as na&ccedil;&otilde;es&rdquo;. Por vezes, Hamedata assume forma humana, como no caso de Ham&atilde;, e, mil&ecirc;nios mais tarde, no do l&iacute;der da Alemanha nazista, Hitler. Em outras, manifesta-se espiritualmente, estimulando a assimila&ccedil;&atilde;o entre judeus e o abandono da Tor&aacute; e de suas leis. Sua forma de agir funciona n&atilde;o apenas contra nosso povo, como um todo, mas contra cada judeu, individualmente.
Mas, aten&ccedil;&atilde;o: n&atilde;o devemos confundir Hamedata com o Yetzer HaR&aacute; &ndash; o impulso pelo mal. Este se manifesta ao homem em forma de paix&otilde;es e desejos inadequados. Seu intento &eacute; tentar o homem, atribuindo-lhe, para tanto, o livre arb&iacute;trio. O Yetzer HaR&aacute; &eacute; um advers&aacute;rio, mas tamb&eacute;m um aliado, pois em decorr&ecirc;ncia do impulso pelo mal somos recompensados por D&rsquo;us pelo empenho em resistir &agrave;s tenta&ccedil;&otilde;es que o Mal coloca em nossa estrada. Mas, enquanto o Yetzer HaR&aacute; &eacute; quente como a picada de uma cobra, Hamedata tem o frio da picada do escorpi&atilde;o &ndash; ainda mais letal. O prop&oacute;sito de Hamedata n&atilde;o &eacute; contestar o Povo Judeu, mas derrot&aacute;-lo gota a gota, instilando no judeu a indiferen&ccedil;a, a d&uacute;vida e a descren&ccedil;a. Tenta, por todos os meios, separar o homem de D&rsquo;us, em guerra declarada contra o corpo e tamb&eacute;m a alma judaica. Hamedata sabe que o judeu tem entrela&ccedil;adas, de forma insepar&aacute;vel, a sua vida material e a espiritual.
<img style="display: block; margin-left: auto; margin-right: auto;" src="https://thumbor.guiame.com.br/unsafe/smart/https://media.guiame.com.br/archives/2025/03/13/3908625281-.jpg" alt="" width="600" />(Foto: Pexels/cottonbro studio)
Mediante o ataque f&iacute;sico aos judeus &ndash; como o fez durante o Holocausto &ndash; procura desarvorar a f&eacute; de nosso povo, destarte enfraquecendo-nos espiritualmente e nos afastando de D&rsquo;us. J&aacute; quando nos ataca espiritualmente, tenta provocar a assimila&ccedil;&atilde;o judaica, que nos leva, devagar e sempre, &agrave; paulatina redu&ccedil;&atilde;o de nosso contingente, ou seja, ao abismo sepulcral enquanto povo. O resultado final de ambas as formas de guerra &eacute; o mesmo: um n&uacute;mero cada vez menor de judeus no mundo, grande desejo de Hamedata.
Se algu&eacute;m se perguntar por que os maiores vil&otilde;es da hist&oacute;ria da humanidade odiaram particularmente os judeus, a resposta &eacute;: porque perceberam que a escurid&atilde;o e a luz n&atilde;o podem viver em coexist&ecirc;ncia, lado a lado. Hitler, o Ham&atilde; do s&eacute;culo 20, arrebatou seis milh&otilde;es de almas judaicas deste mundo pelo simples motivo, como ele mesmo declarou, de que &ldquo;os judeus estavam no meio de seus planos&rdquo;. Como afirmou acerca de sua pessoa e de todos os seus seguidores, &hellip; &ldquo;somos b&aacute;rbaros, de fato. Trata-se de um t&iacute;tulo que muito nos honra. Deixo a humanidade liberta dos grilh&otilde;es da alma, do sofrimento humilhante causado pela falsa vis&atilde;o a que os homens chamam de consci&ecirc;ncia e &eacute;tica. Os judeus infligiram duas mazelas na ra&ccedil;a humana &ndash; a circuncis&atilde;o em seu corpo e a consci&ecirc;ncia em sua alma. Ambas s&atilde;o meras inven&ccedil;&otilde;es judias. A guerra pela domina&ccedil;&atilde;o do mundo est&aacute; sendo travada apenas entre n&oacute;s dois, somente entre nossos dois lados do campo de batalha &ndash; os alem&atilde;es e os judeus. Tudo o mais &eacute; ilus&atilde;o e fachada&rdquo;.
