Pelo que lembro, este é o terceiro ano consecutivo em que o grupo Porta dos Fundos faz uso do "humor" para agredir o sentimento religioso de milhões de cristãos no Brasil. Dessa vez, eles produziram um especial onde retratam a figura de Deus como a de um prostituto associado à pornografia, assim como a imagem de Jesus.
O número de ataques desse tipo já produzidos pelo grupo é um indicativo inquestionável de que os membros da Porta dos Fundos têm, sim, o objetivo de ofender a fé dos cristãos, criando para isso um roteiro e personagens que ridicularizam alguns dos ensinos mais fundamentais do cristianismo.
Não é humor, como eles alegam, muito menos liberdade de expressão. No meu entender, é a prática de algo tipificado no Artigo 208 do Código Penal Brasileiro, onde está escrito que é crime "vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso". Neste caso, vilipendiam a representação dos personagens bíblicos, incluindo a figura do próprio Jesus.
Não vejo como a ressignificação dos símbolos em nome da "arte", como alegam alguns juristas para tentar eximir os autores dessas zombarias sob o ponto de vista legal. Isso, porque, a repetição do tipo de produção sempre de forma ridicularizada, contrária aos ensinamentos cristãos, escandalosa e pornográfica, caracteriza a intencionalidade do grupo Porta dos Fundos em querer ofender os cristãos.
Se existe intencionalidade, e ela é a ofensa à fé cristã, uma vez que o grupo é perfeitamente ciente de que o material que produz vai de encontro aos valores do cristianismo e da celebração do Natal, em si, não podemos interpretar isso pela perspectiva da arte, mas sim do crime contra o sentimento religioso e vilipêndio aos objetos de culto.
Qualquer interpretação diferente disso é fruto de pura fantasia e desonestidade, pois não há dúvida de que a intenção é, sim, ofender. Diante disso, a pergunta é: por que a Justiça ainda não condenou os ataques do grupo Porta dos Fundos aos cristãos? Por que, sempre que são processados, eles são absolvidos?
Muitos podem apresentar argumentos judiciais, invocando por exemplo a questão da liberdade artística, mas esse não é o caso, e o que me faz pensar isso é a hipótese dos fatos contrários. Substitua os elementos da fé cristã pelos da religião islâmica ou de matrizes africanas, como o candomblé.
Você acha que, se o grupo Porta dos Fundos fizesse um "especial" retratando Maomé em um prostíbulo, teria a proteção da Justiça? Ou, se retratassem um Orixá, os "patuás" ou canjerês de forma ridicularizada, totalmente contrária ao que seus adeptos acreditam e ensinam, o trabalho seria visto como nada mais do que mera produção "artística" e "humorista"?
Podemos ir além da esfera religiosa. Que tal retratar de forma ridicularizada a figura de um LGBT? Se o respeito à figura humana, especialmente das que são vítimas de intolerância, violência e preconceito, deve ser preservado e garantido para todos, o que diferencia o cristão de um homossexual, se são igualmente humanos e igualmente vítimas das mesmas coisas em várias partes do mundo?
Qualquer leitor minimamente honesto é capaz de reconhecer a diferença de tratamento em relação aos cristãos, seus valores e à sua fé. Enquanto em países como China, Coreia do Norte, Cuba, Irã, Paquistão e em vários outros, os seguidores de Jesus sofrem ameaças físicas, indo parar em prisões e até tendo sentenças de morte, aqui no Brasil somos vítimas de perseguição moral e "humorística". Na essência, a intolerância é exatamente a mesma.
Felizmente, ainda que a justiça humana não funcione para nós, o povo de Jesus, a de Deus continua existindo e ela não tarda, nem falha. Ela ocorre no tempo certo, da forma certa e pelos meios certos. O que para muitos é motivo de zombaria e sorrisos hoje, será de choro e ranger de dentes, amanhã. Ainda há tempo para se arrepender!
Por Marisa Lobo é psicóloga, especialista em Direitos Humanos, presidente do movimento Pró-Mulher e autora dos livros "Por que as pessoas Mentem?", "A Ideologia de Gênero na Educação" e "Famílias em Perigo".
* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
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