Pais que não impõem limites aos filhos cultivam crianças problemáticas e adoecidas

A imposição de limites na lida com os filhos é essencial para a boa formação moral e até física das crianças.

Fonte: Guiame, Marisa LoboAtualizado: sexta-feira, 1 de abril de 2022 às 18:10
(Foto: Pixabay)
(Foto: Pixabay)

Se no passado era difícil educar corretamente os filhos, atualmente essa dificuldade parece ter sido triplicada. Não é por menos, pois vivemos numa época em que a sociedade é bombardeada diariamente por informações e tecnologias que nem sempre contribuem para a responsabilidade dos pais.

Reconhecer isso, no entanto, não é licença para ser negligente quanto ao dever de educar. Pelo contrário, significa que precisamos ter ainda mais empenho no cuidado das crianças, buscando conhecimento e condições de exercer as funções da paternidade e maternidade da melhor forma possível. Pensando nisso, resolvi oferecer algumas dicas aos pais.

Impor limite é essencial

A imposição de limites na lida com os filhos é essencial para a boa formação moral e até física das crianças. Sim, estou me referindo à saúde como um todo e não apenas aos aspectos morais. Falo sobre isso em detalhes no meu livro "Limites: O caminho para o equilíbrio emocional dos seus filhos", disponível na Amazon e em várias outras livrarias.

Mas, quais seriam esses limites? Podemos começar pelo básico, como o horário de dormir, estudar e brincar. Atualmente muitas famílias não regram essas atividades, deixando com que as próprias crianças decidam como e quando fazê-las. 

Com o uso cada vez mais precoce do celular, então, essa bagunça se tornou ainda mais real, com crianças indo dormir até na madrugada porque ficam vidradas na frente do aparelho. Com isso, alguns pais enfrentam uma verdadeira maratona para fazer os filhos dormirem.

Então, a regra deve ser clara: a criança precisa ter um horário para dormir, assim como para acordar. A regulação do sono, desde que respeitadas as necessidades individuais de cada organismo, ajuda na disposição física e mental para a execução das tarefas diárias. Consequentemente, a criança que tem um sono regulado aprende mais, e melhor.

Vete o uso precoce do celular

Sei que o uso do celular pelas crianças se tornou uma prática extremamente comum. Porém, ela não é boa na maioria dos casos. O aparelho pode, sim, ser um aliado da aprendizagem, por exemplo, quando utilizado para a estimulação da alfabetização, como faz o GraphoGame, lançado na versão brasileira pelo Ministério da Educação.

O uso irrestrito do celular, por outro lado, pode produzir diversas consequências à criança, como dificuldades de visão, retardo de aprendizagem e até o "autismo virtual", recentemente apontado por especialistas como um problema originado a partir da exposição infantil às telas digitais. A obesidade também é outro problema observado.

Os pais precisam entender que os aplicativos de celular são desenvolvidos para "viciar", literalmente. As redes sociais são um exemplo disso. Os algoritmos que determinam a forma como o conteúdo é exibido na tela foram projetados para prender a atenção do usuário, a fim de que fiquem horas na frente do aparelho.

Quando os pais deixam a criança na frente do celular vendo um desenho, portanto, para ela "se distrair", estão abrindo o caminho para as consequências acima. O ideal é que a criança, especialmente na primeira infância, se distraia com brincadeiras lúdicas. Para isso, invista em brinquedos manuais e, se for para ver desenhos, utilize a TV.

Filtre os conteúdos

Por fim, a última dica básica no artigo de hoje é sobre a filtragem de conteúdos. Aqui falo especialmente para os cristãos, pois a ênfase quanto a esse limite é moral. Os pais precisam saber o que os seus filhos estão assistindo na TV, no celular ou no computador, e isso deve ser encarado como obrigação.

Essa preocupação não é por acaso. Frequentemente temos visto casos "virais" de crianças que desenvolvem problemas comportamentais, como o da automutilação, após terem sido influenciadas nas redes sociais. Alguns "joguinhos" também, como o da Baleia Azul, já produziram grandes estragos, levando jovens ao suicídio.

Desenhos e filmes voltados para o mundo infantil já não são mais os mesmos de décadas atrás, quando tudo era retratado com a devida inocência. O ativismo ideológico de gênero, por exemplo, se tornou uma arma usada por determinados grupos para alcançar os nossos filhos dentro de casa, em seus quartos, na hora em que vão dormir, por isso não podemos relaxar.

A recomendação é investir em plataformas de conteúdo voltadas para o público cristão. Sim, temos opções, basta procurar. Você não precisa se prender ao conteúdo secular como se ele fosse o único. Busque o que agrega conhecimento e bons valores, pois isso também é uma forma de proteger os seus filhos.

Conclusão

As dicas acima são básicas, mas extremamente importantes se bem aplicadas. Os limites podem salvar a vida dos seus filhos, desde que ensinados corretamente, também pelo exemplo dos pais.

Se a sua casa está uma bagunça quanto a isso, a hora de mudar é agora, caso contrário as consequências negativas virão, cedo ou tarde. Fica o alerta.

Marisa Lobo é psicóloga, especialista em Direitos Humanos, presidente do movimento Pró-Mulher e autora dos livros "Por que as pessoas Mentem?", "A Ideologia de Gênero na Educação" e "Famílias em Perigo".

* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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