Hamedata sabe, assim como o sabemos n&oacute;s, que a chamada batalha pelo &ldquo;dom&iacute;nio mundial&rdquo; n&atilde;o &eacute; pol&iacute;tica, sequer econ&ocirc;mica; mas espiritual. Nesta perp&eacute;tua luta, Hamedata e o povo judeu est&atilde;o nas extremidades opostas do espectro. Enquanto um quer dominar o mundo mediante a dissemina&ccedil;&atilde;o da escurid&atilde;o &ndash; viol&ecirc;ncia e maldade, racismo e injusti&ccedil;a &ndash; e empenha-se em convencer a humanidade de que o mundo &eacute; uma selva, e que n&atilde;o h&aacute; um Juiz Celestial, o povo judeu, como proclamamos em nossas ora&ccedil;&otilde;es di&aacute;rias, anseia pela M&atilde;o Divina a nos guiar pelo mundo, aberta e declaradamente. A miss&atilde;o judaica &eacute; ensinar a todos os homens que h&aacute; um D&rsquo;us Supremo a quem devemos responder e que a santidade, a justi&ccedil;a, a caridade e a bondade h&atilde;o de prevalecer. Por&eacute;m, se os judeus n&atilde;o se desincumbirem de sua miss&atilde;o &ndash; se n&atilde;o se apegarem a D&rsquo;us e n&atilde;o disseminarem a Luz &ndash; estar&atilde;o deixando um vazio que Hamedata se apressar&aacute; a preencher e ocupar. E quando isso acontece, sofre o mundo e sofrem todos os homens, pois Ham&atilde;, a despeito da nacionalidade e do disfarce que assumir, come&ccedil;a primeiro pelos judeus, para ent&atilde;o se virar contra toda a humanidade.
Conta a Meguil&aacute; que quando Ham&atilde; acercou-se ao Rei Assuero, pedindo-lhe permiss&atilde;o para exterminar os judeus, disse: &ldquo;H&aacute; uma na&ccedil;&atilde;o dispersa entre as demais na&ccedil;&otilde;es que comp&otilde;em seu reino&rdquo;. Nossos S&aacute;bios indicam-nos que a palavra &ldquo;Yeshno&rdquo; &ndash; &ldquo;h&aacute;&rdquo; (uma na&ccedil;&atilde;o) pode tamb&eacute;m ser lida como a palavra Yashnu&rdquo; &ndash; dormia (a na&ccedil;&atilde;o); ou seja, &ldquo;adormecido&rdquo; estava o povo judeu. Revela, assim, a Meguil&aacute;, que Ham&atilde; teve condi&ccedil;&otilde;es de atingir os judeus &ndash; para vender ao Rei seu plano de genoc&iacute;dio &ndash; apenas porque detectara que o povo judeu estava espiritualmente adormecido. Quando uma pessoa est&aacute; nesse estado de torpor, torna-se vulner&aacute;vel. Ham&atilde; viu que os judeus estavam com o esp&iacute;rito entorpecido &ndash; distanciavam-se de D&rsquo;us e abandonavam a Sua Tor&aacute;, fio espiritual que nos liga diretamente ao Criador. E como a vida f&iacute;sica judaica &eacute; inteiramente dependente de sua espiritualidade, Ham&atilde; percebeu que podia avan&ccedil;ar sobre eles.
