"Meme" que chama Jesus de "bandido" não é piada, mas ataque à Igreja Cristã

A intenção implícita foi atacar a Igreja Cristã, usando para isso uma afirmação comum entre alguns conservadores.

Fonte: Guiame, Marisa LoboAtualizado: sexta-feira, 3 de junho de 2022 às 16:30
Meme com imagem de Jesus. (Mário Gomes/Instagram)
Meme com imagem de Jesus. (Mário Gomes/Instagram)

Esta semana, viralizou nas redes sociais um vídeo do ator Mário Gomes, onde ele aparece numa delegacia denunciando o conteúdo de uma prova, na qual consta a figura de uma imagem do pintor espanhol Diego Velázquez, mas com um detalhe significativo: o desenho traz a inclusão da frase "bandido bom é bandido morto".

A revista Veja, assim como outras mídias que nós, cristãos, sabemos muito bem a qual viés ideológico pertencem, destacaram o enunciado da questão buscando justificar que o desenho na prova, na verdade, seria um simples "meme". O texto diz o seguinte:

“Este é um meme criado a partir da obra ‘Cristo Crucificado”, do pintor espanhol Diego Velázquez. Considerando o meme, identifique pelo menos um dos três tipos puros de dominação conceitualizados por Weber. Justifique-se, sempre em termos weberianos.”

Em primeiro lugar, qual é a relação do suposto meme com a pergunta da prova de sociologia? Não me refiro à imagem de Jesus crucificado, mas sim à frase "bandido bom é bandido morto". Os conceitos de dominação weberianos, entre eles o carismático, não dependem dessa afirmação.

A imagem original de Velázquez (sem a frase) seria mais do que suficiente para ilustrar a suposta dominação carismática levantada por Weber, se é que esta foi a intenção da pergunta. No entanto, não somos inocentes para acreditar que o objetivo foi avaliar o conhecimento sociológico dos estudantes.

A intenção implícita, esta sim, foi atacar a Igreja Cristã, usando para isso uma afirmação comum entre alguns conservadores, os que defendem punições mais severas para os criminosos. Temos aqui, portanto, uma atitude maliciosa, a qual podemos chamar de demoníaca, cujo objetivo foi associar a figura de Jesus a de alguém que mereceria ser morto por ser um "bandido".

Concluo, deixando o meu elogio ao ator Mário Gomes pela iniciativa corajosa e coerente. Precisamos de pais e mães que tenham mais do que apenas indignação, mas também atitudes, e foi isso o que ele demonstrou ao defender o direito do seu filho, um adolescente, de não ver a sua fé sendo atacada de forma tão medíocre, e em plena sala de aula.

Marisa Lobo é psicóloga, especialista em Direitos Humanos, presidente do movimento Pró-Mulher e autora dos livros "Por que as pessoas Mentem?", "A Ideologia de Gênero na Educação" e "Famílias em Perigo".

* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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