A derrubada de Ham&atilde;
Somos instru&iacute;dos a ouvir com aten&ccedil;&atilde;o a leitura da Meguil&aacute;, j&aacute; que o texto partilha conosco o seu segredo: a &uacute;nica maneira de vencer o Ham&atilde; de cada gera&ccedil;&atilde;o &eacute; despertando a espiritualidade do juda&iacute;smo que h&aacute; dentro de n&oacute;s e dentro de todos os integrantes de nosso povo. Foi o que fizeram os protagonistas da hist&oacute;ria. Mordechai e a Rainha Esther sabiam que a luta contra Ham&atilde; era de cunho espiritual. A influ&ecirc;ncia pol&iacute;tica que ambos tinham n&atilde;o conseguiu conter a ascens&atilde;o de Ham&atilde; e, por si s&oacute;, de nada serviria para derrubar o genoc&iacute;dio j&aacute; decretado. Para reverter a situa&ccedil;&atilde;o e se salvar, primeiro os judeus teriam que se aproximar de D&rsquo;us. Assim sendo, Mordechai e Esther os instru&iacute;ram a se redimir, arrepender-se mediante jejum de tr&ecirc;s dias e, sobretudo, a orar ao Eterno. Para tanto, reuniram-se crian&ccedil;as judias para o estudo p&uacute;blico e aberto da Tor&aacute;. E, somente ent&atilde;o, ap&oacute;s terem os judeus se fortalecido espiritualmente, Mordechai e a Rainha Esther valeram-se dos meios naturais para derrubar os planos de Ham&atilde;.
A Meguil&aacute; ensina uma li&ccedil;&atilde;o a nosso povo e a cada um de n&oacute;s de per si: quando um judeu se defronta com dificuldades, &eacute; preciso que primeiro fortale&ccedil;a a sua espiritualidade, buscando corrigir erros passados e orando, estudando a Tor&aacute; e praticando caridade e boas a&ccedil;&otilde;es. Uma vez assim tendo agido, poder&aacute; ent&atilde;o confrontar-se com o mundo que nos cerca, seguro de que D&rsquo;us o aben&ccedil;oar&aacute; em sua empreitada. Mas, se agir de forma oposta &ndash; confiando no poder da influ&ecirc;ncia ou na for&ccedil;a e ignorar sua pr&oacute;pria liga&ccedil;&atilde;o a D&rsquo;us &ndash; estar&aacute; cometendo o mesmo erro que nossos irm&atilde;os da P&eacute;rsia. Em uma analogia muito terrena, &eacute; como algu&eacute;m que emite um cheque sem ter cobertura banc&aacute;ria para o honrar. Ap&oacute;s terem os judeus da P&eacute;rsia reparado suas falhas espirituais e se aproximado de D&rsquo;us, o sucesso lhes veio com relativa facilidade.
A Rainha Esther revelou ao Rei Assuero sua origem judaica, intercedendo por seu povo. O Rei n&atilde;o podia anular um decreto seu, mas d&aacute; aos judeus o direito de autodefesa. E assim eles o fazem, e derrotam aqueles que os atacam com o objetivo de executar a Solu&ccedil;&atilde;o Final de Ham&atilde;. No que respeita a este vil&atilde;o do relato de Purim, o pr&oacute;prio Rei que o colocara no centro do poder ordena a sua execu&ccedil;&atilde;o em pra&ccedil;a p&uacute;blica. Assim sendo, a hist&oacute;ria de Purim termina como come&ccedil;ara: uma reviravolta na situa&ccedil;&atilde;o do povo judeu; dessa vez para o bem.
O despertar de todos os judeus
A Meguil&aacute; de Ester &eacute; um texto sagrado e seus m&iacute;nimos detalhes servem como profunda li&ccedil;&atilde;o para todos n&oacute;s, judeus. Conta-nos que Ham&atilde;, que sempre buscava as falhas de nosso povo, s&oacute; consegue constatar que os judeus estavam espiritualmente adormecidos. A lealdade dos judeus da P&eacute;rsia a D&rsquo;us sempre permaneceu intacta, mas estava dormente. Se esta foi a maior falha que Ham&atilde; conseguiu detectar, isto mais do que comprova que o estado espiritual dos judeus atingira seu ponto mais baixo. Portanto, aprendemos com a Meguil&aacute; que o nosso povo, em sua ess&ecirc;ncia, &eacute; composto integralmente por homens de f&eacute;. Quando nos deparamos com algum judeu que parece estar afastado dos Mandamentos de D&rsquo;us, &eacute; necess&aacute;rio apenas acord&aacute;-lo espiritualmente para que ele se aproxime do juda&iacute;smo.
Em nossa gera&ccedil;&atilde;o, a hist&oacute;ria de Purim se desenrola diante de nossos olhos. Hamedata trava uma batalha f&iacute;sica e espiritual contra o povo judeu. De um lado, amea&ccedil;a Israel e ataca seus filhos, dentro e fora de nossa P&aacute;tria ancestral. De outro, tenta por meio da assimila&ccedil;&atilde;o o que n&atilde;o conseguiu concluir durante o Holocausto. E espreita, especialmente, &agrave;queles judeus que est&atilde;o entorpecidos &ndash; muitos dos quais sequer foram expostos ao juda&iacute;smo, pelo simples fato de serem filhos de pais que tiveram sua espiritualidade traumatizada, ao sobreviver &agrave;s perversidades perpetradas durante a Sho&aacute; por Hamedata, h&aacute; apenas uma gera&ccedil;&atilde;o passada.
Para derrubar Hamedata para sempre, &eacute; preciso fortalecer espiritualmente o nosso povo. Para que isto ocorra, &eacute; necess&aacute;rio que cada judeu consciente se empenhe em despertar outros judeus. E isto precisa ser feito com humildade, pois, via de regra, quem &eacute; despertado se torna ainda maior do que quem o despertou. V&aacute;rios s&atilde;o os nossos S&aacute;bios &ndash; inclusive Rabi Akiva, o maior dentre os mestres do Talmud &ndash; que eram totalmente ignorantes em Tor&aacute; e, uma vez despertos, atingiram o mais alto n&iacute;vel de espiritualidade poss&iacute;vel &agrave; alma humana.
A Tor&aacute; &eacute; nosso v&iacute;nculo com D&rsquo;us. &Eacute; a sabedoria e o alimento Divino para a alma humana e, se adequadamente estudada e aplicada, conduz &agrave; perfei&ccedil;&atilde;o individual e &agrave; coletiva. N&atilde;o surpreende, pois, que tantos judeus e alguns n&atilde;o-judeus sintam desejo de estud&aacute;-la, especialmente de desvendar seus aspectos m&iacute;sticos.
Acerca de nossa &eacute;poca, assim se expressou o profeta Am&oacute;s: &ldquo;Atentai, que dias vir&atilde;o, disse D&rsquo;us. Enviarei fome &agrave; terra. N&atilde;o fome pelo alimento, nem sede de &aacute;gua; mas fome e sede de ouvir a Palavra Divina. Errareis, de norte a sul, de leste a oeste, em busca da Palavra Divina. Mas n&atilde;o as haveis de encontrar&rdquo;.
Se h&aacute; um judeu sequer que ainda n&atilde;o tenha encontrado a Palavra Divina, &eacute; nossa responsabilidade compartilhar aquilo que sabemos, por mais limitado que seja o nosso saber. Vivemos uma &eacute;poca de grandes desafios, em que a assimila&ccedil;&atilde;o amea&ccedil;a consumir grande parte de nosso povo. Assim sendo, a mais importante miss&atilde;o de todo judeu &eacute; a de acordar aqueles que est&atilde;o espiritualmente dormentes.
Bibliografia:
Rabbi Aryeh Kaplan, Reaching Out
Awakening &ndash; Farbrengen, Purim , 1972
Likkutei Sichot, Vol. VI pp. 189-195
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M&aacute;rio Moreno &eacute; fundador e l&iacute;der do Minist&eacute;rio Prof&eacute;tico Shema Israel e da Congrega&ccedil;&atilde;o Judaico Messi&acirc;nica Shema Israel na cidade de Votorantim. Escritor, autor de diversas obras, tradutor da Brit Hadasha &ndash; Novo Testamento e conferencista atuando na &aacute;rea de Restaura&ccedil;&atilde;o da Noiva.
*O conte&uacute;do do texto acima &eacute; de colabora&ccedil;&atilde;o volunt&aacute;ria, seu teor &eacute; de total responsabilidade do autor e n&atilde;o reflete necessariamente a opini&atilde;o do Portal Guiame.
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Mário Moreno

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